Renato de volta ao Flamengo. Como ele estava nos Emirados Árabes?

Renato foi anunciado hoje oficialmente como o primeiro "grande reforço" da era Zico. Basta dar uma olhada pelo Orkut e pelo Twitter pra ver que a maioria dos torcedores rubro-negros gosta da ideia, com certeza lembrando dos gols que sua bomba de perna esquerda garantia anos atrás. Mas como ele andou jogando desde que saiu do Brasil?


Renato deixou o Flamengo em 2007 para ir jogar no Al Nasr, dos Emirados Árabes. Sua primeira temporada foi boa: fez 12 gols em 23 jogos e continuou se destacando pelos chutes de fora da área, como fazia no Brasil. Pelo desempenho, foi contratado para a temporada seguinte pelo Al Shabab, que havia sido campeão nacional e é o maior rival do Al Nasr.

Na sua primeira temporada pelo novo time, Renato não manteve o desempenho. Treinado por Toninho Cerezo, fez apenas 2 gols e ainda envolveu-se em uma polêmica com o atacante Salem Saad, que era capitão do time. Os dois brigaram durante um jogo pela Liga dos Campeões da Ásia e Saad acabou sendo punido e posto à venda por conta do incidente.

A última temporada de Renato pelo Al Shabab já foi melhor. Fez 7 gols no campeonato nacional, terminando como vice-artilheiro do time - o goleador principal foi o centro-avante Pedrão, ex-Barueri. O time, no entanto, não foi tão bem e terminou o campeonato apenas na sétima colocação. Chegou perto do título da Copa local, mas perdeu na final (em que Renato chegou a fazer um gol) para o modesto Emirates, que assim conquistou seu primeiro título de expressão.


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Em sua primeira passagem pelo Flamengo, Renato chegou sem muito alarde e acabou se tornando um grande destaque de um time certamente mais limitado do que o que vimos nas últimas temporadas. Não é um jogador exatamente habilidoso, não é um grande marcador, nem se destaca pela qualidade do passe; para tornar-se importante, ele tinha um futebol que se baseava em bom preparo físico, bastante raça e, claro, a bomba de perna esquerda que garantiu muitas vitórias importantes.

Porém, à medida que sua fama ia crescendo, Renato também ia deixando a humildade de lado. A raça, imprescindível para se destacar, nem sempre se manteve no mesmo nível. O aproveitamento nos chutes foi diminuindo; a cada gol, eram outras 10 bolas na barreira ou na bandeirinha de escanteio. O rendimento foi caindo, muitos (inclusive internamente) o viam como "mascarado" - e chamava a atenção o fato dele nunca ter sido substituído, em qualquer jogo, desde que chegara ao clube. Quando saiu, apesar de ainda ser visto como um jogador importante, não era nenhuma unanimidade. E depois daquilo o time se reforçou e realmente subiu de nível.

Não sei quanto estão gastando em Renato e, por isso, não vou entrar neste mérito. Também não sei como anda seu preparo físico hoje em dia - não é mais nenhum garoto e seu futebol depende muito de estar realmente em forma. Mas acredito que, se chegar com humildade e não for escalado como o grande armador do time - não é! -, pode ser útil.


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Foi bom ver o Flamengo fechando uma contratação e isso sendo anunciado em primeira mão no site oficial do clube, antes da notícia sair em qualquer portal por aí.

E, embora por aqui a contratação já viesse sendo tratada como certa desde a semana passada, até outro dia jornalistas do Sul falavam da forte possibilidade dele ir para o Grêmio.

Corrigindo - esqueçam este parágrafo aí em cima. A notícia "de outro dia" é do ano passado. Gostaria de ter um estagiário no blog pra poder culpar por essa. Um dia eu chego lá.

6 comentários:

Unknown disse...

André muito bom o post , mas não entendi o último paragrafo, vc fala que " até outro dia jornalistas do Sul falavam da forte possibilidade dele ir para o Grêmio." mas a noticia do link é de 2009.
Mas a pergunta que eu faço é diferente da sua.. COMO ELE ESTARÁ NESSE TIME "NOVO" DO FLAMENGO.?!

Bosco Ferreira disse...

Não acho que tenha sido uma bôa contratação levando-se em conta a pedida dele, em torno de R$300 mil.

Não sei quanto o CRF vai paga-lo mas pela idade e o que jogava lá, ele não tem merecimento para salário acima de R$120 mil reais.

Fabricio C. Boppré disse...

De uma matéria do Globoesporte: "(...) Renato assinou com o Flamengo até dezembro de 2011. A diretoria rubro-negra não precisou gastar nada com sua transferência. Apenas com as luvas e salários do apoiador. (...)". Eu gostei da contratação. Não acho o Renato nenhum primor técnico, mas acho que é um cara que não foge, que pede a bola, que arrisca, chuta bem, e de vez em quando, arranja uns bons passes mais longos sim. Acho que ele vai dar uma maior, como dizer?, estatura moral ao nosso meio-campo, que para mim é nosso setor mais confuso hoje. Maldonado mais preso atrás, Willians pela direita subindo e descendo, Renato fazendo o mesmo pela esquerda, e Pet mais solto. Esse é o meu meio hoje.

Unknown disse...

Impressionante mas vou concordar em 100% dos seus comentários.

O Renato cairá bem no time mas ainda estou muito preocupado com a "fartura" de atacantes que o Flamengo tem no elenco e, pelo visto, na retomada do brasileiro será isto que vem treinando.

Serão 5 jogos em que qualquer ponto que fizermos será importante.

Joviano Caiado disse...

Caro Monnerat. permita-me discordar de sua opinião no que diz respeito à parte técnica/habilidade de Renato. Realmente ele se destacava como grande chutador, mas eu me recordo de sua habilidade tb na armação, a ponto de ter sido elogiado, certa vez, por Rivelino, qdo questionado a respeito da pouca habilidade dos armadores do futebol brasileiro daquela época. Rivelino concordou, mas disse que um que o havia impressionado foi exatamente Renato, em razão de um "passe de rosca" que colocou um atacante na cara do gol. Acho Renato habilidoso, com boa visão de jogo e possuidor de forte chute. O que notei no final de sua passagem pelo Flamengo foi uma desmotivação, talvez pelos salários que atrasavam barbáridade, Com o patrocínio atual, com ´Patrícia e Zico administrando, volta a credibilidade da instituição. Todos passam a confiar e a equipe passa a se apresentar sempre motivada.
Abs.

Joviano Caiado disse...

Errata: Após "Caro Monnerat" há vírgula, não ponto.
Barbaridade não tem acento.
Um erro aqui e outro ali, tudo culpa de um estagiário, que em futuro distante talvez venha a trabalhar por aqui. Trabalho só em minha "oficina", mas, como chefe de redação vaidoso, não assumo erros e culpo um estagiário do futuro. (rsrsrsrs). Brincadeira... faz falta um revisor!
abs.