Jogadores de futuro no time do Flamengo que joga a Taça São Paulo

O Flamengo perdeu muitas oportunidades, acabou empatando com o Mogi-Mirim e colocou em risco sua classificação para a segunda fase da Taça São Paulo. Mas, falando sério: quando se trata de jogo das categorias de base, o resultado é o que menos importa. O interesse em ver a partida era ter uma ideia se tem ou não alguém de futuro ali. E, neste ponto, até que o jogo foi bem interessante.

De modo geral, o time do Flamengo que entrou em campo ontem mostrou jogadores de bom nível. Não digo que vá sair algum craque de lá, ou que algum deles já esteja pronto pra jogar de titular entre os profissionais - não parece ser o caso mesmo, analisando apenas por este jogo. Mas a média me pareceu boa.

Dois jogadores me chamaram mais atenção. Um é o volante Muralha, que já foi relacionado para a pré-temporada dos profissionais em Londrina e deixou o jogo no intervalo - não deve mais jogar pela Taça São Paulo. Marca e se coloca bem e, com a bola no pé, sabe o que fazer. Espero mesmo que não deixe de ter oportunidades por ser preterido por um Fernando da vida. No cenário atual do elenco do Flamengo, que tem uma certa carência de volantes (quem diria...), ele pode ser mesmo aproveitado.

O outro é o armador Adryan, meia ofensivo que encosta bastante nos atacantes. No primeiro tempo, quando o time como um todo esteve melhor, ele se mexeu bem, chamou o jogo, deu bons passes e boas arrancadas. É rápido, objetivo e tem bom controle de bola. No segundo tempo, no entanto, caiu de produção; fisicamente, parece faltar ainda um tanto pra ter condições de jogar no time de cima. Mas deve-se levar em consideração que ele é o mais novo do time e ainda tem tempo pra ser trabalhado. É questão de saberem prepará-lo.

Os atacantes é que pareceram abaixo do nível do time. Rafinha, que veio do CFZ, causou polêmica entre Zico e o Conselho Fiscal e costuma receber muitos elogios, entrou apenas durante o segundo tempo. Pareceu habilidoso e objetivo, mas ainda é muito frágil fisicamente - difícil dizer se aguentaria o tranco entre os adultos. É mais um que precisa de preparação física.

Os titulares na frente foram Lucas, que foi discreto, e Negueba - o único do time que eu já havia visto jogar um pouco, na oportunidade que Luxemburgo lhe deu nos profissionais. Pois ontem ele foi, na maior parte do tempo, irritante. Colocou uma banca de "dono do time" e foi extremamente individualista, sem produzir muito de útil (fora perder uma chance na cara do gol no primeiro tempo). Melhorou um pouquinho no segundo tempo, quando o time ficou com um a menos e ele começou a recuar mais para armar o jogo; aí, resolveu soltar mais a bola e até deu um ou outro passe interessante. Talvez Luxemburgo não esteja tão certo em afirmar que ele só leva jeito como atacante.

Um comentário:

Bosco Ferreira disse...

O Zico apostava muito na revelação de craques e até ia aos jogos incentivar a garotada. Nesse momento esses cartolas do Fla parece que só pensam em vender nas fraudas.