O basquete tropeça, mas é candidato ao tri brasileiro

Terminou hoje a primeira fase do Brasileiro de basquete e, infelizmente, o Flamengo não conseguiu terminar na primeira colocação. A decisão foi no confronto direto com o Universo, em Brasília, e o time da casa conseguiu garantir a posição. As últimas duas finais foram entre Flamengo e Universo e não será surpresa se for assim novamente este ano - e, se acontecer, o Universo terá a vantagem de jogar a última em casa.

Não assisti a tantos jogos assim do time na temporada - com certeza bem menos que o André Amaral, do Ninho da Nação, provavelmente o blog que melhor cobre o basquete rubro-negro.. Desde o princípio, não achava que a saída do pivô Baby fosse fazer o time tão menos competitivo assim, pelo que via de sua participação no ano passado - e realmente o Flamengo continuou forte, como a boa campanha demonstra. Mas é preciso muito mais atenção nos rebotes defensivos, um ponto fraco em todos os jogos que vi, e que pesou na derrota de hoje. Coloneze não é mau jogador, mas precisa aprender a estar ligado o tempo todo e defender melhor sua posição.

Fora isso, deu pra observar dois defeitos que podem pesar. Um é a dependência dos chutes de fora; a maior parte do tempo, o Flamengo tem dificuldades para criar jogadas que encurtem a distância de seus arremessos. Isso até já acontecia ano passado, mas a qualidade dos jogadores no arremesso compensa bastante. Mesmo assim, em dias e momentos em que a bola de fora não estiver caindo, o time fica sem alternativas - e isso aconteceu em diversos momentos hoje.

O outro é uma certa instabilidade emocional. Quando o adversário se impõe em algumas jogadas em sequência, o Flamengo tende a se perder e nem sempre o técnico Paulo Chupeta sabe a melhor hora de parar a partida. Hoje foi assim no péssimo terceiro quarto e também no último. Neste, o time entrou bem e chegou a tirar rapidamente 7 pontos de vantagem, baixando a diferença para 10 e entrando no jogo. Porém, o Universo respondeu à marcação apertada no garrafão acertando dois tiros seguidos de três pontos; o Flamengo sentiu, começou a se precipitar demais no ataque, perdeu bolas bobas, cedeu contra-ataques e deixou o Universo reconstruir sua vantagem. Depois disso, o time até se reequilibrou e foi tirando diferença, mas a missão já havia ficado difícil demais.

De qualquer forma, a campanha foi boa e o Flamengo está forte na luta pelo tricampeonato, que seria importante para consolidar o trabalho - especialmente neste momento em que o clube se estrutura melhor na busca por patrocinadores para os esportes olímpicos. Os playoffs já começam para várias equipes mas, na fórmula esquisita da NBB, o Flamengo e os outros três melhores colocados folgam e só voltam à disputa nas quartas-de-final. Enquanto isso, disputarão um torneio interligas, contra equipes da Argentina.

Um comentário:

André Amaral disse...

Opa..honrado pela citação xará!

Hoje os rebotes foram decisivos.

Segundo a estatística da LNB, eles tiveram 16 rebotes ofensivos, ou seja, 16 chances para tentar fazer a cesta mais uma vez, e nos apenas 5.

No placar geral dos rebotes foi surrado: 44 x 26.

E sobre a instabilidade emocional, é verdade.

Como no começo do terceiro quarto, levamos duas bolas de três, depois Duda fez uma falta anti-desportiva e Marcelinho levou uma técnica e o time não voltou mais..

Marcelinho tem que ser o cabeça desse time, mas as vezes ele perde.