O jogo começa, bandeira do Adriano sobe puxada por balões de dentro do Maracanã - e a gente na fila. Daqui a pouco, gol do Flamengo. Alguém tinha ouvido a narração do rádio e foi de Adriano. "Não acredito, gol do Adriano e a gente aqui!" Mas logo alguém esclareceu: foi gol contra. Em seguida, pudemos avistar as bilheterias e perceber o porquê da demora: a maioria dos guichês não funcionava, gente tentava furar a fila, o guichê que estava aberto daqui a pouco parava de funcionar pro funcionário ir imprimir ingressos... Isso no dia em que se anunciava que aquele será o estádio sede da final da Copa do Mundo. Pois é. Mas os próximos dois anos de obras irão resolver, claro.
Finalmente, entramos no estádio, a tempo de pegar talvez os últimos dez sonolentos minutos do primeiro tempo. Chamou a atenção apenas uma tentativa de arrancada de Adriano pela esquerda, derrubado pelo adversário como se fora um jogador de futebol americano. Nossa expectativa, dali pra frente, era a pior possível: tava na cara que ele ia ser substituído no intervalo.
Mas não foi. Voltou, saudado pelos oportunos gritos de "o Imperador voltou!". E, com um minuto de jogo, fez seu gol - de cabeça, como o primeiro no retorno de Ronaldo. Já tinha valido o esforço, podia sair tranquilo. Mas não saiu: o cara ficou em campo até o final. As placas de substituição subiam, e pra surpresa de todos, não tinham nunca o 29 brilhando. A mobilidade ia diminuindo com o passar do tempo, mas a atuação foi acima do que se poderia esperar - boa movimentação, deu prosseguimento a todas as jogadas, bons passes. Inclusive um que deixou Léo Moura na cara do gol, pra dar um chute constrangedor.
Do time mesmo, o que dizer? As atenções eram todas mesmo para Adriano. Mas o time, no segundo tempo, revezou momentos de até bom futebol, com algumas chances para ampliar o placar, com outros de sono, em que parecia convencido de que a vitória estava garantida e assistia ao Atlético tocar a bola próximo demais à area. O pênalti de Toró - que, na TV, parece ter acontecido fora da área - foi inacreditável. Tirando o Imperador, Íbson jogou bastante bem, Léo Moura também teve bons momentos e Willians correu muito, posicionando-se inclusive em boa parte do tempo como o verdadeiro lateral direito do time.
E é isso: na estreia, um gol e 68 mil pagantes para assistir. E o marketing de jogar as expectativas lá pra baixo, pra depois vermos o cara aguentar os 90 minutos em campo, foi ótimo. Não podia ser mais animador.
31/5/2009 - 16h - Flamengo 2 x 1 Atlético-PR
Maracanã - Rio de Janeiro, RJ
Renda e público: R$ 1.293.939,00 / 68.217 pagantes
Árbitro: Leonardo Gaciba (RS)
Auxiliares: Altemir Hausmann (RS) e Paulo Ricardo Silva Conceição (RS)
Cartões Amarelos: Rhodolfo (45' /1º T); Léo Moura (17' 2º T), Chico (25' 2º T), Márcio Azevedo (40' 2º T), Everton Silva (45 / 2º T).
Gols: Antonio Carlos, gol contra, 13'/1ºT (1-0), Adriano, 1'/2ºT (2-0), Rafael Moura, 25'/2ºT (2-1)
Flamengo: Bruno, Willians, Aírton e Ronaldo Angelim; Léo Moura (Everton Silva 42' 2º T), Ibson, Toró (Wellinton 35' 2º T) , Kléberson e Juan; Emerson (Everton 35'/ 2º T) e Adriano. Tecnico: Cuca.
Atlético-PR: Vinícius, Rhodolfo, Chico e Antonio Carlos; Raul (Manoel, 19'/ 2º T), Rafael Miranda (Wesley 29' 2º T) , Valência, Júlio dos Santos e Márcio Azevedo; Marcinho (Patrick, intervalo) e Rafael Moura. Técnico : Geninho.
5 comentários:
isso é pq vc viu o 2o tempo: no 1o o Ibson fugiu do jogo vergonhosamente. nao marcava, nao lançava, nada! mas o q importa é q hj tb enfrentei fila, sol, calor, sede, futum e arquibancada cheia p/ ter como presente aquela belíssima festa e gol do Imperador! ave, Adriano! ;}
Monnerat, quando eu li o seu relato não podia ter me identificado mais. Aconteceu exatamente a mesma coisa comigo. Deixei pra comprar na hora, levei crianças, gente do interior q nunca tinha ido, filas absurdas com bola já em jogo, até o lance do bandeirão subindo e eu do lado de fora foi igual. O pior da fila do maracanã já foi um dia o seu tamanho, hoje isso não quer dizer nada perto do q ela demora pra andar.
O resultado é q entrei com 30 do 1º tempo. Eu acho q em 1950 devia ser mto mais fácil pra comprar ingresso no Maracanã, de lá pra cá parece q foram quase 60 de retrocesso nessa questão.
Fica aí meu protesto, abraço!
Beto/RJ
Enquanto a galera se imobiliza na fila, a Copa vem aí para locupletar uns poucos felizes fdps. De toda forma, apesar disto e da pouca bola que jogou o time, a festa e o Adriano valeram a pena.
Saudações rubronegras!
Monnerat
Vc num acha que perdemos uma puta chance de conseguir uns 2 milhoes de patrocinio ontem não??
Qual empresa não daria uns 2 milhoes ontem, pra sair na foto em todo o mundo???
André, não sei. Essas coisas a gente fala muito de achômetro. Se apareceu alguém querendo dar essa grana e a diretoria não aceitou, com certeza foi burrada.
Mas - apareceu alguém? Não é tão fácil assim qualquer empresa liberar um ou dois milhões de orçamento pra uma ação pontual não planejada.
Durante a semana, surgiu a notícia de que o Adriano poderia jogar com a 31, com patrocínio da Oi. O próprio diretor de marketing do Flamengo falou que ele poderia jogar "com um número ligado a um patrocinador".
Mas não rolou. E, se o dirigente do Flamengo falou na hipótese sem negar, não me parece que não tenha acontecido porque a diretoria não quis.
Mas eu cheguei a comentar isso no Maracanã: quem quer que esteja negociando patrocínio agora com o Flamengo, deu muito mole de não correr pra fechar logo e poder aparecer nesse jogo. O Adriano foi capa de tudo que é jornal, chamada na imprensa lá fora, destaque em todos os programas esportivos, deve aparecer hoje no Jornal Nacional.
E, inclusive, eu sei que o pessoal do marketing esperava que essa estreia dele acelerasse o fechamento de um contrato.
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