Desta vez, o Flamengo entrou mesmo num 4-4-2 mais comum, com Zé Roberto e Dênis Marques formando dupla de ataque e Willians como um meia direita, não tão aberto como jogou no Fla-Flu. O time jogou torto pela esquerda, mas conseguia por lá criar boas jogadas graças ao bom início de Pet e Zé Roberto. Mas desta vez a marcação no meio-campo não funcionou tão bem, permitindo que os jogadores do Vitória avançassem muitas vezes com a bola dominada de frente para a zaga perseguidos por trás pelos os volantes, o que gerou várias faltas próximas à área - algo não muito recomendável quando se enfrenta um time com um especialista como Ramon.
O Flamengo conseguiu ficar em vantagem por duas vezes, mas permitiu o empate logo em seguida de cada um dos gols em lances de bola parada, graças ao primeiro tempo ruim de Aírton. Disperso, não subiu com Roger no lance do primeiro gol e perdeu uma bola que gerou a falta do segundo, em um lance que lembrou o Fabinho tricolor do último domingo. E o Vitória ainda acabou saindo em vantagem de um primeiro tempo em que criou menos se aproveitando do momento em que Éverton estava fora, sendo atendido após levar uma cotovelada acidental - foi justo pelo seu lado da defesa que Gláucio bateu Aírton e criou o lance do segundo gol de Ramon.
E a verdade é que o segundo tempo do Flamengo foi muito ruim. O time ficou ainda mais torto pela esquerda - mesmo com a entrada de Juan no lugar de Willians, Pet continuou só jogando por ali -, tornou-se previsível demais e foi facilmente anulado. Zé Roberto foi pra direita mas, com pouca companhia e passando a ser vigiado de perto, sumiu. O Vitória gastava o tempo - inclusive fazendo cera e sumindo com gandulas e bolas - e parecia caminhar mesmo para os três pontos. Andrade tentou substituições e elas não surtiram efeito na produção do time, mas acabaram dando sorte: com participação de Mezenga e Juan, Zé Roberto conseguiu o empate aos 45 do segundo tempo, na única conclusão em gol com a bola rolando em toda a etapa.
Somando tudo, foi um placar até justo.
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Willians já foi testado em outras oportunidades como meia, mais avançado que em sua posição original. Em quase todas, não funcionou - como hoje. Deu certo contra o Fluminense, entrando descansado, bem aberto, contra um time fraco na defesa. Normalmente, não vai dar.
Zé Roberto mais uma vez conseguiu bons momentos, apesar do segundo tempo ruim. Deu pra ver, pelas arrancadas, a diferença física em relação ao jogador de alguns meses atrás. Como Adriano, ele parece finalmente, depois de tanto tempo, ter entrado em forma. Os salários em dia e a calmaria interna teriam algo a ver com isso?
Dênis Marques pôde jogar como centro-avante, como queria. Fez um gol, numa bola mal chutada que desviou num zagueiro; perdeu outro, que pode ser posto na conta do gramado irregular. Mas, fora isso, deu sequência a poucos lances, errou passes bobos e acabou substituído. Continuou devendo.
E quero chamar a atenção, mesmo num jogo em que o resultado não foi tão bom, para o que pra mim é a grande assinatura do trabalho de Andrade: a preocupação do time em não perder a posse de bola de bobeira. Reparem como os defensores, mesmo quando em condições adversas, muito dificilmente dão chutões pela frente - sempre tentam sair tocando da defesa. Mesmo Bruno raramente usa bolas longas na hora de sair jogando - está preferindo entregar a algum zagueiro próximo para iniciar a jogada.
7/10/2009 - 21h50 - Vitória 3 x 3 Flamengo
Barradão - Salvador, BA
Público e renda: Não divulgado.
