Palmeiras 1 x 0 Flamengo

Luxemburgo fez o que eu apostei no texto de ontem: na hora H, entrou com um cabeça-de-área a mais no lugar de Léo Lima. Desta maneira, reforçou a marcação para não abrir mão do apoio de seus laterais. E, no início, deu bastante certo. O Palmeiras se aproveitava da sequência de passes errados do Flamengo pra dominar o jogo e criar chances, principalmente com o lateral Leandro, pela esquerda.

Isso durou até uns 15, 20 minutos do primeiro tempo. A partir daí, o Flamengo se acertou, passou a errar menos e dominou o jogo, pois a marcação no meio não deixava o Palmeiras trocar passes. Surgiram algumas boas chances de gol - a melhor, num belo passe de Obina que deixou Jaílton na cara do gol.

Porém, logo no início do segundo tempo, saiu o gol do Palmeiras em um belo passe de Valdívia, aproveitando a fragilidade da defesa do Flamengo pela esquerda. Mesmo com três volantes escalados, Dininho se sentiu sozinho na marcação e não soube se saía ou se ficava. Acabou levando a bola nas costas - e o gol definiu o rumo do jogo a partir dali.

Com a vantagem, os laterais palmeirenses pararam de subir, os dois volantes se plantaram à frente da zaga e o Flamengo não conseguia mais entrar na defesa adversária, apesar de ter mais a bola. E foi a partir daí que Caio Júnior não soube o que fazer.

Eu, em princípio, não teria tirado Toró. Mas a substituição pode até se justificar por sua forma física, já que voltava de contusão. Acho que não era o caso de lançar um atacante a mais no lugar dele naquele momento mesmo, mas ele poderia ter ousado mais - sinceramente, não sei se estava Jônatas ou Erik Flores no banco, mas qualquer um dos dois seria uma opção um pouco mais ofensiva que Aírton. Mas vá lá, eles também não têm resolvido quando entram, era uma opção pra dar mais vigor no meio-campo naquele momento.

Mas o tempo passou e as chances não apareciam. E então Caio Júnior agiu de maneira realmente incompreensível, tirando Obina pra colocar Maxi. Na boa: deu vontade de desligar a TV.

Obina era o último a sair do time ontem. Primeiro, porque não estava mal. Não era brilhante, não teve muitas chances dentro da área, mas se movimentou bem, acertava até alguns dribles, deu prosseguimento à maioria das jogadas e fez bons passes. Mas Obina é aquilo: é "iluminado" e "folclórico". E, por isso, não pode passar em branco. Se não fizer gol, foi mal - no fim da partida, vão lembrar daquele chute errado de fora da área e é isso aí.

Segundo, porque o momento era de ousadia. O time perdendo, o jogo indo para o seu fim, o que adiantava manter quatro volantes em campo? Poderia ter tirado Cristian ou Jaílton tranquilamente. E até mesmo as saídas de Íbson e Léo Moura, que vinham mal, seriam justificáveis.

E terceiro porque, se a idéia era manter o esquema e tirar um atacante, a escolha era óbvia. Tardelli não acertou nenhum - NENHUM - lance durante toda a partida. Um negócio de tirar qualquer um do sério. Sinceramente, não sei porque Tardelli ainda tem alguma moral no elenco - não faz gol, não dá passe pra gol, arruma expulsões estúpidas, falha em lances chave. Deveria ser a última opção pro ataque do time, mas está sempre em campo.

E o fato é que, com ele em campo, sem centro-avante de referência, o time se perdeu de vez e não dava nem mais pra torcer. No duro, até o final o Palmeiras esteve muito mais perto de ampliar o placar do que de sofrer o empate.

E é isso: são cinco partidas sem vitória e, ao que parece, Caio Júnior - de quem gosto, que tem crédito - não está sabendo bem identificar o que manter e o que mudar no time, o que é bem preocupante. Vão chegar reforços, mas o time tem que voltar a pontuar já. As próximas três partidas, as finais do turno, são todas passíveis de vitória: Cruzeiro em casa, Goiás fora, Atlético-PR em casa. É esperar pra ver o que técnico e jogadores irão fazer pra se virar e se manter no bolo.



30/7/2008 - 21h45 - Palmeiras 1 x 0 Flamengo
Parque Antarctica - São Paulo, SP
Público/renda: 26.854 pagantes, R$780.035,00

Árbitro: Leonardo Gaciba da Silva
Auxiliares: Marcelo Bertanha Barison (RS) e Paulo Ricardo Silva Conceição (RS)
Cartões amarelos: Gladstone (Palmeiras), Valdívia (Palmeiras), Dininho (Flamengo
Cartão vermelho: Léo Lima (Palmeiras)

Gol: Sandro Silva (Palmeiras - 5 min. do 2o tempo)

Palmeiras: Marcos, Élder Granja, Jeci, Gladstone e Leandro; Sandro Silva, Jumar, Diego Souza (Léo Lima) e Valdívia (Maicosuel); Kléber e Alex Mineiro (Denílson). Técnico: Wanderley Luxemburgo.

Flamengo: Bruno, Léo Moura, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim (Dininho) e Juan; Jaílton, Toró (Airton), Cristian e Íbson; Diego Tardelli e Obina (Maxi). Técnico: Caio Júnior.

2 comentários:

Anônimo disse...

Paulo Considera


Perfeito Monnerat. Eu costumo gostar das mexidas do Caio, mas ele ter tirado Obina foi um erro feio. Tive a mesma leitura do jogo que vc. Só tem me irritado muito o discurso do Caio pós jogo. Sempre o time joga bem, ele fica reclamando da sorte, da arbitragem (ainda lamenta o gol contra o Vitória), chora desfalques (ontem só tinha 1) e se esquece de treinar mais o time. Só conversou com o time depois do jogo contra o Botafogo. Vamos torcer pras coisas mudarem..abraço..

André Monnerat disse...

Olha, não vi nem li entrevistas após o jogo. Nada, nada mesmo.

Mas comentei isso, logo após a substituição, com a minha mulher: "vai acabar o jogo e vai ser a mesma coisa: vai dizer que dominou o jogo, jogou bem, resultado injusto. E daí?" Tava na cara que o discurso ia ser esse, como foi contra Coritiba, Vitória, Portuguesa.

Agora, ontem, pelo segundo tempo, nem isso dava pra dizer. Jogou mal mesmo, pior que o Palmeiras. E em boa parte porque ele mexeu mal. O pensamento antes do jogo até não foi ruim, funcionou, mas ele não soube como agir quando as circunstâncias mudaram.