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Não vi muito o Botafogo jogar este ano, além do desastre contra o Vasco. Mas, conversando mais cedo sobre o jogo com um amigo tricolor, ele comentara: "o grande negócio do Abreu não é nem ele fazer gols de cabeça; são as jogadas de bola levantada de longe pra ele ajeitar para os outros". Não deu outra.
O comportamento do Botafogo nos dois tempos do jogo foi bem parecido: iniciou marcando mais à frente, pra evitar uma grande pressão inicial do Flamengo que incendiasse sua torcida (obviamente em maior número), e depois entregou toda a posse de bola (com a exceção dos 10 ou 15 minutos finais do primeiro tempo, na empolgação depois de ter chegado ao empate). Até porque, sempre que tentou avançar com mais jogadores, principalmente no primeiro tempo, sofreu com contra-ataques do Flamengo - inclusive o do gol de Vinícius Pacheco, que joga mesmo melhor quando tem campo aberto à sua frente para correr.
Isso porque o time armado por Joel não parecia mesmo ter qualquer pretensão de conseguir trocar passes ou armar jogadas que levassem a bola até perto do gol adversário; a ideia principal era mesmo congestionar a defesa. Na hora de atacar, tudo o que precisavam era ter a bola a uma distância em que fosse possível dar um chutão que a fizesse chegar alta à entrada da área e esperar El Loco chegar à meia-lua do Flamengo para tentar aparar de cabeça. E por duas vezes isso funcionou.
Verdade que o uruguaio nem a alcançou na segunda vez, mas quem vinha por trás fez o desvio pro meio e o efeito foi o mesmo. Reparem: o jogo estava empatado e, na hora de um cruzamento de bola parada, o Botafogo só mandou três jogadores para a área no lance. Era este o tamanho da sua ousadia naquele momento - e foi o suficiente. O Flamengo, infelizmente, não se preparou bem para enfrentar a única jogada que o Botafogo utilizou durante toda a partida.
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Já a produção do Flamengo no ataque variou bastante de um tempo pra outro. No primeiro, Adriano esteve muito a fim de jogo e participou bastante - e boa parte da estratégia do time para avançar era jogar bolas longas para que o Imperador brigasse de costas contra a defesa adversária, esperando chegar a ajuda de seus companheiros. Como estes não estavam lá muito inspirados, isso basicamente só deu em lances de perigo por conta das muitas faltas na entrada da área que saíam assim. O gol saiu basicamente na única jogada em que apareceram Vinícius Pacheco e Vagner Love, que deveriam ser os grandes companheiros de ataque de Adriano. E, fora o gol, não houve muitos outros lances que levassem perigo pra valer a Jefferson.
Já no segundo tempo, Adriano deu uma bela sumida. E mesmo assim, curiosamente, as chances claras de gol surgiram mais. Só Vagner Love - que foi muito mal e insistiu em jogadas individuais sempre que pegou na bola - teve quatro, claras. Mas, como nenhuma delas entrou...
Já no segundo tempo, Adriano deu uma bela sumida. E mesmo assim, curiosamente, as chances claras de gol surgiram mais. Só Vagner Love - que foi muito mal e insistiu em jogadas individuais sempre que pegou na bola - teve quatro, claras. Mas, como nenhuma delas entrou...
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Na última partida da Taça Guanabara, Andrade insistiu muito, aos gritos da beira do campo, para que Vinícius Pacheco jogasse sempre aberto. Não só ele foi bem assim, mas também Kléberson - que passou a jogar centralizado, com a função de distribuir o jogo.
Mas ontem, com Love de volta ao ataque e o time com um a menos no meio, o esquema voltou ao que era, com Kléberson aberto e Pacheco responsável pela armação. Vinícius ainda fez um gol e criou mais uma ou duas boas jogadas, mas esteve apagado a maior parte do jogo. Kléberson, mais ainda. Nos melhores momentos do time no segundo tempo, quem mais apareceu criando jogadas foram Juan e Willians.
Mas ontem, com Love de volta ao ataque e o time com um a menos no meio, o esquema voltou ao que era, com Kléberson aberto e Pacheco responsável pela armação. Vinícius ainda fez um gol e criou mais uma ou duas boas jogadas, mas esteve apagado a maior parte do jogo. Kléberson, mais ainda. Nos melhores momentos do time no segundo tempo, quem mais apareceu criando jogadas foram Juan e Willians.
Petkovic ainda entrou nos 20 minutos finais para tentar melhorar a situação. Conseguiu dar um belo lançamento para Adriano - e, fora mais umas duas ou três tentativas de passes milagrosos que não tinham muito como dar certo, foi só.
17/2/2010 - 21h50 - Flamengo 1 x 2 Botafogo
Maracanã - Rio de Janeiro
Renda/público: R$ 1.161.590,00 / 32.729 pagantes
Árbitro: Luis Antônio Silva dos Santos (RJ)
Auxiliares: Ediney Guerreiro Mascarenhas (RJ) e Marco Aurelio dos Santos Pessanha (RJ)
Cartões amarelos: Toró, Álvaro (FLA); Fahel, Fábio Ferreira, Loco Abreu, Herrera, Alessandro, Marcelo Cordeiro (BOT)
Gols: Vinícius Pacheco, 25'/1ºT (1-0); Marcelo Cordeiro, 33'/1ºT (1-1); Caio, 37'/2ºT (1-2);
Flamengo: Bruno, Leonardo Moura, Álvaro, Ronaldo Angelim e Juan; Willians, Toró (Bruno Mezenga, 44'/2ºT), Kleberson (Fierro, 40'/2ºT) e Vinícius Pacheco (Petkovic, 27'/2ºT); Vagner Love e Adriano. Técnico: Andrade.
Botafogo: Jefferson, Antônio Carlos, Fahel (Wellington, intervalo) e Fábio Ferreira; Alessandro, Leandro Guerreiro, Eduardo, Lucio Flavio (Caio, 26'/2ºT) e Marcelo Cordeiro; Herrera (Renato, 39'/2ºT) e Loco Abreu. Técnico: Joel Santana.
2 comentários:
Mesmo com a proteção à zaga problemática acho que é caso de testar Kleberson como 2º volante e VP e Pet jogando juntos.
Acho que até foi "bom" o Flamengo perder esse jogo. Claro que nao é bom ver o Fla ser eliminado, mas pra botar os pés no chão de uns jogadores ai, principalmente esse Love.
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