Foi uma decepção. Não propriamente pela atuação do Flamengo; o negócio é que havia toda uma expectativa por este jogo de ontem contra o Inter e, no fim, a partida simplesmente não aconteceu. Os dois times se limitaram a, cada um de seu lado, dar chutões que mantivessem a bola longe de seus gols, torcendo para que de alguma maneira ela caísse na meta do adversário. E o pior é que, com o gramado naquelas condições, não dá pra culpar ninguém por nada.
Não sei, por exemplo, se Andrade teria colocado em campo o mesmo time se não tivesse chovido tanto antes do jogo. Em outras circunstâncias, eu teria ficado muito decepcionado pela volta do esquema com três zagueiros (que, na prática, funcionou como um 5-4-1, com apenas Adriano isolado no ataque). Mas será que, com o campo daquele jeito, não era mesmo a melhor opção ter um zagueiro a mais na sobra, para afastar uma bola qualquer que parasse de mal jeito numa poça d´água? Faz até sentido.
Durante o jogo, algumas opções diferentes até poderiam ter sido tomadas. Antes de começar, muitos poderiam achar que Adriano, com toda a sua força, ainda poderia se dar bem numa partida como aquela; mas a verdade é que ele só recebeu a bola de costas pro gol o tempo todo e não conseguiu girar em cima do adversário nem ajeitá-la para alguém vindo de trás uma vez sequer. Seria muita maluquice colocar um Mezenga pra fazer o pivô em seu lugar e recuá-lo um pouco, pra pegar a bola de frente pro gol mais vezes e tentar resolver a partida numa bomba de longe? Eu teria tentado.
Como também teria sacado mais cedo o frágil Éverton, que insistiu o jogo todo em correr com a bola e dar passes rasteiros que não funcionariam nunca com tanta água no campo. Mas fiquei imaginando que Fierro, um pouco mais forte, poderia ser uma opção melhor e, no pouco tempo em que o chileno jogou, conseguiu ir tão mal que fiquei achando que Andrade teria feito besteira se tivesse agido como eu agiria. Já Petkovic até poderia resolver o jogo numa falta ou chute de longe esporádico, mas foi bem substituído - o time precisa dele pro resto do campeonato e o jogo, do jeito que estava, deu cãimbras até no garoto Aírton. Poupá-lo foi uma boa decisão.
Enfim: não houve futebol. O 0x0 só ameaçou sair do placar em um cruzamento pelo alto do Inter no primeiro tempo, outro do Flamengo no segundo e um ou outro chute de bola parada. Uma vitória, pra qualquer um dos lados, só poderia sair realmente por acaso. No fim, o Flamengo seguiu à mesma distância do G4, com um jogo a menos pra tirar a diferença. Paciência.
27/9/2009 - 16h - Internacional 0 x 0 Flamengo
Beira Rio - Porto Alegre, RS
Renda/público: R$ 231.610,00 / 12.481 presentes
Árbitro: Sandro Meira Ricci (DF)
Assistentes: Roberto Braatz (Fifa/PR) e Enio de Carvalho (DF)
Cartões Amarelos: Sandro (INT); Petkovic, Álvaro (FLA)
Internacional: Lauro; Bolívar, Indio, Fabiano Eller e Kleber; Sandro, Guiñazú, Maycon e Andrezinho (Marquinhos, 27'/2ºT); Taison (Edu, 23'/2ºT) e Alecsandro. Técnico: Tite.
Flamengo: Diego, Álvaro, David e Ronaldo Angelim; Leonardo Moura, Aírton, Maldonado, Petkovic (Juan, 16'/2ºT) e Everton (Fierro, 40'/2ºT); Zé Roberto e Adriano. Técnico: Andrade.
2 comentários:
André, eu até comentei na hora do jogo que colocar o Welinton lá na frtente, brigando junto com o Adriano seria de mais valia do que Everton, Juan ou Fierro.
Um jogo daquele muda tudo.
Eu teria tentado a mesma coisa do Mezenga. Não entendi o Andrade colocar jogadores leves como o Juan e o Fierro, mas enfim, embora tenha achado que ele "deu mole nessa" fica difícil criticar o cara por não botar o Rei do Gado.
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