Fellype Gabriel de volta

Duas notícias surpreendentes hoje sobre o Flamengo.

A primeira é o retorno de Fellype Gabriel, que a essa altura ninguém mais se lembrava que ainda tinha contrato com o clube. Sinceramente, acho que pode ser um bom reforço para o elenco, em uma posição - a de meia de criação/ligação - em que não temos muitas opções. Isso se conseguir vencer os problemas físicos que sempre o perseguiram. Se fosse comigo, internava o cara numa academia pra ganhar músculos, pois com a bola ele leva jeito.

Fellype era visto como o destaque do time de juniores. Sabendo de sua fama, assisti a um jogo dele na Taça São Paulo de 2005 prestando atenção no cara. E me decepcionei. Era fraquinho e fresco - esperava sempre a bola no pé e, quando vinha, sempre queria dar um toquezinho de efeito. "Daí não vai sair nada", pensei.

Um tempinho depois, estreou nos profissionais entrando durante um jogo contra o River do Piauí, pela Copa do Brasil, na estréia do Cuca como técnico. Foi uma das piores atuações que já vi do Flamengo na vida e o Fellype confirmou exatamente a mesma impressão que eu tive dele nos juniores. Mas Cuca, até pela falta de opções, foi insistindo com ele, que até ia melhorando - mas tinha a bizarra característica de ter que sair de campo no meio de todos os jogos vomitando. Era difícil de levar a sério.

Cuca caiu, veio o Brasileiro e o time fazia uma campanha bizarra, ficando em situação desesperadora na luta contra o rebaixamento. Foi quando chegaram Kléber Leite e Joel Santana para fazer o salvamento. Naquele fim de campeonato, Fellype ganhou de vez a posição de titular do meio-campo e se firmava mesmo como o cara de criação do time. De repente, o garoto aprendeu a correr atrás da bola, se apresentar pro jogo e, apesar do físico abaixo de franzino, era realmente produtivo. No final daquele ano, eu acreditei que, se fizessem um trabalho sério de reforço muscular no moleque, ele poderia virar um jogador de verdade.

Porém, no início do ano seguinte, veio uma contusão séria de joelho que o afastou por meses e meses. Na volta, não conseguiu novamente lugar entre os titulares. Acabou emprestado ao Cruzeiro no fim de 2006, em uma negociação para estender o empréstimo de Léo Medeiros, que era querido por Ney Franco e ainda tinha contrato com o clube mineiro. Em Minas, jogou 12 jogos, metade como titular. Alternou bons e maus momentos e voltou a se contundir. Acabou, finalmente, tendo o contrato com o time azul rescindido para ser emprestado de graça pelo Flamengo ao Nacional da Ilha da Madeira.

Em Portugal, ele se destacou até o momento em que teve nova contusão grave, que o tirou de campo por 5 meses. Na volta, não voltou a ter atuações no mesmo nível, mas coloca a culpa em problemas pessoais - na verdade, estava com a esposa grávida e dizia sentir falta de ter a família por perto num momento como este. De qualquer forma, é visto por lá como um jogador criativo e talentoso. Teria mercado pra continuar por lá ao menos em clubes de médio pra pequeno porte - o Nacional gostaria de sua permanência e é também pretendido pelo Sporting Braga. Porém, ao que parece, é considerado um jogador caro para o porte destes clubes, o que dificulta estas negociações, e tem mesmo vontade de ficar no Brasil.

Enfim: pode ser que ele volte ao elenco a partir de agora, se interessar ao Caio Júnior - e se ninguém de Portugal decidir mesmo abrir a carteira para ficar com ele. Se passar numa avaliação física e médica, acho que não seria nenhum salvador da pátria, mas uma boa aposta para compor elenco. De novo: academia nele!

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A outra notícia é que, ao contrário do que se esperava, Caio Júnior treinou com Jaílton no lugar do Toró, e não Jônatas. Como a defesa foi vista como grande vilã na derrota para o São Paulo, até faz algum sentido, mas eu esperaria um pouco mais de ousadia em um jogo contra um adversário tão frágil.

Além disso, Souza continuou como titular no ataque. Obina entrou no meio do treino, mas no lugar de Tardelli. Maxi continua esperando a vez.

Vamos ver se dá tempo dele mudar de idéia até domingo.

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