O resultado foi bom, mas o Vasco sente o peso de jogar em São Januário

A casa vascaína não tem ajudado as atuações do time de Ricardo Gomes.


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Há algumas semanas, acho que até em um dia de jogo em São Januário com bom público pela Copa do Brasil, eu tuitei que o Vasco tinha uma bela vantagem sobre os outros cariocas nesta temporada: tem um estádio que pode chamar de sua casa. Flamengo e Fluminense sofrem sem o Maracanã e o Botafogo, até hoje, não conseguiu que sua torcida crie com regularidade um clima realmente bom para seu time nos jogos no Engenhão.

Mas, aparentemente, esta casa própria não está realmente jogando a favor dos vascaínos. Diante de sua torcida, parece que o time sente mais a responsabilidade de provar que são mesmo uma boa equipe, que podem mesmo levar o clube a um título que não vem há tantos anos, e joga sempre tenso. Foi assim contra o Avaí, foi assim ontem contra o Coritiba.

No primeiro tempo, o nervosismo apareceu na quantidade absurda de passes fáceis errados, inclusive em seu próprio campo, que deram muitas oportunidades - pessimamente aproveitadas pelo Coritiba - de contra-ataques. No segundo tempo, depois que saiu o 1x0, os jogadores e o treinador não se tranquilizaram; ao contrário, assumiram uma atitude de se agarrar àquele placar de qualquer maneira, pois algo de errado poderia acontecer a qualquer momento. O time em campo recuou, Ricardo Gomes deu força a esta postura colocando mais um volante em campo e, no final, passaram um perrengue bem maior que o necessário. Os vascaínos se colocavam todos da intermediária pra trás, dando chutões pra frente de qualquer jeito. O goleiro do Coritiba chegou a vir com a bola dominada a seus pés até o meio do campo, tamanha a retranca do adversário.

A favor do Vasco está, além do placar, o retrospecto de jogar sempre com mais segurança na casa do adversário. Foi assim até agora na Copa do Brasil - contra Náutico, Atlético-PR, Avaí. Mas, se a postura for tão defensiva no Couto Pereira quanto foi na parte final do jogo em São Januário, o título pode acabar escapando.


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O problema do Vasco ontem não foi apenas o nervosismo. Com os laterais que entraram em campo e sem Éder Luís, o time simplesmente não tem nenhuma jogada pelas pontas e fica ainda mais dependente de algum passe mágico de Felipe. A situação poderia ter melhorado um pouco se Ricardo Gomes tivesse escalado Fágner na lateral direita, mas ele preferiu continuar valorizando o bom trabalho que o volante improvisado Allan fez na ausência do titular, que andou contundido.


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Só tinha visto o Coritiba jogar por mais tempo naquela goleada atípica sobre o Palmeiras. Assistindo ao jogo de ontem, me pareceu uma equipe bem abaixo do tanto de elogios que recebeu durante sua longa série de vitórias. Até correm bastante na marcação - embora tenham dado bem mais espaço para Felipe do que o aceitável, especialmente no primeiro tempo -, mas com a bola foi um time muito limitado. Imagino que, ao contrário do Vasco, consigam render bem mais em seu estádio.


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Como dei preferência pra final da Copa do Brasil, não assisti tanto da classificação do Santos na Libertadores. Vi um pouco mais do jogo no Paraguai apenas nos minutos finais, em que o Cerro Porteño precisava de dois gols para passar de fase e, ainda assim, fez o Santos sofrer bastante. Pelo que li de analistas que respeito, como Vitor Birner, o time jogou mesmo numa enorme retranca, quase todo mundo atrás e Neymar tenta (normalmente consegue) resolver sozinho na frente.

É fato que é muito difícil vencer um time com uma defesa padrão Muricy (embora ontem tenham levado três gols...) e Neymar na frente. Mas é insuportável ver um time jogando assim se dar bem.

3 comentários:

Flávio disse...

Monnerat, fala sério, quem se preocupa com isso?

Temos assunto muito mais sério para tratar. Por exemplo: joga Júnior César ou Egídio?

André Monnerat disse...

Flávio, disso eu já falei no clipping, ontem ou anteontem.

Eu aposto que joga o Egídio.

Bosco Ferreira disse...

O }Egídio parece que encontrou o bom futebol que jogava no Vitória, não deve sair.

Outro assunto:
Encontrei no blog "time de fora", de um jornal nordestino um Hankie dos melhores times do mundo através International Federation of Football History & Statistics – IFFHS), Nesse hankie estamos atrás de muito clubes de pouco investimento, Flu, Vasco, Avaí e outros. A Paty precisa melhorar a nossa imagem para conseguirmos bons patrocinadores:
http://blogs.diariodonordeste.com.br/timedefora/e-pra-comemorar-ceara-entre-os-200-melhores-do-mundo/