No Fluminense, não são só os dirigentes novatos que estão errando - mas também profissionais reconhecidos

Além dos micos seguidos na busca por um técnico, o clube tem que lidar com falhas de empresas contratadas que são reconhecidas no mercado.

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Muitas vezes, diz-se por aí que os clubes brasileiros resolveriam seus problemas de gestão entregando a administração de setores diversos a empresas especializadas e reconhecidas em seus ramos. Mas eis que a situação atual do Fluminense mostra que nem sempre vai ser assim.

Causou uma certa polêmica, por conta do alto valor para um clube tão endividado, o contrato recente do Fluminense com a FSB. A empresa assumiu a atribuição de tocar toda a comunicação corporativa do clube, lidando com todos os públicos-alvo - imprensa, governo, sócios, conselheiros e torcedores. Independente da discussão sobre o valor, ninguém discutiu que trata-se de uma empresa reconhecida no mercado, com 30 anos de atuação e experiência com clientes de porte.

Pois não é que mesmo assim o Fluminense conseguiu ontem anunciar antes da hora o acerto com Gilson Kleina, para depois passar o vexame de vê-lo desmentindo o clube e negando a transferência?

Não é o único caso de empresa famosa que falhou com os tricolores: dá pra citar a Traffic nisso aí. O narrador Luis Roberto andou cobrando no ar, tanto em transmissões de jogos pela Globo quanto no Bem, amigos de ontem no Sportv, que o Fluminense fizesse uma promoção que baixasse bastante o preço do ingresso para Fluminense x América do México. Só que a grande dificuldade do clube para fazer isso está no programa Guerreiro Tricolor, formatado e gerido pela Traffic. O pacote de ingressos foi criado com um preço alto demais - R$80 por jogo da Libertadores, sem direito a meia! -, e agora o clube não pode baixar de qualquer maneira o valor da entrada avulsa para não causar problemas com quem investiu alto para aderir à campanha. E já ouvi de tricolores que compraram o cartão que ele nem funciona realmente para passar na roleta do Engenhão; ficam funcionários na entrada do estádio, dando uma olhada nos cartões e liberando o acesso.

É óbvio que a diretoria do clube também tem sua responsabilidade, já que aprovou o projeto da Traffic. Fica o alerta para o Flamengo, que está entregando também à empresa a criação de seu próprio programa de sócio-torcedor.


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As coincidências continuam entre o Fluminense-2011 e o Flamengo-2010. Como aconteceu com o Flamengo ano passado, agora o Fluminense corre atrás de um treinador sem saber ainda quem dirigirá seu Departamento de Futebol daqui pra frente - sofrendo não só com o vácuo de poder, mas também com a recusa de quem gostaria que assumisse a direção do time. A diferença aí é que o Flamengo levou um não apenas de Joel Santana; já no Fluminense, já perdi a conta de quantos deram toco. E, curiosamente, pode até acontecer de ser justamente Joel a assumir o tricolor.

E aí, seguindo nas coincidências, mas em outra linha: já imaginaram se, assim como aconteceu na passagem anterior de Luxemburgo pelo Flamengo, Joel Santana conseguir levar o Fluminense à final do Estadual fazendo seu time renascer após uma crise daquelas?


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Não conheço tricolor que goste da ideia de Joel Santana nas Laranjeiras. É consenso que o melhor mesmo é esperar Abel poder voltar ao Brasil, pois não contam mesmo muito com a possibilidade de salvar o primeiro semestre. Mas como Fred andou dando declaração de que quer um treinador lá "pra ontem", e Celso Barros também não parece muito decidido a aguardar Abelão, pode ser que Joel apareça por lá mesmo.

O curioso é que, matematicamente, até que as chances do Fluminense passar de fase na Libertadores não são tão reduzidas assim. Acredito que, se vencer o América do México amanhã e conseguir um empate com o Nacional na próxima rodada, o time chegará ao seu último jogo dependendo apenas de si para se classificar.


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Vejam a ironia do destino: ano passado, os tricolores batiam no peito com orgulho, graças a um treinador que decidiu encher a boca para dizer que "importante é cumprir seus compromissos" para recusar uma oferta pra trocar de emprego.

Eis que, este ano, o Fluminense vai sofrendo com um monte de treinadores fazendo exatamente a mesma coisa - só que recusando propostas do próprio Fluminense.

2 comentários:

Luis disse...

Como dizem os americanos, "I don´t give a shit" por qualquer coisa do Fluminense, mas confesso que fiquei irado ao ver que eles nos bateram e agora conseguem ser mais incompetentes e aloprados do que o Mengão tem sido nos últimos vários anos!!!!!!

FuteB.R.O.N.C.A.! disse...

Bacana o blog, to seguindo!
Topa parceria? Aproveito e convido a seguir tb o FuteB.R.O.N.C.A.!

Fico no aguardo, contato: blogfutebronca@gmail.com

Saudações!!!