Bayer Leverkusen abre concorrência para conseguir patrocinador. Por que não pensar nisso para o Flamengo?

O Bayer Leverkusen é outro rubro-negro que se viu sem patrocínio master este ano. Mas escolheu uma maneira muito diferente da do Flamengo de lidar com a situação.


O Bayer Leverkusen, time onde hoje joga Renato Augusto, teve encerrado recentemente o contrato de dois anos de patrocínio que tinha com a empresa de energia TelDaFax. Ficar sem marca em sua camisa para a próxima temporada, óbvio, é algo que não passa pela cabeça dos diretores do clube - não apenas pelo buraco que abriria no orçamento, mas também pelo desperdício que seria ficar com o espaço vago na camisa tendo uma vaga garantida na Champions League, após o vice-campeonato da Bundesliga 2010-2011.

E eis que o clube alemão escolheu uma forma bastante objetiva para conseguir um novo contrato: abriu uma concorrência pública da qual qualquer empresa de publicidade terá a mesma oportunidade de participar. A decisão foi comunicada com este anúncio:



Na peça, bastante objetiva, há o destaque para a participação na Champions League, alguns dados sobre o tamanho da exposição do clube na mídia e as maneiras de se entrar em contato e saber como entrar na concorrência. Entre elas, um site onde há o formulário de cadastro para receber toda a documentação da concorrência.

Mesmo na Europa, esta iniciativa do Bayer está sendo vista como algo inovador. No Brasil, já vi clubes abrirem concorrência para escolher seu novo fornecedor de material esportivo - o Flamengo mesmo fez isso, mas em um processo que pareceu o tempo todo ser feito só pra confirmar a escolha da Olympikus sem dar muita brecha para contestações judiciais da Nike. Mas para patrocinador mesmo, que eu tenha notícia, nunca aconteceu.

Por que não?


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Pensando no curto prazo, o Flamengo precisa de um patrocinador pra ontem, nem que seja pra ajudar nas contas só até o final da temporada. Acho que algo como o que o Bayer está fazendo é bastante válido, mas para este momento específico tenho dúvidas se seria a maneira mais ágil de resolver o problema de momento - até porque não sei como andam as negociações em curso do clube com as empresas interessadas.

Mas a Folha de S. Paulo publicou no fim de semana que o Flamengo está perto de assinar com a Peugeot, por R$15 milhões anuais. Não sei se vai se confirmar. Para comparação, o contrato do Botafogo com a João Fortes Engenharia é de R$12 milhões por ano.

5 comentários:

Fernando Almenara disse...

A Patricia Amorim fala em não desvalorizar a marca mas enquanto isso o time tá perdendo dinheiro... Se o Flamengo tivesse com dinheiro sobrando blz... mas esse não é o caso e pelo visto, por muito tempo não será!

Daniel Mesquita disse...

A duas semanas atras eu fiz o mesmo para conseguir o patrocionio do uniforme de futebol da empresa onde eu trabalho. Fiz o desenho da camiseta e no espaço destinado ao patrocinador deixei um "anuncie aqui" e mandei para fornecedores nosso. No mesmo dia recebi a resposta de uma industria de descartaveis, Termopot, que se disponibilizou a bancar os custos do uniforme. Para mim era algo bem comum.

Gusthfreitas disse...

É não trabalho na area mais gosto muito de Marketing esportivo, esta medida adotada pelo Leverkusen foi bastante simples, objetiva e barata, mais como é 1 clube de futebol famoso, tomou grandes proporções.

Unknown disse...

O Erich Beting também comentou no blog dele (http://negociosdoesporte.blogosfera.uol.com.br/2011/06/20/comunicar-e-preciso-e-ajuda-no-patrocinio/).

E ainda colocou outros dois anúncios, repetindo uma crítica que sempre faz não só aos clubes brasileiros, mas aos patrocinadores, a quem chama justamente de míopes.

O que me chama mais atenção é o anúncio da Inter, que reúne anualmente seus patrocinadores em um evento, de forma a aproximá-los e gerar negócios entre eles (já li que o Milan faz o mesmo e imagino que seja comum na Europa).

Isso tudo parece estar anos luz daqui. Inacreditável que coisas tão simples e óbvias passem tão longe das pequeninas cabeças de nossos dirigentes e pessoal de marketing dos clubes.

ricardo disse...

O problema é que fazendo uma concorrência com transparência, não tem espaço para os conchavos.

Na surdina sempre tem espaço para os facilitadores saírem ganhando.

Não se esqueça que somos o país da corrupção, hoje arraigada em toda a população, uns mais outros menos, mas desde a propina pro guarda não multar, a gorjeta maior pro garçom da festa atender melhor até as gordas comissões nos grandes negócios.

Com transparência isso tudo acaba.

Saudações