Vocês já devem ter lido que o Flamengo fechou acordo para fazer a pré-temporada em Porto Feliz (SP), onde a Traffic mantém seu centro de treinamento. E parece que é difícil mesmo encontrar no Brasil um lugar melhor para esta preparação. Na verdade, ao ler sobre a estrutura do lugar, dá pra imaginar que é mais ou menos tudo aquilo que todos os candidatos à presidência do Flamengo - Patrícia Amorim incluída - prometeram para o clube. É esperar pra ver se é dessa vez que a coisa vai sair do papel, com ou sem a tal milagrosa ajuda do governo chinês prometida pelo ex-presidente Delair.
O objetivo principal da estrutura é aprimorar garotos levados de todo o Brasil, que devem depois dar lucro à companhia em futuras negociações. E, além da estrutura física, há toda a estrutura de pessoal para encontrar e preparar estes jogadores, que tem Carlos Alberto Parreira como diretor-técnico (não sei como ele anda conciliando este trabalho com o de treinador) e inclui um Departamento de Inteligência (que reúne estatísticas, vídeos e etcéteras dos jogadores observados) e uma equipe de observadores dirigida pelo ex-zagueiro Dario Pereyra. Para ajudar a garantir vitrine para estes atletas, a Traffic não só tem acordos de parceria com clubes da elite como também possui o Desportivo Brasil, clube-empresa que disputa há tempos competições nas categorias de base e agora também tem time profissional (jogou este ano na 4a divisão do campeonato paulista e deixou escapar a vaga na divisão acima na última rodada, perdendo um jogo que precisava empatar). É em nome do Desportivo Brasil que estão registrados boa parte dos jogadores da Traffic - é o caso de Éverton, cujo contrato de empréstimo ao Flamengo encerra-se no fim deste ano.
Enfim: o negócio deve estar dando certo - ao menos no lado financeiro, já que o objetivo da empresa é dar lucro, e não conquistar títulos em campo. Dá pra acreditar que o caminho escolhido está dando dividendos ao ver o crescimento da empreitada. Começaram negociando placas de propaganda, passaram a direitos de transmissão, avançaram para o agenciamento de jogadores e agora, além de organizar fundos de investimento em atletas com dezenas de milhões de reais, já têm o Desportivo Brasil, uma parceria com o Nova Iguaçu (cujo centro de treinamento possui oito campos, quadras, centro médico e outros etcéteras), o americano Miami FC (que tem Zinho como técnico e Júnior Baiano e Leonardo Inácio no elenco) e ainda firmaram contrato para controlar o Estoril, da segunda divisão de Portugal.
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E quanto custaria para o Flamengo ter seu próprio CT, no nível do que utilizará nesta pré-temporada?
Segundo notícias da época, o investimento na construção da Academia Traffic foi de R$16 milhões - quantia grande para um clube tão endividado, mas que é menor do que o aumento conseguido pelo Flamengo nos valores dos contratos de material esportivo e patrocínio de camisa em relação ao que ganhava há dois anos. Mas, além do gasto para colocar a estrutura toda de pé, há ainda as despesas para mantê-la funcionando, calculadas em torno de R$4,5 milhões por ano.
2 comentários:
Esse custo de manutenção deve ir todo em diárias de hotel que o Fla gasta hoje para se concentrar no Rio...
4,5 milhões por ano não é um custo tão alto para manter uma estrutura dessa, imaginava uma quantia maior
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