Dá até pra imaginar os tricolores, tensos com o jogo de ontem (mais do que deviam, pois o título já estava mais do que encaminhado), comemorando ao final cantando "time de guerreirooooo!" em frente à televisão. O Flamengo correu muito e superou na base da raça a fragilidade do elenco e o jogador a menos que teve desde o primeiro tempo. Ouvi aqui de um torcedor do Fluminense que teria rolado uma mala branca com a logomarca da Unimed. Não creio, mas considerando o tempo que os jogadores rubro-negros estão sem receber e a vontade que mostraram em campo, até que faria sentido.
Na verdade, apesar de todo o sufoco, Paulo Victor teve que fazer uma única defesa um pouco mais difícil, já no segundo tempo, em um chute de fora da área de Leandro Donizete. No primeiro tempo, o Atlético entrou nervoso demais, pilhado até por sua torcida, que desde o início se preocupou mais em protestar contra o juiz do que em empurrar o time. No segundo, com um jogador a mais, acalmaram-se e conseguiram fazer a bola girar, de um lado pro outro, procurando os espaços em um ataque-contra-defesa que durou 50 minutos. Mas erraram demais o último passe e não tiveram muitas finalizações perigosas.
Houve o gol, claro, e duas bolas na trave - uma num chute de longe de Jô no primeiro tempo, outro em cobrança de falta de Ronaldinho no segundo. Mas, considerando a qualidade dos dois times, o clima no estádio e a expulsão cedo, até que foi pouco. Colaboraram para isso, além da dedicação de todos, belas atuações na marcação de Amaral e González, além de outro jogo seguro de Renato Santos.
Com a bola, o Flamengo foi mal. No primeiro tempo, mesmo com o jogo dando a impressão de estar mais controlado, o time era lento demais na saída da defesa, não tinha contra-ataque nem conseguia manter a posse de bola. No segundo, já com Wellington Silva expulso e com Dorival contando com uma substituição a menos graças à contusão de Felipe, mal conseguiu passar do meio-campo, com Love sozinho no ataque sem conseguir segurar a bola na frente em momento nenhum. A situação melhorou um pouquinho já no final, quando Wellinton Bruno entrou no lugar do sonolento Cléber Santana e até conseguiu fazer um ou dois bons lances.
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Gosto de Wellington Silva no apoio. Mas, na marcação, é muito afobado e põe muito a perder. Ontem, por mais que o juiz talvez tenha sido muito rigoroso, isso acabou dando em sua expulsão. É algo que ele precisa trabalhar para se tonar um jogador mais confiável, em nível de ser titular de time grande.
Na hora das entrevistas pós-jogo, claro, ninguém do Atlético pensou duas vezes naquele cartão vermelho e concentraram-se apenas no lance do pênalti não marcado em Ronaldinho - que eu até achei que houve. Mas, no resto da partida, o juiz teve uma atuação ruim para os dois lados e foi simpático ao time da casa em várias decisões.
Se eu fosse da diretoria do Atlético, procuraria um convênio qualquer com faculdades de psicologia para garantir tratamento com desconto a todos os seus atletas, membros de comissão técnica e torcedores. As décadas sem título importante criaram nos caras um complexo de perseguição complicado, amplificado por terem Cuca como treinador. A campanha deste ano e o próprio desempenho nos jogos já foi ótimo e eles deveriam estar orgulhosos, em vez de se concentrarem em falar do STJD, do juiz, dos bandeirinhas, dos jornalistas.
31/10/2012 - 22h - Atlético-MG 1 x 1 Flamengo
Estádio Independência - Belo Horizonte, MG
Renda/ Público: 770.050/ 19.945 pagantes
Auxiliares: Roberto Braatz (PR) e Alessandro Rocha de Matos (SC)
Cartões amarelos: Leonardo Silva e Pierre (CAM); Ibson, Wellington Silva, Amaral e Renato (FLA)
Cartão vermelho: Wellington Silva (FLA) e Carlos César (CAM), no banco
Gols: Renato, aos 27'/1ºT (0-1), Leonardo, aos 12 '/2ºT (1-1)
Atlético-MG: Victor, Marcos Rocha (Neto Berola, 32'/2ºT), Leonardo Silva, Réver e Richarlyson; Pierre (Serginho, 19'/2ºT), Leandro Donizete, Guilherme (Leonardo - intervalo), Bernard e Ronaldinho; Jô - Técnico: Cuca.