Árbitro: Nielson Nogueira Dias (PE)
Auxiliares: Erich Bandeira (Fifa/PE) e Ubirajara Ferraz Jota (PE)
Cartões amarelos: Apodi (VIT) Zé Roberto, Aírton e Léo Moura (FLA)
Gols: Denis Marques, 13'/1°T (0-1); Roger, 16'/1°T (1-1); Petkovic, 19'/1°T (1-2); Ramon, 21'/1°T (2-2); Ramon, 40'/1°T (3-2); Zé Roberto, 45'/2°T (3-3)
Vitória: Gléguer, Apodi, Wallace, Fábio Ferreira e Leandro; Vanderson, Uellinton, Ramon (Elkeson, 34'/2ºT) e Leandro Domingues (Magal, 30'/2ºT); Roger e Glaucio (Willian, 22'/2ºT). Técnico: Vagner Mancini.
Flamengo: Bruno, Léo Moura, Álvaro, Ronaldo Angelim e Everton; Aírton, Willians (Juan, 17'/2ºT), Maldonado e Petkovic (Maxi, 41'/2ºT); Zé Roberto e Denis Marques (Bruno Mezenga, 30'/2ºT). Técnico: Andrade.
8 comentários:
Mas a quantidade de passes que o flamengo errou foi um absurdo ...
O resto foi o resto...
Discordo em um ponto: a cotovelada sobre o Everton foi sorrateira, mas não acidental. E acabou resultando no lance que definiu o jogo.
kra, eu percebi isso aí da posse de bola tbm... teve um lance em q o Maldonado ficou apertado, mas tocou pro Leo Moura, q ficou apertado mas tocou de lado... ficou nisso quase um minuto, até q tocaram pro Bruno e então ele deu um chutão.
E não lembro de um só chutão do Maldonado. Ele sempre sai jogando, quase não erra passe, e inverte muito bem o jogo. Coisas simples q fazem diferença, pq vc não entrega a posse de bola de graça.
Sturt, eu até concordo que o Flamengo andou errando muito passe ontem - mas principalmente na hora de passar do meio-campo pro ataque. Isso é uma coisa.
Mas, na defesa, continuaram tentando sair jogando o tempo inteiro. Chutão pra frente, foi muito difícil de ver.
Quando vejo o FLAMENGO dirigido pelo Andrade hoje, penso que ele poderia ter feito muita coisa bôa, no mínimo uma libertadores, para o FLAMENGO do ano passado quando o tal Caio Jr falhou, mesmo podendo contar com um plantel com jogadores como o Cristian, Ibson, Fábio Luciano dentre outros. Ô tempo perdido aquele com o tal Caio Jr.
A torcida do FLAMENGO precisa apoiar o Andrade pois no ano que vem se não formos para a libertadores o Mengão fatalmente fará um desmanche, e todo recomeço é muito dificil, a torcida e os cartolas são muito impacientes.
O que me irritou no DM ontem e no Fla-Flu nem foi a má pontaria ou os passes errados. Foi a lentidão. Ele corre muito pouco e prende demais a bola, principalmente quando está de costas pra zaga. E não era por causa de falta de companhia, porque o time atacou. Assim, ele mata contra-ataques e facilita a marcação. Se for mais veloz, será bem mais produtivo.
Caro André: concordo com você de que o Airton não fez um bom jogo. Mas quem perdeu a bola para o segundo gol foi o Willians.
E também discordo que o Airton não tenha subido com o atacante no lance do primeiro gol. Na verdade, o atacante subiu com as mãos nas costas dele. Foi falta não marcada.
São jogos como esse que deixam a impressão de que o futuro pertence ao futebol paulista. A arbitragem seria totalmente diferente se no lugar do Flamengo estivesse o São Paulo, ou o Corinthians, ou o Palmeiras.
Flávio, vou até procurar o vídeo depois, mas tem certeza que foi o Willians? Ontem vi o lance mais de uma vez e tinha boa dose de certeza de que tinha sido o Aírton.
E não achei falta no gol do Roger não, nem vi ele reclamar no momento. Mas já ouvi mais gente falando isso.
Achei bem discutível é a própria falta do segundo gol. Não vi replay, mas na hora não achei falta não.
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