Um dia na Gávea

Aproveitei ontem o dia de sol no Rio e minha carteirinha de sócio pra ir à Gávea, e ver como andam as melhorias na sede anunciadas por Patrícia Amorim. A maior curiosidade era mesmo em relação ao parque aquático, do qual muito se falou estes dias graças à contratação de César Cielo - e que ganhou novos vestiários. Realmente eram mais do que necessários, pois do jeito que estava era absolutamente inviável utilizá-los.

Bem, o que as piscinas do Flamengo ganharam não são exatamente vestiários, e sim banheiros utilizáveis. Limpinhos e novos, claro; uma enorme evolução para o sócio. Mas o espaço é pequeno. No masculino, até há dois chuveiros, mas não há um banco, não há ganchos para pendurar as roupas, não há armários, enfim. Se eu decidisse, por exemplo, fazer natação por lá de manhã, tomar banho no clube e ir direto pro trabalho, não seria confortável. Pelo que minha esposa falou, para as mulheres - que necessitam um tantinho mais do que os homens nessa área -, a situação não é melhor.

Enfim: pra passar um sábado de sol na piscina com a família, foi um belo ganho de "qualidade de vida", o tipo da coisa que não era tão complicada e tinha mesmo que ser feita. Soma-se às grades pintadinhas de vermelho e preto, à nova escada de alumínio no lugar da antiga e precária de madeira, às cadeiras e guarda-sóis novinhos, com o escudo do Flamengo e a marca da Olympikus. Mas pra quem for lá fazer exercício (e, afinal, a ideia é receber por lá atletas de ponta...), ainda há muito o que fazer, e eles sabem disso. Um vestiário de verdade precisa ser construído - quem sabe embaixo das antigas arquibancadas, que estão em estado ainda deplorável.

As melhorias no clube são visíveis. Há muros que foram pintados, buracos que foram fechados. Já no fim da gestão de Delair, duas das quatro quadras poliesportivas que estavam há anos em escombros foram recuperadas. Há evolução, mas ainda há muito o que fazer - os bares todos de lá, por exemplo, até hoje não aceitam cartão de débito, apenas dinheiro vivo. Até nessa questão simples da higiene dos banheiros; se os da piscina estão novos, os da área do restaurante, próximo ao campo de treino, estão lamentáveis, necessitando de cuidados muito básicos - como repor papel higiêncio e colocar suporte para os rolos, passar um rodo no chão, colocar trancas nas portas das cabines (que estão quebradas e pixadas) e por aí vai.

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Aproveitei ainda pra matar a curiosidade das crianças e levá-los para assistir ao tradicional rachão do time, no campo da Gávea. Uma pelada animada, usando metade do gramado, com 15 em cada time, daquelas que não dá nem pra ver quem é bom e quem é ruim. E tava todo mundo participando - Bruno (que joga na linha e fez gol), Pet, Léo Moura, Love, todos os mais conhecidos. Até Adriano estava lá, com sua indefectível chuteira roxa; ficou paradão na banheira o tempo todo e logo colocou a mão no quadril, sentiu alguma coisa e abandonou o treino. Mas beleza, deu pra mostrá-lo pros garotos e me lembrar do tanto que eu fui lá quando criança e fiquei assistindo ao time treinar - fora os jogos contra os Olarias e Américas de Três Rios da vida, que muitas vezes eu vi de cima de uma árvore ao lado do gramado.

5 comentários:

Flacó disse...

André, Bom dia! Ao terminar de ler seu texto de sócio-torcedor, tive a curiosidade de perguntar para você sobre sua visão de futuro do Flamengo, onde você pode ficar a vontade de responder ou não, seja como torcedor, sócio, consumidor da marca FLA, cidadão, etc. Você acredita que o FLA poderá dar saltos significativos ( pagar dividas, recuperar 100% o patrimônio, formar craques, manter ídolos, globalizar a marca, etc etc ) com o estatuto vigente ou de fato ele precisa se modernizar e se aproximar de algo como um FLA Futebol Clube S/A ? Abraços, Flacó

André Monnerat disse...

Flacó, vou dar minha opinião - que é só minha opinião, mesmo.

Eu acho que não faz sentido que o futebol do Flamengo, inserido num mercado em que atletas, patrocinadores e empresários são todos profissionais e vivem disso, com um orçamento acima de 100 milhões por ano e com potencial pra ir muito além disso,continue sendo administrado por um voluntário. Sem qualquer juízo de valor sobre a competência de quem está lá; é só questão de perceber que quem administra um negócio deste tamanho precisa ser pago pra isso, viver disso, dedicar-se a isso com todas as suas energias profissionais.

Da mesma forma, esportes amadores, clube social, marketing, financeiro - tudo deveria ser tocado por profissionais habilitados, bem pagos e com dedicação integral ao emprego. É o que o tamanho do trabalho exige.

Isso não quer dizer que o Flamengo precise virar uma empresa, uma S.A. Não sou convencido disso. O estatuto pode ser bastante aprimorado, mas é possível mudar o modelo de gestão independente disso. Aliás, é promessa de campanha da Patrícia Amorim, e nessa ela não avançou muito ainda.

Muitos tratam isso de transformação em clube-empresa como uma panaceia, mas não é bem assim. Há casos de clubes grandes e conhecidos que fizeram essa transformação, não deu certo, foram rebaixados seguidas vezes e voltaram atrás. O principal é o modelo de gestão.

Cleber Soares disse...

E ao André. Feliz Pascoa para vc e sua flamilia.
É lamentavel ler o seu relato.
Um clube da grandesa do FLAMENGO não ter em sua sede acomadações a contento é um contrasensso sem tamanho.
Mas fica a esperança que isto mude, pricipalmente com a vinda de medalistas olimpicos....

Anônimo disse...

André, na verdade esses vestiários que você viu são os vestiários da piscina social. Os dos esportes de competição estão em outras áreas (perto da FlaBoutique e outros no prédio principal do clube).

Abs, Juan

Flacó disse...

Andre, Obrigado pelo teu retorno. Também tenho o mesmo sentimento. S/A não precisa ser uma obrigação formal e sim um efetivo banho de gestão profissional. Aliás. é esse sentimento que me move escrever solitariamente no www.futigol.net Forte abraço, Flacó