Flamengo: Felipe (Paulo Victor, 38'/1ºT), Wellington Silva, Renato Santos, González e Ramon; Amaral, Ibson, Renato e Cleber Santana (Wellington Bruno, 38'/2ºT); Liedson (Welinton - intervalo) e Vagner Love - Técnico: Dorival Júnior.
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8 comentários:
Morei em BH por 3 anos. Nunca tive nada contra o Galo (até porque sempre saímos vencedores contra eles ...) e acho até um time simpático, mas morando lá fiquei impressionado como eles odeiam o Fla por conta da era Zico vs Reinaldo. É até engraçado - acho que eles só odeiam mais o Cruzeiro. Confesso que por causa disso achei bem divertidos os 2 resultados/jogos contra o Galo, principalmente com o Ronaldinho por lá. Phoda-se o Galo e ele ... !!!
É fato, eles têm um recalque sério com o Flamengo por conta dessa época. Foi o melhor time que eles tiveram na vida e acabou não sendo campeão porque depois bateu de frente com o nosso. Quando conseguiram montar outro time que parecia pronto pra ser campeão, ainda pegou de novo o Flamengo pela frente em 87...
Mas o Atlético passou os anos 80 inteiros caindo nas semifinais, além do Flamengo eles perderam pra Santos, Coritiba, Guarani, sempre nas semi, sempre com algum mimimi. Questão é que contra o Flamengo houve algumas circunstâncias específicas.
Sobre o jogo de ontem, achei o time bem focado e armado pra não perder, fazendo bem o trabalho de fechar espaços. Atrapalhou o banco mal montado do DJ, sem opção pras laterais. E a expulsão acabou com o já limitado poder de fogo do time.
O juiz foi medonho, lamentável. Vinha bem até o gol do Flamengo, depois vestiu a camisa de forma absurda.
A opção que o Flamengo tem é o Renato que já está no time. Como o Expulso foi o W silva complicou ele.
Sobre o penalti, sinceramente, achei que não foi. O R49 se jogou antes mesmo do contato com o Ibson, que não entrou na fente como o comentarista de arbitragem disse não. Pelo menos é o meu ponto de vista.
SRN
Afobado ou não o WS em todos os scouts (fonte GE.COM) de jogos q vi, dos quais ele participou, liderou sozinho ou foi um dos líderes em roubadas de bola do time (inclusive ontem onde não jogou nem um tempo inteiro) é inegável o ganho defensivo q o time tem com ele ali na direita. Infelizmente não tenho as estatísticas de desarmes.
O negócio, George, é que ele parte para a roubada de bola quase sempre. Deve desarmar bastante mesmo - mas também fica mais sujeito a levar dribles ou fazer faltas, o que cria situações complicadas. Ontem foi expulso no primeiro tempo, no outro jogo fez um pênalti besta - tudo por lance de afobação.
Como falei, gosto dele com a bola. Mas tem que se acertar nisso aí. Pode ser que consiga ainda se desenvolver, começou a enfrentar a cobrança de jogar no Flamengo há pouco tempo.
André, como você já vem observando, um dos principais reforços do Flamengo está sendo Renato Santos, que vem dando mais segurança à defesa. Jogando ao lado dele, Fraunches e Gonzalez melhoraram. Nosso problema ainda é a meia, já que Cleber Santana (que deu mais dinamismo ao setor quando chegou) está caindo muito de produção.
O Mengão não cai mais. A torcida está eufórica, comemorando como se a gente fosse a torcida de uma Portuguesa ou de uma Ponte Preta que não cair é uma glória. Vão dar uma tregua na Pat que vai ser reeleita. Ou, em útimo caso comporá com um dos seus cúmplices e o elegerá. Como pensa pequeno essa nossa grande torcida. Também, quem tem como lider um Peruano e um Capitão, como esperar que pense como um Coronel e brasileiro?
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