Jogo: Atlético-MG 1 x 1 Flamengo - Brasileiro 2012 - 33a rodada

Muita raça e um belo resultado contra o time que melhor jogou coletivamente no campeonato. O Fluminense agradece.



Dá até pra imaginar os tricolores, tensos com o jogo de ontem (mais do que deviam, pois o título já estava mais do que encaminhado), comemorando ao final cantando "time de guerreirooooo!" em frente à televisão. O Flamengo correu muito e superou na base da raça a fragilidade do elenco e o jogador a menos que teve desde o primeiro tempo. Ouvi aqui de um torcedor do Fluminense que teria rolado uma mala branca com a logomarca da Unimed. Não creio, mas considerando o tempo que os jogadores rubro-negros estão sem receber e a vontade que mostraram em campo, até que faria sentido.

Na verdade, apesar de todo o sufoco, Paulo Victor teve que fazer uma única defesa um pouco mais difícil, já no segundo tempo, em um chute de fora da área de Leandro Donizete. No primeiro tempo, o Atlético entrou nervoso demais, pilhado até por sua torcida, que desde o início se preocupou mais em protestar contra o juiz do que em empurrar o time. No segundo, com um jogador a mais, acalmaram-se e conseguiram fazer a bola girar, de um lado pro outro, procurando os espaços em um ataque-contra-defesa que durou 50 minutos. Mas erraram demais o último passe e não tiveram muitas finalizações perigosas.

Houve o gol, claro, e duas bolas na trave - uma num chute de longe de Jô no primeiro tempo, outro em cobrança de falta de Ronaldinho no segundo. Mas, considerando a qualidade dos dois times, o clima no estádio e a expulsão cedo, até que foi pouco. Colaboraram para isso, além da dedicação de todos, belas atuações na marcação de Amaral e González, além de outro jogo seguro de Renato Santos.

Com a bola, o Flamengo foi mal. No primeiro tempo, mesmo com o jogo dando a impressão de estar mais controlado, o time era lento demais na saída da defesa, não tinha contra-ataque nem conseguia manter a posse de bola. No segundo, já com Wellington Silva expulso e com Dorival contando com uma substituição a menos graças à contusão de Felipe, mal conseguiu passar do meio-campo, com Love sozinho no ataque sem conseguir segurar a bola na frente em momento nenhum. A situação melhorou um pouquinho já no final, quando Wellinton Bruno entrou no lugar do sonolento Cléber Santana e até conseguiu fazer um ou dois bons lances.


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Gosto de Wellington Silva no apoio. Mas, na marcação, é muito afobado e põe muito a perder. Ontem, por mais que o juiz talvez tenha sido muito rigoroso, isso acabou dando em sua expulsão. É algo que ele precisa trabalhar para se tonar um jogador mais confiável, em nível de ser titular de time grande.

Na hora das entrevistas pós-jogo, claro, ninguém do Atlético pensou duas vezes naquele cartão vermelho e concentraram-se apenas no lance do pênalti não marcado em Ronaldinho - que eu até achei que houve. Mas, no resto da partida, o juiz teve uma atuação ruim para os dois lados e foi simpático ao time da casa em várias decisões.

Se eu fosse da diretoria do Atlético, procuraria um convênio qualquer com faculdades de psicologia para garantir tratamento com desconto a todos os seus atletas, membros de comissão técnica e torcedores. As décadas sem título importante criaram nos caras um complexo de perseguição complicado, amplificado por terem Cuca como treinador. A campanha deste ano e o próprio desempenho nos jogos já foi ótimo e eles deveriam estar orgulhosos, em vez de se concentrarem em falar do STJD, do juiz, dos bandeirinhas, dos jornalistas.




31/10/2012 - 22h - Atlético-MG 1 x 1 Flamengo
Estádio Independência - Belo Horizonte, MG
Renda/ Público: 770.050/ 19.945 pagantes

Árbitro: Sandro Meira Ricci (PE)
Auxiliares: Roberto Braatz (PR) e Alessandro Rocha de Matos (SC)
Cartões amarelos: Leonardo Silva e Pierre (CAM); Ibson, Wellington Silva, Amaral e Renato (FLA)
Cartão vermelho: Wellington Silva (FLA) e Carlos César (CAM), no banco

Gols: Renato, aos 27'/1ºT (0-1), Leonardo, aos 12 '/2ºT (1-1)

Atlético-MG: Victor, Marcos Rocha (Neto Berola, 32'/2ºT), Leonardo Silva, Réver e Richarlyson; Pierre (Serginho, 19'/2ºT), Leandro Donizete, Guilherme (Leonardo - intervalo), Bernard e Ronaldinho; Jô - Técnico: Cuca.

