Torcedores invadem a concentração. Um dos principais jogadores do elenco, sentindo-se perseguido de todos os lados, abandonou o time. O mesmo aconteceu com um dos zagueiros. A notícia é que, além de pressionado, o time está insatisfeito porque há atraso de salários - não há dinheiro nem pra poder mandar o técnico embora. E, ao fim do jogo, o capitão do time, ídolo da torcida, ainda acusou dois companheiros de fingirem contusão para escapar de entrar em campo.
Pois não é que, no meio de tudo isso, o Vasco ainda ganhou de 6x1 do Atlético-MG?
E assim mostrou o porquê de, por mais que tenha rubro-negro torcendo, ser bem improvável um rebaixamento vascaíno. Ao longo dos anos, as coisas têm funcionado assim por lá: mesmo no meio das maiores tempestades, quando o jogo é em São Januário o Vasco dá um jeito de vencer. Especialmente essas partidinhas muquiranas, de meio de semana, com estádio vazio, sem transmissão, contra adversários mais ou menos. Outros times deixam passar pontos nessas horas - o Vasco, é raro.
E, sinceramente, não torço nem um pouco pro Vasco cair. Não seria saudável para o mundo que isso acontecesse justo no momento em que Eurico cai. Que espécie de lição isso passaria? As coisas não podem ser assim. E há que se considerar que o corte de ingressos às organizadas definido pelo Dinamite deve ter bastante a ver com a intensidade desses protestos recentes.
É bom dizer que, fora razões místicas e alçapônicas, o Vasco tem recursos ofensivos em seu time mesmo pra não passar esse perrengue todo. Edmundo, pênaltis a parte, ainda é um cara que não vacila na hora H. Leandro Amaral é dos melhores centro-avantes que há no país. Leandro Bonfim é um meia interessante, dentro do que há por aí. Jean é uma opção boa pra segundo tempo. Wagner Diniz é um lateral chato, que corre com a bola em velocidade como poucos, sabe fazer uma ultrapassagem. O problema todo, mesmo, é lá atrás - e em Antônio Lopes não insistir com o esquema que vinha inventando, que deixava o meio-campo deserto e o adversário à vontade pra jogar.
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Mas não é que, em meio à toda confusão, ainda aparece o Beto dando entrevista elogiando a pressão dos torcedores?
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