Nas últimas semanas, venho lendo e ouvindo muito sobre a enorme evolução do Flamengo desde que Luxemburgo chegou. “Ter um técnico é outra coisa”, certo? Mas olha, sendo bem sincero: os resultados até podem ter melhorado, mas o futebol mesmo, sinceramente, não mudou grande coisa não.
No primeiro jogo, uma vitória com futebol lamentável sobre o fraquíssimo Atlético-GO. No segundo, assisti apenas ao segundo tempo muito ruim contra o Avaí. No terceiro, o resultado que deu a certeza a todos da revolução luxemburguiana: 3x0 no Inter. Não assisti, mas a opinião que li de gente em quem realmente confio é que o Flamengo fez um péssimo primeiro tempo, mas conseguiu dois gols em dois lances totalmente isolados e aí a partida se resolveu. E ontem...
Depois de ter dominado o primeiro tempo e saído na frente, o Vasco de PC Gusmão mostrou uma característica costumeira: assim como não sabe definir as partidas quando está jogando bem (o que até acontece com certa freqüência), não sabe jogar tendo a vantagem, recua e coloca tudo a perder. Basicamente por isso, o Flamengo teve a posse de bola desde a volta do intervalo – mas tocava lentamente, não mostrava qualquer jogada organizada e dependia quase que unicamente de arrancadas individuais de Diego Maurício pelas pontas.
No meio do segundo tempo, logo após duas substituições de Luxemburgo, o Vasco ficou com um a menos graças a uma entrada criminosa de seu zagueiro, que foi expulso. Aí virou mesmo ataque contra defesa, mas sem que o ataque conseguisse levar muita vantagem. Ainda voltamos a ver Willians jogando de quase-ponta-direita, depois que Luxemburgo o fez trocar de posição com Léo Moura, e ele até criou um dos poucos lances de perigo do time. O gol acabou surgindo em um chuveirinho e o empate até foi justo como castigo ao Vasco, que não quis jogar de igual pra igual o segundo tempo. Mas o futebol do Flamengo não foi muito diferente do que se viu em boa parte das campanhas sob comando de Rogério e Silas.
E Luxemburgo inclusive insiste em algo que gerava muita reclamação com seus antecessores: pra armar o time ele insiste em Renato, ou Pet, ou Renato, ou Pet – com alguma assistência de Kléberson. Pet ontem entrou e produziu o mesmo que vem produzindo desde o início do ano, Renato continuou burocrático e Kléberson mostrou de novo que não é armador e vai continuar se queimando com a torcida enquanto insistirem com ele nesta função. Cobrava-se alguma criatividade de Silas para encontrar uma solução diferente (Galhardo? Diogo no meio...?), mas Luxemburgo – que tem a vantagem de contar com jogadores em melhores condições físicas e está tendo um tempo pra treinar que antes não existia - está escapando disso porque a bola anda tendo boa vontade para entrar nestas últimas semanas. Os grandes acertos do técnico desde que chegou foram a efetivação como titulares de Diego Maurício e Wellington, garotos que realmente deram alguma melhora ao time e vêm mesmo bem melhor do que aqueles que vinham jogando só com o nome em seus lugares. Mas não é esse milagre todo que alguns andam enxergando.
Mas enfim: não é nada com que se preocupar muito agora, certo? Nada de importante vai acontecer até o fim do ano – ao Flamengo, resta mesmo apenas esperar o campeonato acabar e pensar no ano que vem.
24/10/2010 - 18h30 - Vasco 1 x 1 FlamengoEngenhão (Rio de Janeiro, RJ)
Público e renda: 21.519 (pagantes), R$ 575.820,00
Árbitro: Gutemberg de Paula Fonseca (RJ)
Auxiliares: Ediney Guerreiro Mascarenhas (RJ) e Luiz A. Muniz de Oliveira (RJ)
Cartões amarelos: Felipe (20'/2ºT) e Marquinhos (37'/2ºT, Eder Luis (37'/2ºT).
Cartões vermelhos: Dedé (19'/2º).
Gols: Vasco: Cesinha (27'/1ºT), ; Flamengo: Renato (35'/2ºT)
Vasco: Fernando Prass, Fagner, Cesinha, Dedé e Diogo; Rafael Carioca, Rômulo, Felipe (Felipe Bastos - 28'/2ºT); Zé Roberto (Jadson Vieira 23'/2ºT), Eder Luis e Nunes(Renato Augusto 48'/2ºT). Técnico: Paulo César Gusmão
Flamengo: Marcelo Lomba; Léo Moura, Welinton, David e Juan (Marquinhos - 16'/2ºT); Maldonado, Willians, Kleberson (Petkovic - intervalo), Renato; Diego Maurício e Deivid (Diogo - 16'/2ºT).
