O time para o jogo de quarta-feira*

* Texto da coluna da semana para o FlamengoNet

Há motivos para otimismo, mas a vaga do Flamengo na a próxima fase da Libertadores não está garantida. O 1x0 foi bom, mas não o bastante pra deixar ninguém tranquilo. Mas ela pode ganhar peso se Rogério e todo o time entenderem onde está a maior vantagem do placar conseguido no Maracanã.

Não é a vantagem de um gol o grande negócio - e sim o fato de que, se o Flamengo fizer um, o Corinthians terá que fazer três. O que me leva ao seguinte raciocínio: se o Flamengo entrar em campo pensando em fazer seu gol e conseguir, deixará o Corinthians pressionado e a vaga bastante encaminhada; por outro lado, se ficar atrás desde o início pensando apenas em não levar nenhum gol, com um só erro ficará numa situação complicada e poderá aumentar a vantagem que o Corinthians tem de jogar diante de sua torcida - pois deixar o adversário pressionar em campo pode estimular a torcida a pressionar fora dele.

Rogério pode, claro, estar planejando fazer o tal golzinho que deixaria a vaga mais do que encaminhada num contra-ataque. E por isso deve escalar mesmo Vinícius Pacheco - que é mesmo bom pra puxar este tipo de jogada, quando funciona mais como atacante do que como meia - no lugar de Michael e manter mais ou menos a mesma proposta do Maracanã. Que, afinal de contas, produziu um bom resultado.

Mas vamos lembrar dos dois jogos anteriores em que a formação utilizada foi basicamente a mesma da última quarta. Contra Vasco e Universidad Católica - times em tese mais fracos que o Corinthians -, os adversários marcaram no campo do Flamengo e aproveitaram que o time basicamente não tinha jogadores que saibam passar a bola (não falo nem apenas de capacidade técnica, mas de estilo mesmo) para conseguir recuperá-la seguidas vezes ainda no ataque. Tiveram toda a posse de bola e colocaram o então time de Andrade sob pressão quase que o tempo todo. Mesmo o Botafogo, que sempre joga bem mais atrás, enfrentou o Flamengo neste mesmo esquema e chegou a conseguir pressionar. Imaginem agora a situação se repetindo no Pacaembu lotado.

Pois eu acredito que o Corinthians não correrá riscos demais logo de cara, pois não é do feitio de Mano Menezes, mas vai tentar pressionar o Flamengo na saída de bola. Ou Rogério encontra um jeito do time ter uma válvula de escape ou terá que torcer demais para que se repitam a quase perfeita atuação de seus defensores e a total ineficiência do ataque corintiano que vimos no jogo de ida. Me parece risco demais.

Eu preferiria adiantar a marcação e tentar fazer com que o time tenha mais a posse de bola, para esfriar o ritmo e evitar que a torcida corintiana entre no jogo. Mas mesmo que Rogério queira armar o time recuado e imagine um contra-ataque resolvendo a parada, o Flamengo vai precisar de quem saiba passar a bola, para que ela saia da defesa em boas condições para alguém puxar o tal contra-golpe decisivo. Por isso, eu não consideraria uma escalação que dispensasse a presença de Kléberson e Petkovic - ao menos um dos dois.

Pelo visto, não é o que acontecerá. Torçamos para que a semana de trabalho seja boa e que tudo dê certo.

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Agora que comentei um pouco do time titular que Rogério usou no treino de hoje, vou só mencionar o reserva: Marcelo Lomba; Fierro, Wellinton, Rodrigo Alvim e Everton Silva; Toró, Michael, Ramon e Petkovic; Denis Marques e Bruno Mezenga.

Rogério, meu caro: não vejo como um time com esta escalação atuar de maneira minimamente parecida com a do Corinthians que o Flamengo enfrentará na quarta.

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Atualizando, pois só li isso depois: Com volta de Alessandro, Timão treina marcação pressão para a "final".

Está claro que a marcação na saída de bola de que eu falava vai acontecer. E reparem que, ao contrário do que Rogério fez hoje, Mano Menezes anda simulando em seus treinos o adversário que enfrentará.

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Atualizando de novo: bem, eu fui apressado em escrever e parece que Rogério, afinal, pode ter pensado em simular o Corinthians e sua marcação pressão no treino de hoje. É pra aprender a não escrever de orelhada, algo que eu costumo tentar não fazer.

E ainda foi bom saber que o time, como não joga domingo, treina normalmente. É um bom passo para a semana de treinos render.

5 comentários:

Cleber Soares disse...

E ai André, SRN.
Sempre gosto de vir aqui no blog para ler sua leitura no antes e depois dos jogos, mas é a 1ª vez que comento, geramnte conocrdamos em uns 80%, sem contar que são poucos que tem essa capacidade e saco para fazer essas leituras.
Voltando ao assunto, o mengão tem que entrar em campo como se o jogo tivesse sido 0 x 0. Não pode tomar gol, não pode deixar os caras gostarem do jogo e nem a torcida deles se exaltarem. Se jogar com a mesma raça e vontade do primeiro jogo já é um grande passo.
No meio eu, vc e todo mundo gostaria de vero Pet, mas como isso não acontecer vamos torcer e muito para o Pacheco.
Um grande abraço.

JP Mota disse...

Acho que o Pet era a melhor opção para esse jogo mesmo, o problema é que ele não marca...Vagner Love e Vinicius Pacheco até ajudam um pouquinho na marcação, já o Adriano e o Pet não. O Pet seria melhor pq acho que em um contra ataque ele poderia resolver a partida com um passe ou até mesmo em uma bola parada.
E como disse o Cleber aí em cima, o Fla não pode entrar na retranca. Se eles fizerem o primeiro, vão provavelmente marcar outro, pois vão partir pra cima. O Fla tem que marcar um gol lá e aí sim pode se fechar um pouco, mas saindo nos contra ataques.

Bosco Ferreira disse...

Por que vocês blogueiros que são o nosso elo de ligação com o clube não nos informam em que pé estão as negociações do DF, e se a saída do Brás deixou um vácuo ou alguem de confiança da Presidente está cuidando de tudo? Sem nenhuma informação a nossa cabeça é toda preenchida de boatos e de preocupações que podem até serem desnecessarias.

Você me entendeu?

Joviano Caiado disse...

O Pet e o Ronaldo... ambos estão hoje muito parecidos com o kicker do futebol americano: não marcam, não disputam jogada, não ganham divididas, mas com a bola nos pés são uma maravilha. Ninguém nega as virtudes do Pet, mas o armador hj tem que disputar a bola, tem que ganhar o "meio-campo" na força. Depois, com a posse de bola, devem mostrar toda sua qualidade nos passes, dribles e cruzamentos. Pet está em final de carreira - é uma pena! - não tem mais disposição (37/38a.), já deixou de ser o "Hulk" de seu início de carreira...

André Monnerat disse...

Bosco, meu caro - bem que eu queria ter informações sobre isso pra te dar.

INfelizmente, também não tenho ideia de como a Patrícia está se mexendo para definir como, e com quem, vai funcionar o Departamento de Futebol daqui pra frente.