Sob pressão

Hoje é dia de ver como o Flamengo reage sob pressão - em vários níveis.

A pressão dos quatro jogos sem vitória
Em condições normais, é óbvio que um empate com o Palmeiras no Parque Antarctica - onde Luxemburgo e companhia estão invictos - seria um bom resultado. Até por manter atrás um time visto como concorrente direto. Porém, podem crer que, se isso vier a acontecer, após o jogo vai surgir uma penca de comentarista sacando a estatística de "5 jogos sem vencer" pra dizer que não foi um bom negócio. Vai ser preciso cabeça pra jogar tranquilo, sem loucuras. É pra tentar vencer, claro, lógico, sempre. Mas sem maluquices.


A pressão da tabela
Como falei no post anterior, Cruzeiro e Vitória jogam em casa, contra adversários mais fracos, às 19h30. Muito provavelmente, pelo menos um deles, se não os dois, terão ultrapassado o Flamengo na tabela no momento em que o time entrar em campo em São Paulo. Ou seja: é provável que o time que estava na liderança até uma semana atrás enfrente agora o Palmeiras como quarto. Os jogadores, além de se depararem com esta situação antes do jogo, ainda entrarão sabendo que, se perderem, cairão pra quinta colocação, independente de outros resultados, pois o Flamengo seria ultrapassado pelo próprio adversário. Sairia assim da zona de Libertadores pela primeira vez no campeonato.

Se vencer, maravilha, será uma bela prova da capacidade do time e uma ducha de água fria nos adversários. Mas, pra conseguir isso, o time tem que entrar em campo tranquilo com a situação.


A pressão do Palmeiras
Essa é a parte mais prática da coisa, o jogo em si. E é lógico que, jogando em casa, o Palmeiras vem pra cima.

Dizer que não é um time forte quando joga em seu estádio é brigar com os números. Mas o Palmeiras tem uma deficiência estrutural no time: o meio-campo marca pouco. Só Pierre (que vai entrar com a cabeça sabe-se lá como, já que está vivendo um drama pessoal) o faz pra valer. A volta de Léo Lima melhora a situação para o Flamengo, já que todos o conhecem - sem ele, que tem se posicionado como segundo volante mas não corre pra isso, Luxemburgo usaria alguém mais efetivo no combate ali.

Além disso, Valdívia não anda em boa fase e some quando bem marcado. Sobra apenas Diego Souza pra fazer pra valer o vai-vem que o setor precisa. Eles funcionam mesmo quando realmente partem pra cima e adiantam a marcação; se o adversário consegue evitar que eles mantenham a posse de bola e marcá-los longe da área, no meio mesmo, têm dificuldades. Então, é bom esperar que eles venham mesmo pro abafa, marcando lá na frente e tentando sufocar. E o Flamengo vai ter que saber sair desta situação - por isso, era bom se Caio Júnior mudasse de idéia e escalasse Jônatas na cabeça-de-área, alguém com um passe melhor e capaz de dar ao time saída de bola nos momentos de sufoco.

Assisti aos jogos contra Figueirense e Fluminense. Contra os catarinenses, que reforçaram o meio, o Palmeiras teve problemas sérios pra jogar; contra o Fluminense, que tem (ou tinha, já que o time tem mudado todo) o mesmo problema, foi um jogo equilibrado e aberto no primeiro tempo, cheio de chances dos dois lados, e um passeio verde no segundo. É bom não deixar o meio deles jogar, ou vão se criar mesmo - e o ataque, com Kléber e Alex Mineiro, não é de dar bobeira. Como vamos entrar com quatro cabeças-de-área, vai ser imperdoável se a marcação ficar frouxa. Que não se dê o mesmo mole que se viu contra a Portuguesa e no segundo tempo contra o Botafogo.

Cuidado também com os dois laterais, Leandro e Elder Granja, que são realmente bons no apoio. Por isso, não duvidaria se de última hora Luxemburgo resolvesse mudar a escalação e lançar um volante, como Sandro Silva, no lugar de Léo Lima, que vinha fora do time. Reforçaria a cobertura aos laterais, para que eles pudessem subir sem dar tanto espaço aos manjados Léo Moura e Juan, com quem todo mundo se preocupa. Mas, da mesma forma, é óbvio que do lado de cá também não vai dar pros laterais se lançarem à frente como se não houvesse amanhã, ou vai haver sofrimento em suas costas.

Fora a marcação no meio, é bom dizer que a zaga palmeirense que vem jogando é pavorosa. Jeci e Gladstone batem cabeça sem parar - dá pra entrar pelo meio da defesa mesmo, como o próprio Santos mostrou na semana passada. Se Obina e seu companheiro (Maxi ou Tardelli) estiverem espertos, é dia de acabar com o jejum incômodo de gols no nosso ataque.

2 comentários:

Anônimo disse...

Pois eu acho que é justamente isso que ele vai fazer, mandar os laterais pra frente como se não houvesse amanha.
E não só pra cair pelas pontas, mas pelo meio tambem.

é por isso que ele colocou mais um volante que marca bem como o toró.

E eu to muito feliz com a saída do jonathas. Eu detesto ele.
E ele não tem jogado nada pra manter tanto prestigio com uma parte da torcida e com o tecnico.
Sem contar que ele deixa o time lento e não marca nem a minha avó.
Enfim, nessa to com o Caio Jr.
Só não aguento mais o Tardelli. aff

André Monnerat disse...

Se ele está colocando um volante a mais pra também ficar lá atrás cobrindo os laterais, eles não vão estar indo pra frente "como se não houvesse amanhã" - vai ter um esquema pra isso.

Agora, o Jônatas - eu queria ele de volante lá atrás. Já cansei de dizer isso. Pra colocar ele de armador, como ele vinha fazendo, ele realmente deixa o time lento. Não gosto dele ali, nunca gostei, nunca deu certo nem vai dar.

Mas, lá atrás, acho que ele pode jogar bem. Mas é uma "briga" perdida minha, porque ele nunca vai tentar isso.