Tá feia a coisa pro Fluminense

Eu cheguei a escrever, no meu post pós-classificação do Fluminense sobre o Boca, que andavam elogiando o tricolor além da conta. Os resultados eram ótimos, o time tinha qualidades, mas não era tudo isso o que diziam. O jogo hoje, contra o Goiás, deixou isso ainda mais claro.

Trata-se de uma equipe com uma defesa que funciona, principalmente o miolo de zaga, e por isso não costuma tomar muitos gols. Somando a isso a grande força na bola parada, temos aí uma receita parecida com a do São Paulo do ano passado: um time pronto pra ganhar muitos jogos, mas convencendo pouco. E quando acontece um dia em que as cobranças de falta não funcionam, como hoje... Com a bola rolando, há um problema crônico de articulação no meio-campo. Ygor é muito fraco, Arouca tem sido tímido e Tiago Neves e Conca não são propriamente articuladores, mas sim jogadores perigosos quando pegam a bola perto da área adversária. Com isso, o time apela muito para lançamentos longos, de ligação direta, pra conseguir fazer a bola chegar ao ataque. Pode parecer piada, mas um Souza se encaixaria bem nesse time.

Além disso, é bom dizer que o elenco do Fluminense também está abaixo da fama que tem. Hoje, havia só o desfalque de Washington. Mesmo assim, quando Renato quis mudar o time pra buscar o empate, as opções que teve foram dois garotos que ainda têm muito o que provar - Tartá e Alan - e um lateral direito, Rafael. É bem longe das opções que Caio Júnior tem no banco, por exemplo. O fato é que são apenas 3 pontos em 9 jogos e, se Renato realmente quer ser levado a sério em sua última fanfarronice - a promessa de vaga na Libertadores -, vai ter que começar já na próxima rodada uma virada que seria pra lá de impressionante.

O Goiás, que estava junto do Fluminense na zona de rebaixamento, é um time que marca forte, procura sempre sair trocando passes, rifa pouco a bola e tem como principal força o trio formado por Romerito, Paulo Báier e Iarley. Os três se mexem muito do meio pra frente, trabalham bem os passes e confundem a marcação adversária. Porém, tem duas fraquezas claras: a idade deste trio - que morreu no segundo tempo, fazendo a movimentação sumir e o time ficar sem conseguir segurar a posse de bola - e a maneira como afunilam sempre o jogo. Não há jogadas pelas pontas em momento nenhum, e por isso as chances surgem sempre de tabelas pelo meio e chutes de fora da área, como aconteceu no gol da vitória. Hoje, o triunfo poderia ter sido mais tranquilo se o juiz não tivesse deixado de marcar um pênalti escandaloso no segundo tempo, mas a vitória foi justa.

Curioso ver também que Iarley, além de confundir a marcação do Fluminense, também deu olé no pobre comentarista Paulo Victor, ex-goleiro tricolor, que trocou o nome do atacante durante o jogo inteiro com o do goleiro Harley, que ficava sempre lá do outro lado do campo. Aproveitando que estão em Goiânia, os dois poderiam montar uma dupla sertaneja.


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No mínimo divertido ouvir agora o Celso Roth, dando entrevista após a derrota do Grêmio para o Botafogo, se lamentando porque não tem mais um articulador no meio-campo "por causa dessa figura que estava lá".


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Aconteceu de todos os perseguidores do Flamengo tropeçarem na rodada, incluindo aí um improvável empate do Ipatinga com o São Paulo no Morumbi - improvável, mas que meu irmão bem que tinha previsto e tentado me convencer a cravar no bolão. Dei mole!

5 pontos de vantagem e a liderança garantida mesmo em caso de derrota na próxima rodada. Por enquanto, a situação está melhor do que os rubro-negros mais otimistas poderiam prever.

Um comentário:

Marcos Monnerat disse...

Eu te disse, eu não te disse...

Falei que ia dar empate. Foi mais surpreendente do que eu imaginei, porque não acreditava que o Ipatinga pudesse marcar um gol no São Paulo, mas o empate se confirmou... Estão dando mole pro Mengão!