Está no ar o Transparência Olímpica

- Como pretendem dar transparência às contas da Olimpíada? Como será possível para nós, cidadãos, verificarmos quanto de nosso dinheiro está sendo gasto, como e por quem?

Esta era a primeira das Quatro perguntas simples às autoridades, sobre as Olimpíadas que publiquei aqui no blog. Sugeria a criação de um portal Transparência Olímpica, onde as contas todas do Rio 2016 seriam abertas à consulta pública.

Eduardo Paes provavelmente não frequenta o SobreFlamengo (até porque é vascaíno), mas colocou no ar hoje um site exatamente com o nome Transparência Olímpica - www.transparenciaolimpica.com.br. A ideia é que o espaço sirva para falar de cada projeto relacionado às Olimpíadas sob responsabilidade da Prefeitura do Rio, explicando do que se trata, qual o seu custo e como está seu andamento.

A ideia é ótima, claro. Mas, por enquanto, a implementação deixa a desejar. Há uma apresentação não muito detalhada da proposta olímpica - que tal disponibilizar todo o material entregue e apresentado ao COI para download? - e outra página de "Monitoramento". Essa deve ser a mais interessante mas, por enquanto,  mostra apenas sete projetos (Porto Maravilha, Rio Escritório de Negócios, Ligação C, Corredor T5, Rio Capital Verde, Rio Criança Global e Macrodrenagem da Bacia de Jacarepaguá) com a data prevista de início de implantação, mas sem um maior detalhamento e sempre com orçamento "a definir". Ao menos por enquanto, não aparecem por lá nada sobre as instalações olímpicas em si, por exemplo.

O próprio Eduardo Paes já explicou que o site não está pronto e deverá ganhar as informações todas que eles pretendem mais pra frente, quando se consolidar a estrutura administrativa dos Jogos Olímpicos. Mas na verdade, como já foi deixado claro, o projeto engloba as três esferas de poder - municipal, estadual e federal - e, por isso, um verdadeiro Transparência Olímpica não deveria se limitar apenas aos projetos sob responsabilidade da Prefeitura.

Faltam ainda as ferramentas pra se acompanhar as atualizações do site - não há ainda a possibilidade de assinar feeds RSS ou mesmo se cadastrar para receber atualizações por e-mail. Como o site é, por definição, algo que só faz sentido se for acompanhado em suas atualizações, esse é o tipo de coisa que precisaria existir. É bom dizer que Paes colocou no ar, para falar de seu governo, um site bem parrudo e em dia com as tendências socias da web, o Palácio da Cidade - que tem muito a ensinar ao novo Transparência Olímpica.


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Pra insistir, as perguntas que eu espero bem respondidas sobre Rio 2016 pelas autoridades - quanto mais tempo demorar, pior:

- Como pretendem dar transparência às contas da Olimpíada? Como será possível para nós, cidadãos, verificarmos quanto de nosso dinheiro está sendo gasto, como e por quem? (A resposta começou a ser dada, mas há que se acompanhar pra ver se será suficiente)

- Como pretendem esclarecer a população sobre o uso pós-Olímpico dos equipamentos esportivos que serão construídos?

- Como será a política esportiva do Estado brasileiro daqui pra frente? Seguirão na linha de dar dinheiro público a atletas de ponta, ou finalmente veremos investimento para usar o esporte como ferramenta de educação e saúde, na base, colocando-o no dia-a-dia das crianças na escola?


- E qual será o efetivo legado deixado no Rio de Janeiro?