Exemplo de esportividade na Espanha - e o contrário acontecendo no Brasil

O time do Valencia receberá o Real com palmas no gramado, após o título da Copa do Rei. Enquanto isso, a PM do Paraná pede que o Coritiba não se arrisque a comemorar um campeonato na Arena da Baixada.


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Neste sábado, a partida entre Valencia e Real Madrid, pelo Campeonato Espanhol, vai trazer uma das tradições mais interessantes do futebol espanhol - e uma das mais difíceis de imaginar se repetindo aqui: o pasillo.

Como vocês sabem, no meio de semana o Real foi campeão da Copa do Rei em cima do Barcelona. E manda a tradição por lá que, na partida seguinte à conquista de um título, o adversário receba o time recém-campeão perfilado e o aplauda na sua entrada no gramado. É o que o Valencia fará para receber o Real Madrid, antes do início da partida, que acontecerá em Valencia - exatamente onde o Real levantou a taça.

- É uma prova de respeito, de educação e de protocolo, apenas isso. Estou certo de que nossa torcida gostaria que, quando sua equipe for campeã, os torcedores adversários o reconheçam - falou sobre isso Roberto Soldado, jogador do Valencia, explicando que seu time fará o pasillo para o Real sem qualquer problema.

Não há obrigação legal nenhuma da equipe seguir esta tradição e creio que nem sempre isso é feito. Mas vejam que pode acontecer até em situações que envolvam grandes rivais. Em 2008, por exemplo, o Real Madrid se sagrou campeão espanhol justamente na partida anterior ao clássico contra o Barcelona. No jogo seguinte, o Barça recebeu com aplausos, no campo do adversário, o time merengue:




Enquanto isso, no Brasil...

Por coincidência, no mesmo fim de semana em que veremos o pasillo na Espanha, temos um exemplo contrário no Brasil. O Coritiba pode vir a se tornar campeão paranaense com um empate no Atletiba que acontecerá na Arena da Baixada; ninguém está pedindo para o time do Atlético bater palmas em campo caso o rival ganhe o título, mas o que está acontecendo vai bem além: a polícia paranaense recomendou que, ao contrário do que manda o regulamento da competição, o troféu não seja entregue dentro de campo. “Não podemos garantir a integridade dos atletas em meio a cerca de 20 mil atleticanos”, declarou um tenente da PM.

O Atlético já havia, em ano anterior, proibido a entrega da taça ao Coritiba em seu estádio, mas desta vez a coisa parte das autoridades. Em entrevista à CBN, o mesmo policial, questionado sobre a possibilidade de um gol do Coritiba, afirmou que "não poderia impedir, mas o jogador assumiria os riscos". É o fim do mundo.

E o pior é que o clima na cidade contribui para dar razão aos policiais que admitem a incapacidade de manter a segurança no estádio, com episódios de violência durante a semana envolvendo torcidas organizadas dos dois times. A diretoria do Coritiba já decidiu que, por via das dúvidas, não vai mesmo arriscar a pele de seus jogadores comemorando um possível título.

3 comentários:

Bosco Ferreira disse...

O problema aí é a incompetencia estatal. O estado negando-se a cumprir o seu papel.

A solução seria no fim do jogo os dois times decerem para o tunel, o campeão aguarda a saida da torcida atleticana e volta para receber o troféu e dá a volta olimpica sob os aplausos da sua torcida.

É só um pouco de boa vontade, A polícia quer é ir cedo para casa e fica com essa onda.

Unknown disse...

Como diz um amigo meu, um dia, quem sabe, seremos um país. Um dia, talvez sejamos civilizados.

SRN

Bosco Ferreira disse...

Ricardo Nagato;

O problema não é o país, dizer que o problema é o país é a maior das hipocrisias.

O país é ótimo, fenomenal, o problema é o eleitor que só elege político que seja parecido com ele.