Flamengo: Felipe (Paulo Victor, 38'/1ºT), Wellington Silva, Renato Santos, González e Ramon; Amaral, Ibson, Renato e Cleber Santana (Wellington Bruno, 38'/2ºT); Liedson (Welinton - intervalo) e Vagner Love - Técnico: Dorival Júnior.

8 comentários:

Luis disse...

Morei em BH por 3 anos. Nunca tive nada contra o Galo (até porque sempre saímos vencedores contra eles ...) e acho até um time simpático, mas morando lá fiquei impressionado como eles odeiam o Fla por conta da era Zico vs Reinaldo. É até engraçado - acho que eles só odeiam mais o Cruzeiro. Confesso que por causa disso achei bem divertidos os 2 resultados/jogos contra o Galo, principalmente com o Ronaldinho por lá. Phoda-se o Galo e ele ... !!!

André Monnerat disse...

É fato, eles têm um recalque sério com o Flamengo por conta dessa época. Foi o melhor time que eles tiveram na vida e acabou não sendo campeão porque depois bateu de frente com o nosso. Quando conseguiram montar outro time que parecia pronto pra ser campeão, ainda pegou de novo o Flamengo pela frente em 87...

Adriano Melo disse...

Mas o Atlético passou os anos 80 inteiros caindo nas semifinais, além do Flamengo eles perderam pra Santos, Coritiba, Guarani, sempre nas semi, sempre com algum mimimi. Questão é que contra o Flamengo houve algumas circunstâncias específicas.
Sobre o jogo de ontem, achei o time bem focado e armado pra não perder, fazendo bem o trabalho de fechar espaços. Atrapalhou o banco mal montado do DJ, sem opção pras laterais. E a expulsão acabou com o já limitado poder de fogo do time.
O juiz foi medonho, lamentável. Vinha bem até o gol do Flamengo, depois vestiu a camisa de forma absurda.

Felipe disse...

A opção que o Flamengo tem é o Renato que já está no time. Como o Expulso foi o W silva complicou ele.
Sobre o penalti, sinceramente, achei que não foi. O R49 se jogou antes mesmo do contato com o Ibson, que não entrou na fente como o comentarista de arbitragem disse não. Pelo menos é o meu ponto de vista.
SRN

George AFG disse...

Afobado ou não o WS em todos os scouts (fonte GE.COM) de jogos q vi, dos quais ele participou, liderou sozinho ou foi um dos líderes em roubadas de bola do time (inclusive ontem onde não jogou nem um tempo inteiro) é inegável o ganho defensivo q o time tem com ele ali na direita. Infelizmente não tenho as estatísticas de desarmes.

André Monnerat disse...

O negócio, George, é que ele parte para a roubada de bola quase sempre. Deve desarmar bastante mesmo - mas também fica mais sujeito a levar dribles ou fazer faltas, o que cria situações complicadas. Ontem foi expulso no primeiro tempo, no outro jogo fez um pênalti besta - tudo por lance de afobação.

Como falei, gosto dele com a bola. Mas tem que se acertar nisso aí. Pode ser que consiga ainda se desenvolver, começou a enfrentar a cobrança de jogar no Flamengo há pouco tempo.

Paulo Sales disse...

André, como você já vem observando, um dos principais reforços do Flamengo está sendo Renato Santos, que vem dando mais segurança à defesa. Jogando ao lado dele, Fraunches e Gonzalez melhoraram. Nosso problema ainda é a meia, já que Cleber Santana (que deu mais dinamismo ao setor quando chegou) está caindo muito de produção.

Bosco Ferreira disse...

O Mengão não cai mais. A torcida está eufórica, comemorando como se a gente fosse a torcida de uma Portuguesa ou de uma Ponte Preta que não cair é uma glória. Vão dar uma tregua na Pat que vai ser reeleita. Ou, em útimo caso comporá com um dos seus cúmplices e o elegerá. Como pensa pequeno essa nossa grande torcida. Também, quem tem como lider um Peruano e um Capitão, como esperar que pense como um Coronel e brasileiro?