Técnico: Vanderlei Luxemburgo
9 comentários:
Acho que houve outras melhoras além dessas duas substituições. Luxa encostou Jean como última opção da zaga (Angelim é o reserva mais imediato) e também tirou de Willians as obrigações ofensivas. Parece disposto a torná-lo um volante como era Amaral com ele, mais recuado e ajudando a atrapalhar os contra-ataques com sua velocidade.
Outro mérito tem sido substituir Juan em vários jogos, coisa que era raro de acontecer. E nossa senhora, como o Juan está mal. O Éverton Silva improvisado talvez fosse uma boa opção porque pro marrentinho não tá dando mais...
O que realmente o Luxa tem repetido de seus antecessores é essa formação no meio campo. É um setor carente, não há muitas opções, mas numa boa, tem mais gente pra usar do que todos os técnicos nesse ano tentaram. É só a gente lembrar como Ramon, por exemplo, foi muito subutilizado até pedir pra sair.
Nessa altura do campeonato acho injustificável Kleberson, Abreu e Pet estarem JUNTOS à frente de possíveis novidades que poderiam emplacar como Fierro, Marquinhos, Galhardo e até mesmo Diogo. O Marquinhos jogando na posição do Abreu já seria uma novidade interessante...
Concordo com o Tiago. Vi algumas mudanças positivas, principalmente porque Luxemburgo em muitos momentos está fazendo o óbvio (o que Silas nunca fazia): colocar Diego Maurício, tirar Jean, recuar Williams etc. Falta muito, mas vi um bom Flamengo no segundo tempo contra o Inter, embora a gente saiba que o jogo ali já estava definido. de qualquer modo, poderíamos insistir mais com Fierro (por onde anda Michael?).
Acho que o Michael foi encostado, depois daquela de se recusar a jogar no sub-23. Com o Silas ele já havia sumido e o Luxa não tem demonstrado simpatia por ele não.
Pior que seria uma opção pra ser lateral-esquerdo, mas ele também não quer jogar ali.
O Willians realmente tá jogando de volante mesmo - mas o Silas chegou a usá-lo assim várias vezes também e ontem o Willians jogou boa parte do segundo tempo de ala direito.
O Jean ser barrado e não entrar mais é ótimo, concordo. Mas tá no pacote de ter colocado o Wellington pra jogar. Eu não teria barrado o Angelim, aliás.
Mas enfim: ele pode ter feito outros acertos menores. Já vimos Marquinhos e Fierro em campo, por exemplo, o que não acontecia antes. O que eu disse é que os maiores - que afinal, é o que realmente mudou no time titular e foi o mais significativo mesmo - foram o Diego Maurício e o Wellington. E que a maior parte do jogo do time não mudou grande coisa.
A titularidade de Diego Maurício e Wellinton foram as mais visíveis, mas o Tiago lembrou bem, Luxemburgo entendeu qual a função do Willians e está com paciência curta com Juan.
E mérito também de Luxemburgo a evolução dos atacantes, Deivid e Val Baiano, mas o grande drama é o meio de campo mesmo.
Acho que temos bons jogadores com características de pontas, como o Diego Maurício, Fierro, Marquinhos, Galhardo, e porque não o Deivid e o Diogo, mas pro meio de campo ta complicado, a opção por jogar pelos lados do campo seria a mais viável.
Acho que tudo gira em torno da falta de planejamento.
Até hoje esperamos pelos substitutos de Fábio Luciano, Renato Augusto, Íbson, Airton, Éverton, Juan, Adriano, Wagner Love e Joel Santana, esse aí, com um timeco cuja a criação é de um inconstante e preguiçoso Lúcio Flávio, ainda consegue fazer deliciosos omeletes.
Na verdade, com a ascensão dos Atléticos, o Flamengo não pode dormir no ponto - o ano ainda pode reservar algumas emoções - bad emotions.-
Eu trocaria o Juan pelo Angelim.
kleberson pelo Diogo.
Marquinhos e Fierro como opções pro meio de segundo tempo.
Uma outra coisa são as bolas levantadas na nossa área. Não ganhamos nenhuma e sempre tem perigo.
De resto temos que nos livrar de certas figuras como Juan, Toró e Kléberson.
O time continua burpcrático e não estamos livres da degola.
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