O Cruzeiro é, sem dúvida, o time mais bem sucedido do país neste ano. Foi campeão mineiro, cumprindo sua obrigação, e começa agora a disputar a final da Libertadores. Todo torcedor brasileiro gostaria de estar hoje na situação dos cruzeirenses. O título do Corinthians na Copa do Brasil, por exemplo, tem como maior valor justamente dar a chance ao time de, quem sabe, talvez, com muito esforço, chegar em 2010 aonde o Cruzeiro está agora.
Porém, o grande jogo do ano no Brasil e na América do Sul até o momento não terá transmissão na TV aberta para o principal mercado publicitário do país. Em São Paulo (assim como no Rio), o jogo transmitido por Globo e Bandeirantes será Corinthians x Fluminense. E assim a exposição das marcas da Reebok e do Banco Bonsucesso ficará bem aquem do que poderiam esperar os patrocinadores de um time que, afinal, é simplesmente o maior vencedor do país em 2009. E é óbvio que isso, mais na frente, faz uma enorme diferença nas negociações de novos contratos para a equipe mineira. Não vou nem entrar no mérito desta decisão mercadológica da Globo, mas apenas constatar: por melhor que seja o trabalho do time dentro de campo, a disputa por receitas com os grandes de São Paulo é simplesmente desigual.
Porém, o grande jogo do ano no Brasil e na América do Sul até o momento não terá transmissão na TV aberta para o principal mercado publicitário do país. Em São Paulo (assim como no Rio), o jogo transmitido por Globo e Bandeirantes será Corinthians x Fluminense. E assim a exposição das marcas da Reebok e do Banco Bonsucesso ficará bem aquem do que poderiam esperar os patrocinadores de um time que, afinal, é simplesmente o maior vencedor do país em 2009. E é óbvio que isso, mais na frente, faz uma enorme diferença nas negociações de novos contratos para a equipe mineira. Não vou nem entrar no mérito desta decisão mercadológica da Globo, mas apenas constatar: por melhor que seja o trabalho do time dentro de campo, a disputa por receitas com os grandes de São Paulo é simplesmente desigual.
O Flamengo, no entanto, é o único time do país que pode furar este bloqueio com maior facilidade, pelo caráter nacional que tem e pela enormidade de sua torcida, considerável até mesmo em São Paulo. Já escrevi sobre isso por aqui algumas vezes - sobre a necessidade do clube saber aproveitar esta sua força nacional e até mesmo sobre como procurar brigar dentro do mercado paulista. Porém, mesmo os outros cariocas ainda têm torcidas relevantes nacionalmente, espalhadas por todo país, e têm potencial para melhorar suas posições nessa briga pela exposição de mídia. Especialmente se souberem brigar por isso juntos.
E acreditem: essa é uma briga que precisa ser travada desde já, antes que a supremacia paulista chegue a um estágio impossível de reverter. É preciso pensar em um planejamento para encarar esta questão, estratégica a longo prazo pra qualquer clube que se pretenda vencedor nacionalmente. Se deixar a coisa correr naturalmente, a tendência é a centralização paulista ser cada vez maior - e coisas como a aula de estatística para os insanos de Ronaldo na TV ganharem eco por aí. Parece besteira, mas na hora de sentar com um possível parceiro, coisinhas como essa vão se somando e a pulga já está colocada atrás da orelha do cara. Respostas tem que ser dadas, trabalho tem que ser feito.
Já dei a sugestão dos clubes do Rio trabalharem pela volta do Rio-São Paulo. Mas mesmo o Campeonato Carioca pode ser melhor vendido nacionalmente, usando a popularidade de seus clubes em outras regiões do país. Vou dar aqui outra sugestão, de tantas que podem surgir por aí: que tal, para o ano que vem, tentar um lançamento nacional da competição, coordenado? Cada um dos quatro grandes fazendo sua pré-temporada em uma cidade diferente do país, com direito a ações promocionais e amistosos com uma grande equipe local. Finalmente, os jogos da primeira rodada disputados cada um em uma cidade diferente - o Flamengo em Manaus, o Vasco em Fortaleza, o Botafogo em Brasília, o Fluminense em Vitória. E já abrindo desde então a concorrência para as prefeituras que quiserem levar a festa para suas cidades em 2011.
Por que não?
