A HSBC Arena é mesmo a casa ideal pro basquete rubro-negro?

O público para a quarta partida da série final do Brasileiro de basquete foi bom na HSBC Arena - mas poderia ser melhor. Tinha mais gente ontem no ginásio do que na primeira partida, mas a casa ainda não ficou lotada. A diferença é que, desta vez, mesmo com espaço lá dentro, acreditem: muita gente ficou de fora.


Saí tarde de casa em direção ao jogo e, por conta de um trânsito inesperado, acabei chegando por lá com a partida já iniciada. Ainda assim, a fila para comprar ingressos era simplesmente monstruosa do lado de fora, a ponto de me perguntar se não estava enganado quanto ao horário do jogo. Não seria mais tarde? Por que ainda teria tanta gente assim disposta a toda essa espera pra conseguir entrar?

Acabamos comprando nossos ingressos nas mãos de um cambista, pois se entrássemos na fila, com certeza só entraríamos na arena quando o jogo estivesse terminando. Lá dentro, já com o segundo quarto em andamento, vimos que o público era bom, mas ainda havia muitos lugares vagos. E daquele momento até o final do jogo, o público não aumentou muito. A maioria das pessoas que estavam de fora deve mesmo ter desistido.

A verdade é que a HSBC Arena é muito bacana, confortável, moderna e tudo o mais - mas nunca ficou 100% pronta. As rampas de acesso do lado de fora, até hoje, são feitas de uma estrutura metálica com jeito de provisória, mas isso é o de menos, pois elas cumprem sua função. O pior são as pouquíssimas bilheterias, também  montadas com cara de que não são pra valer. Simplesmente não há a menor condição de fazer lá um evento de casa cheia em que muita gente vá comprar o ingresso na hora.

Ir pra lá assistir aos jogos decisivos do basquete do Flamengo sempre é um programão, e foi mais uma vez. Mas taí algo em que a organização destas partidas precisa se preparar melhor nas próximas oportunidades.

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É muito bom o Flamengo ter a moderna arena como sua casa nas finais, ou até nos playoffs. E sabemos que o time ganha muito em estrutura para treinar tendo ela disponível.

Mas está claro que ela é grande demais para o tamanho do público que acompanha o basquete. Dá pra contar nos dedos de uma mão o número de jogos na temporada em que a presença da torcida foi compatível com o tamanho do ginásio. Mesmo na primeira partida da final, o público ficou em cerca da metade da capacidade da HSBC Arena.

Patrícia Amorim poderia pensar em procurar parceiros para erguer na sede do clube uma nova arena que pudesse servir de casa não só para a maioria dos jogos do basquete, mas também para futsal e vôlei. O Rio de Janeiro é carente de um ginásio deste porte (a opção é sempre o do Tijuca para eventos com apelo e necessidade de estrutura, mas não o bastante para encher o Maracanãzinho ou a HSBC Arena) e não há localização melhor do que a Gávea para uma arena como esta, que ainda poderia ser preparada para receber outros tipos de eventos e gerar dinheiro para o clube.

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Quanto ao jogo, foi uma boa mostra de que o Flamengo pode sim sobreviver sem Marcelinho - que, aliás, já havia sido coadjuvante na partida anterior, em Brasília. Com ele no banco em quase todo o tempo, por conta das muitas faltas do início, Duda novamente se destacou e foi muito bem acompanhado por Jefferson, que foi bem melhor do que no restante da série. Teichmann e Vágner também merecem destaque, por conseguirem dar ao time a presença de garrafão que muitas vezes faltou em outros jogos. O time foi sempre bem na defesa (apesar de falhar em vários momentos no rebote defensivo) e seguro no ataque, com as bolas caindo sempre com regularidade.

Porém, a verdade é que o Universo jogou muito mal. Alex deu entrevista no fim do jogo falando de erros na defesa, mas me impressionou ainda mais o péssimo aproveitamento no ataque - e a total falta de poder de reação. Foi a primeira partida fácil de toda a série, depois de três jogos decididos sempre nos últimos segundos.

Agora é aguardar o resultado do julgamento do STJD, que pode desfalcar o Flamengo de muita gente para o jogo decisivo. Mas mesmo que todos joguem, não dá pra esperar a tranquilidade de ontem.

3 comentários:

oPerna disse...

Concordo, mas concordo é muito com o q disse.

Ontem cheguei na arena meio tarde para comprar o ingresso, tudo bem que sabia da fila q ia pegar, mas me espantei com o tamanho dela, tive que fazer uma rataria monstra para conseguir meu ingresso e no setor 3 pq estava sem grana.

O pior de tudo foi ver a galera se amontoando para comprar ingresso em uma bilheteria, e ver a outra logo do lado vazia vendendo ingresso para um show q só vai acontecer em outubro, tenha dó né, não pode parar de vender só um dia??

E me espantei tbm com a proporção da quantidade de gente do lado de fora para a quantidade de gente que entrou, estava esperando uma arena lotada e vi no máximo uma cheia, se eles colocam um telão do lado de fora ia ter mais gente nos portões que nas arquibancadas, lamentável isso.

Enfim, mas todo o esforço q fiz valeu a pena, esse time do chupeta só me dá alegrias, até quando perde é com honra.

e tenho dito.

SRN

André Amaral disse...

Eu fiquei sabendo que tinha gente mesmo do lado de fora mas não sabia que tinha tanta gente como tu relatou!

Uma pena, porque quando a torcida resolve ir, acontecem essas coisas!

E a Arena deveria ser usada apenas para as finais, ou então buscar recursos para essa boa idéia de cotruir a Arena na Gávea, com capacidade para sete, oito mil, que serviriam para basquete, vôlei e futsal!

O jogo foi mais fácil do que eu esperava, Marcelinho nem tinha como pedir pra voltar, tamanho a força do elenco que deu conta do recado.

Unknown disse...

Por traz da bagunça na venda de ingressos, sempre está a BWA.
Enquanto o Flamengo for refem dessa empresa, a coisa não vai melhorar.