Esta aí em cima é a pergunta da manchete do caderno de esportes de O Globo, de hoje - ilustrada pela comemoração de Petkovic depois de seu gol de falta (ontem mostraram na ESPN o último que ele havia feito de bola parada, ainda pelo Santos). E é esta a pergunta que os entusiasmados rubro-negros estão se fazendo sem parar, neste momento.
Já li por aí, não só após esta última rodada, mas também depois das vitórias anteriores, comentários na seguinte linha: "claro, o time ganhou de um adversário fraco, mas e antes que empatava com o Barueri?"
Não há como contestar essa lógica: me parece óbvio que o momento do time, hoje, é bem melhor do que já foi. Houve uma evolução aí.
A questão é: vencer estes times no Maracanã significa uma melhora em relação a onde o time estava antes. Mas só é suficiente para que se tenha uma campanha tranquila, meio de tabela, sem riscos de rebaixamento.
Agora, como escrevi no comentário do jogo, é a hora do time mostrar se pode ou não sonhar com mais do que isso. Se os últimos jogos eram contra quatro times da rabeira da tabela, nos próximos cinco o Flamengo terá Inter no Beira-Rio, Fla-Flu (que é sempre Fla-Flu), Vitória no Barradão, São Paulo no Maracanã e Palmeiras no Parque Antarctica.
Já mostrei por aqui o tamanho da missão que o Flamengo tem pela frente para aspirar a G-4 ou, para os superotimistas, título. É necessário um senhor aproveitamento, algo joelsantânico mesmo. Em outras situações, se o Flamengo conseguisse nestas cinco rodadas uns oito pontos, poderia até estar de bom tamanho; no momento, ficaria abaixo da média de aproveitamento necessária pro Flamengo chegar à vaga da Libertadores e manteria a mesma distância para os adversários diretos na disputa.
Já está claro que o time não vai cair. Ou algum rubro-negro ainda tem este medo? A graça do campeonato, agora, é seguir aquela teoria que eu me lembro de antigos anúncios dos livros de auto-ajuda de Lair Ribeiro: "mire a lua, porque se você errar, ainda pega as estrelas". Pra chegar em algum lugar, é preciso confiar no próprio taco e arriscar. Vai que dá certo?
Dá pra chegar? Não sei - no duro, não parece o mais provável, pois a competição é grande e a situação na tabela não é confortável. Mas é o que eu falei: os testes pra valer serão agora, e o clima está favorável para o time jogar o seu máximo. É bem o contrário do que está acontecendo com o Fluminense, em que tudo dá errado e, no que dá errado, os jogadores se afundam e jogam pior ainda que seu normal. Neste domingo, contra o Coritiba, o Flamengo até deu espaços maiores para o adversário do que deveria em alguns momentos, em outros teve dificuldades para andar no seu ataque - mas as bolas certas entraram na hora H, enquanto os paranaenses erravam na hora de definir as chances que tinham.
Se o Flamengo perder do Inter no domingo, a diferença para eles vai subir a aparentemente inalcançáveis 9 pontos. Um empatezinho e a diferença continua igual, empurra-se a situação com a barriga e torce-se pros outros em volta não somarem pontos demais. Mas se vencer, cairá para 3, ao alcance da mão. Vale arriscar?
É o que Andrade deve estar pensando agora, na hora de decidir a escalação do time. É bom que ele tenha mesmo em mente qual o seu objetivo para esta partida e que tipo de recado mandará para seus comandados se, por exemplo, decidir trocar um meia por um terceiro volante.
Um comentário:
bom neologismo: joelsantânico
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