E acreditem: essa é uma briga que precisa ser travada desde já, antes que a supremacia paulista chegue a um estágio impossível de reverter. É preciso pensar em um planejamento para encarar esta questão, estratégica a longo prazo pra qualquer clube que se pretenda vencedor nacionalmente. Se deixar a coisa correr naturalmente, a tendência é a centralização paulista ser cada vez maior - e coisas como a aula de estatística para os insanos de Ronaldo na TV ganharem eco por aí. Parece besteira, mas na hora de sentar com um possível parceiro, coisinhas como essa vão se somando e a pulga já está colocada atrás da orelha do cara. Respostas tem que ser dadas, trabalho tem que ser feito.
Já dei a sugestão dos clubes do Rio trabalharem pela volta do Rio-São Paulo. Mas mesmo o Campeonato Carioca pode ser melhor vendido nacionalmente, usando a popularidade de seus clubes em outras regiões do país. Vou dar aqui outra sugestão, de tantas que podem surgir por aí: que tal, para o ano que vem, tentar um lançamento nacional da competição, coordenado? Cada um dos quatro grandes fazendo sua pré-temporada em uma cidade diferente do país, com direito a ações promocionais e amistosos com uma grande equipe local. Finalmente, os jogos da primeira rodada disputados cada um em uma cidade diferente - o Flamengo em Manaus, o Vasco em Fortaleza, o Botafogo em Brasília, o Fluminense em Vitória. E já abrindo desde então a concorrência para as prefeituras que quiserem levar a festa para suas cidades em 2011.
Por que não?
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4 comentários:
Monnerat, não sei se a solução seria o Rio-São Paulo. Hoje, SP sobrevive muito bem sem o Rio. A gente tem que trabalhar pra mudar isso.
Eu partiria pra uma parceria com outros centros também incomodados com o crescimento do futebol paulista. Um grupo reunindo o G4 do Rio e os dois grandes de BH, por exemplo. Talvez até uma competição reunindo Minas e RJ.
Eu planejaria tudo para isolar mais São Paulo e atrair mais audiência para outros centros. O Rio-São Paulo dá uma sobrevida aos cariocas, mas não resolve o excesso de audiência que os paulistas têm.
Tiago, acho que há que se entender as possibilidades que os clubes têm.
Infelizmente, por maiores que sejam, Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense não podem mudar o fato de que o mercado que interessa às agências de publicidade e ao marketing das grandes empresas do país é o de SP. Por isso, o espaço publicitário por lá é muito mais caro. E, por isso, quando se faz o levantamento do valor da exposição de mídia de cada clube, os de SP estão em enorme vantagem - e isso conta no valor dos patrocínios.
O jogo do Cruzeiro hoje, por exemplo, deve ser transmitido pela Globo pra boa parte do país. E essa audiência nem vai ser levada em consideração - o número que divulgam é sempre só o de SP.
Quando falo em tentar a ressurreição do Rio-SP, isso seria uma tentativa de aumentar o tempo de exposição dos times do Rio no mercado de São Paulo. É isso. Ser assunto em SP vale dinheiro. Se ficar disputando um Minas-RJ, isso vai ser assunto de pé de página em SP (e no resto do Brasil, tirando Minas). Vai agregar muita coisa? Sei não.
Mas o outro caminho a ser tomado é tentar usar mais o caráter nacional do Flamengo e também dos outros cariocas. Hoje, esse caráter ainda existe, mas fica lá parado, inexplorado - os dirigentes não fazem nada pra "ativar" este potencial. Aí são as outras ações de que falei neste texto (e em outro que está linkado lá também).
Mas uma coisa pode acontecer junto da outra. E, em termos de valor de mídia, essas ações fora de SP só vão dar resultado se forem muito bem feitas e se os clubes souberem medir seu impacto para apresentá-lo ao mercado, fazendo eles desviarem o olhar um pouquinho.
E um caminho que eu não tomaria mesmo é simplesmente isolar SP - no fim, isso seria se auto-isolar do mercado mais importante do país. De primeira, acho que isso seria um tiro no pé.
No alvo!
Saudações rubronegras.
O Flamengo, da forma mambembe como sempre trabalha, já chegou a fazer ações para valorizar a torcida do resto do Brasil, mandando jogos em Brasília e outros lugares que não sei citar. Mas que eu me lembre foi mais por falta de um estádio no Rio (com Maraca em reformas mil) do que por qualquer outra coisa.
Acho essa ideia da pré-temporada em outro estado interessante, mas talvez prejudicial esportivamente (o que pra mim, nesse momento, não deve ser levado em conta, pois dá tempo tranquilo para recuperar isso até o fim do estadual e entrar preparado para as competições mais importantes).
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