E a tal pulga atrás da orelha, que já incomodava depois do jogo de Curitiba, está coçando pra burro depois deste jogo no Maracanã. Serviu pra ver que Renato Augusto, embora tenha jogado pouco no ano, vai mesmo fazer falta, como eu escrevi assim que foi vendido - ainda mais enquanto Kléberson não voltar. E pra reforçar o que todo mundo já sabe: se acontecer de Juan ir embora, a situação vai ficar realmente ruim.
No primeiro tempo, o Flamengo teve uma atuação bem parecida com a da última partida: controlando a bola, mantendo a posse, mas sem conseguir criar nada. A lentidão na saída de bola e na troca de passes e a pouca movimentação faziam com que o Vitória conseguisse anular todos os ataques com tranquilidade. A diferença em relação ao jogo com o Coritiba é que, naquele, pelo menos o time esteve perfeito na marcação; desta vez, sem Angelim e Juan, o lado esquerdo estava extremamente frágil. Dininho e Egídio não se entendiam, saíam errado nas antecipações e pareciam sem nenhum tempo de bola.
(Um parêntese sobre Egídio: não tem condição. O cara é fraco demais. É bom que a diretoria ofereça o caminhão de dinheiro que for pra manter Juan, se realmente surgir alguma proposta de fora. Além disso, quando ele estiver fora por suspensão ou contusão, é preciso criar outra solução que não seja colocar Egídio em campo. Improvisa alguém, puxa outro dos juniores, não sei.)
Caio Júnior percebeu logo que o time precisava de mais criatividade e trocou Cristian por Erik Flores - o que não deu muito resultado imediatamente. Erik me parece muito verde ainda; para um meia, aparece pouco pro jogo e, além disso, é muito fraquinho fisicamente. Vou insistir com uma tese, que pode até ser besteira: o Fellype Gabriel está lá, com contrato com o Flamengo, dando mole. Não é solução definitiva pra nada, mas é uma opção ao menos de banco em uma posição em que, agora, a gente não tem ninguém. Pode ser que Kléber Leite esteja aprontando alguma bela surpresa por aí, mas enquanto não vier ninguém, o elenco está realmente carente de meia de ligação.
Para o segundo tempo, saiu Souza para a esperada chance de Éder. O time voltou bem melhor, criou alguns bons lances em sequência e finalmente fez seu gol. Mas aí entrou em cena a arbitragem, marcando um impedimento inexistente que acabou definindo o jogo - especialmente porque, pouco depois, o Vitória conseguiu seu gol da maneira mais óbvia: pelo lado esquerdo da defesa do Flamengo, que deu mole mais uma vez. Foi uma ducha de água fria e o time demorou a se reencontrar. Caio Júnior finalmente lançou Obina no lugar de Jônatas e as chances voltaram a aparecer, embora de maneira meio desordenada - mas o gol, que o time até merecia (inclusive pela atuação desastrada da bandeirinha, que não só anulou um gol como chegou até a marcar um impedimento em cobrança de lateral), não saiu. Obina ainda deu um chute terrível pra lateral no finzinho, que deve ajudar Souza a manter seu lugar no time. Lamentável.
Fora as deficiências que já comentei no meio-campo e na lateral, que podem melhorar para a próxima partida com as voltas de Kléberson e Juan, é bom comentar que a dupla de ataque que vem começando os jogos é a pior que Caio Júnior pode escalar. Não só falta presença de área, porque Souza realmente insiste em ser ponta esquerda, como falta movimentação, o que atrapalha mais ainda nosso já pouco criativo meio-campo. Ontem, pela primeira vez deu pra ver Éder em campo por um tempo razoável; posso até ser injusto, julgando por uma só apresentação, mas sinceramente não me pareceu que leva jeito não. Controla a bola de maneira estranha e se movimenta errado, sempre por trás dos zagueiros, onde ou não vai receber a bola ou vai entrar impedido. Acho bastante injusto que, neste elenco, Maxi esteja tendo tão pouco espaço.
Em duas rodadas, foi-se embora toda a diferença na tabela - e pior, com o time desanimando pelas atuações em campo. É fato que houve desfalques importantes (não falo nem de quem saiu de vez, esses não adianta mais ficar chorando) e que é difícil manter o nível com três, quatro titulares fora, por mais que tanto se falasse da qualidade do elenco. Mas a próxima rodada se tornou vital, tanto matemática quanto psicologicamente. O próximo jogo é fora, mas absolutamente vencível - a Portuguesa vem mal e, além disso, a torcida do Flamengo costuma até ser maior que a deles nos jogos em São Paulo. Por sorte, os outros resultados desta rodada não foram ruins e na próxima há um confronto direto importante, entre Inter e São Paulo. Se o Flamengo conseguir vencer, pode voltar a ter uma diferençazinha na liderança - mas, se perder, a impressão de que a vaca está indo pro brejo vai ficar forte.
20/7/2008 - Flamengo 0 x 1 Vitória
Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Renda/público: R$681.802,00 / 41.827 pagantes
Árbitro: Elmo Alves Resende Cunha (GO)
Auxiliares: Milton Otaviano dos Santos (RN)e Marcia Bezerra Lopes Caetano (RO)
Cartões amarelos: Erick Flores (FLA); Thiago Gomes, Anderson Martins (VIT).
Gol: Dinei, 9'/2ºT (0-1);
Flamengo: Bruno, Léo Moura, Fábio Luciano, Dininho e Egídio; Jaílton, Cristian (Erick Flores, 30'/1ºT), Jônatas (Obina, 23'/2ºT) e Ibson; Diego Tardelli e Souza (Éder, intervalo). Técnico: Caio Júnior.
Vitória: Viáfara, Marco Auréilo, Thiago Gomes, Anderson Martins e Daniel; Marco Antônio, Renan, Ramon e Williams (Jackson, 38'/2ºT); Dinei e Marquinhos (Wallace, 38'/2ºT). Técnico: Vágner Mancini.
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