O G3 voltou a ser G4, beleza. Mas muita coisa ainda tem que mudar

A Conmebol, afinal, decidiu desfazer o que tinha feito no meio do caminho e voltaram a ser quatro os classificados através do Campeonato Brasileiro para a Libertadores. Isso se não for um clube brasileiro o vencedor da Copa Sul-Americana, que acaba poucos dias depois do nosso campeonato nacional, o que vai fazer com que o quarto (ou quinto, ou sexto, dependendo das posições de Santos e Inter) – colocado não saiba, ao fim da competição, se garantiu ou não sua vaga). Enfim: fato é que tudo isso deixou claro que o calendário precisa de ajustes.


Não acho ruim que a Sul-Americana dê uma vaga para a Libertadores. É bom haver mais uma competição internacional no continente, mas ela realmente nunca ganharia algum valor se não houvesse algo de importante em jogo nela.

Porém, do jeito que a coisa está montada hoje, quem acaba numa posição intermediária no Brasileiro tem oportunidades melhores de disputar no ano seguinte uma vaga na Libertadores do que quem acaba na ponta. Quem joga a Libertadores em um ano só voltará a disputá-la no ano seguinte se conseguir a classificação na própria Libertadores ou no Brasileiro, dois campeonatos muito difíceis; já os que terminaram no meio da tabela do Brasileiro no ano anterior disputam vagas na Libertadores em três campeonatos, dois deles de nível mais baixo: a Copa do Brasil e a Sul-Americana.

Antes já era claro que tinham que dar um jeito dos clubes que jogam a Libertadores também poderem disputar a Copa do Brasil. Mas agora isso tem que ser feito de qualquer maneira. A CBF mostrou, ao conseguir mudar a decisão anterior da Conmebol sobre a forma de definir as vagas da Libertadores, que tem condições de fazer sua vontade valer quando realmente quer. É hora dela e dos clubes brasileiros usarem seu peso para conseguir algo mais difícil, mas que é óbvio: que a Sul-Americana e a Libertadores sejam disputadas ao mesmo tempo, com clubes totalmente distintos uma da outra, o que liberaria as datas necessárias.

Tem muito mais o que melhorar no calendário brasileiro e sul-americano (já escrevi minhas ideias aqui, aqui e aqui). Mas este seria um primeiro passo que é difícil com o qual é difícil que alguém no Brasil discorde.