As diferentes fórmulas do Fluminense campeão

Em julho, após um decepcionante empate no Maracanã com o Grêmio Prudente - num momento em que uma vitória colocaria o time pela primeira vez na liderança do campeonato -, escrevi que o Fluminense era meu favorito ao título brasileiro. A explicação: com uma defesa sólida, um grande meia e um grande centro-avante, estava pronta a fórmula para um time campeão - fórmula que o Flamengo havia utilizado em 2009, na campanha do Hexa. Apesar de nem tudo ter corrido da melhor forma, o favoritismo tricolor acabou se confirmando hoje.


A defesa sólida, apesar dos nomes não serem brilhantes no papel, teve o dedo de Muricy - que já havia mostrado por três anos consecutivos no São Paulo ser um especialistas em acertar seus times lá atrás. O grande meia não faltou: Conca foi o melhor jogador do campeonato e o único de linha a atuar em todas as partidas, sem nenhuma contusão ou suspensão. A peça final que eu imaginava seria o matador Fred - mas este acabou não contribuindo como os tricolores gostariam. Para o título vir, o time teve que procurar maneiras de compensar a falta de quem deveria ser seu principal atacante, mas esteve contundido por muito tempo e, quando jogou, normalmente não esteve bem.

A compensação veio, em alguns momentos, com Emerson - que fez gols importantes, como o de hoje. Mas o Sheik também esteve machucado por muitos jogos.

A compensação também veio, então, com Washington. Ao fim da campanha, a lembrança mais forte que fica do Coração Valente é a grande sequência de jogos sem marcar; mas, assim que chegou do São Paulo, Washington fez gols em sequência que chegaram a colocá-lo na briga pela artilharia do campeonato e que contribuíram muito para que o Fluminense, mesmo jogando desfalcado, não se afastasse da ponta naquele momento.

Sem Fred, sem Emerson e sem os gols de Washington, a compensação apareceu com o dedo de Muricy - que, além de saber armar uma defesa, sempre faz seus times marcarem muitos gols em bolas paradas e chutes de fora. E foi assim - e com o brilho de Conca - que o Fluminense foi fazendo os golzinhos que precisava para vencer jogos mesmo com um futebol pouco vistoso, lembrando o São Paulo de anos atrás.

Num campeonato equilibrado, com fases bem distintas, com os times se modificando em vários momentos por motivos diversos, o Fluminense foi dando seu jeito para sempre estar vencendo, de sempre estar na frente. Não há o que contestar no tricampeonato brasileiro do Tricolor.


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Hoje, o Fluminense jogou mal. Muito mal. O nervosismo, como era de se esperar, pesou.

Torcedores do Guarani pressionaram durante a semana, pedindo que o time entregasse. Não foi o que aconteceu; o time de Campinas correu muito e fez tudo o que podia para dificultar a vida do Fluminense. Mas não era muito.

Sua zaga mostrou uma fragilidade constrangedora a cada cruzamento na área - o que acabou dando no gol de Emerson. E, com a bola, não deu pra imaginar em momento nenhum que conseguissem fazer um gol no Fluminense. No que saiu o 1x0 - na única jogada que o Fluminense conseguira fazer no segundo tempo até aquele momento -, a parada estava resolvida.

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Já disse que não há o que contestar no justo título tricolor. Mas o melhor time do campeonato provavelmente foi o Grêmio de Renato Gaúcho. Enquanto seu treinador-ídolo esteve por lá, não houve time com aproveitamento melhor. Renato, pra mim, foi o melhor treinador do campeonato e torço para que seu trabalho seja coroado com a vaga na Libertadores (o que seria bom também para o Flamengo, pois tiraria um adversário difícil de seu caminho na Copa do Brasil).

O pior técnico, por outro lado, foi justamente quem acabou com as chances de título do Grêmio, mesmo com toda a arrancada gaúcha: Silas pode ter suas justificativas circunstanciais, mas teve um aproveitamento simplesmente horroroso tanto no Grêmio quanto no Flamengo, que alterou totalmente as perspectivas de ambos os times no campeonato.

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Minha super-ofensiva seleção do campeonato, sem pensar muito: Júlio César, Mariano, Gil, Dedé e Kléber; Elias, Conca e Montillo; Neymar, Jonas e D´Alessandro. Técnico: Renato Gaúcho.

4 comentários:

Fernando Almenara disse...

Parabéns ao Fluminense!!

Agora André, estou esperando seu post sobre a barca Rubro-Negra!! hehe

Abraços!!

Bosco Ferreira disse...

Como disse o Fernando Almenara, gostaria de uma opinião sua sobre a barca.

O Fernado titular absoluto nas listas, e jogador principal dessa barca em todas as relações de torcedores já renovou a pedido do nosso confuso, incoerente e inseguro treinador.

Será que é para vender camisa, ou implementar a venda dos tijolinhos Pat?

Lívia disse...

Título incontestável do Fluminense. Um time com Conca e Muricy, juntos, merece ser campeão, sim.

Esse time, há 1 ano atrás, lutava para não ser rebaixado. E com praticamente o mesmo time, são os campeões do 2010. Pra mim, dedo, mão, pé, cabeça do Muricy. Por isso, sempre bato na tecla de que treinador ganha e perde jogo.

Minha seleção do campeonato..

Victor ou Jefferson, menção honrosa para Júlio César, Mariano, Gil, Chicão, Roberto Carlos, Elias, Marquinhos Paraná, Conca e Montillo, Neymar e Obina (nem adianta me zoar porque Obina é mito, rs!).

Bosco Ferreira disse...

E pensar que o Renato ganha R$250 mil e não podemos ter um Montillo ou um Conca que ganham R$200 mil cada um.

E ainda pagamos R$200 mil a um Juan.

Alguem precisa dizer ao Flamengo que devemos contratar um especialista para negociar com jogadores.

Dizer isso quando a presidente encerrar a hibernação dela que já dura um ano.