A Série B de 2011 pode ter mais um time do Rio (não, não é o Flamengo)

O futebol do Rio não se resume a Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense. Enquanto os quatro grandes seguem a disputa do Brasileiro, outros times do estado estão em atividade em outras competições. E pode até acontecer de, em 2011, termos mais um time do Rio disputando a série B do Brasileiro (e não falo na chance do Flamengo ser rebaixado, ok?).


Este time seria o Macaé, que foi vice-campeão da Série D do Brasileiro de 2009 e agora disputa a Série C. No fim de semana, o time garantiu a segunda colocação em seu grupo e a vaga na próxima fase; se passar deste mata-mata, já se coloca entre os quatro primeiros do campeonato e assim garante o lugar na Série B de 2011. O adversário será o Criciúma, que fez campanha até pior que a do Macaé, mas acabou em primeiro em seu grupo (que também tinha Chapecoense, Brasil, Caxias e Juventude) e, por isso, decidirá a vaga em casa. Os dois jogos acontecerão nos dias 2 e 10 de outubro.

Se conseguir subir de divisão, o Macaé terá uma vantagem sobre o Duque de Caxias, outro pequeno do Rio que já está na Série B: poderá jogar em sua cidade. A prefeitura de Macaé investiu cerca de R$20 milhões na reforma do Estádio Cláudio Moacir Azevedo, que passou a ter capacidade para 15 mil pessoas e iluminação para jogos à noite. Em nova fase das obras, a capacidade subirá para 20 mil pessoas e parte das arquibancadas ganhará cobertura.

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O Duque de Caxias passa o perrengue de ter que jogar longe de sua cidade na Série B do Brasileiro. O seu Estádio Romário de Souza Farias, o Marrentão, não tem a capacidade mínima exigida pela CBF. O que é ridículo; a CBF não aceita que eles joguem em um estádio para 7 mil pessoas e, por isso, o time tem que ir a outros bem maiores e longe da cidade – como São Januário ou o Engenhão – para se apresentar para um público médio de 315 pagantes. Chegou-se ao ridículo de apenas 32 pessoas pagarem para assistir ao jogo contra o América de Natal.

Isso não é novidade – no ano passado, já foi assim. E mesmo assim o time vem fazendo boa campanha. Em 2009, terminou em um tranqüilo oitavo lugar; em 2010, depois de um início ruim em que freqüentou a zona de rebaixamento, começou uma arrancada e agora já está de novo na mesma oitava colocação, a 5 pontos da zona de classificação para a Série A. Jogar em casa não pode ser muita vantagem para a equipe mas, como visitante, o Duque de Caxias é o segundo melhor do campeonato.


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Na Série D, havia muita expectativa pela participação do América de Romário, que contou com o veterano Alex Dias no comando do ataque. Porém, o time decepcionou e foi eliminado ainda na primeira fase, no saldo de gols – apesar da até boa presença da torcida rubra nas arquibancadas de Édson Passos.

Enquanto isso, o outro representante do Rio de Janeiro, o Madureira, vai passando de fase. Classificou-se na primeira fase em primeiro de seu grupo, eliminou o Rio Branco do Espírito Santo na segunda fase e agora encara o Uberaba nas oitavas de final. Os jogos acontecem nos próximos dois fins de semana e o Madureira decide a vaga em casa. Os quatro primeiros da Série D garantem a vaga na Série C de 2011 - ou seja: faltam duas fases para o tricolor suburbano chegar lá.


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O Madureira concilia sua participação na Série D com a Copa Rio, competição que mantém ocupados os times pequenos do Rio ao longo do ano e dá vagas para a Copa do Brasil e a Série D do ano que vem. Houve uma primeira fase, disputada por times da Série B do estado, que acabou classificando todos os que quiseram seguir na competição – houve um festival de jogos decididos por W.O. e acabaram eliminados apenas os que desistiram de jogar. Agora está sendo jogada a segunda fase, em que entram os times da primeira divisão. São muitos jogos deficitários, às vezes com portões fechados, entre times sem nenhuma torcida, que se mantém graças a empresários ou prefeituras.

Uma das raríssimas exceções é o Goytacaz, clube mais popular de Campos, que no ano passado quase conseguiu subir à primeira divisão do Rio e teve média de público na casa dos 2 mil por jogo, muito acima da do América – mesmo com partidas no meio da tarde em dia de semana, com ingressos a 10 reais. Mas isso não foi o bastante para se sustentar e neste ano, numa campanha em que sofreu derrotas por W.O. por não ter pago taxas à Federação ou por não ter providenciado um médico no estádio, acabou rebaixado à Série C (numa campanha em que contou no gol com Fábio Noronha, que se dividia entre o alvianil de Campos e partidas de showbol). Agora o time até faz boa campanha na Copa Rio, graças a uma parceria com o modesto São João da Barra, que lhe emprestou o técnico e quase todo o elenco campeão da terceira divisão do estado.

Na Copa Rio, é possível ver em ação jogadores como Alex Dias, Leonardo Inácio, Márcio Costa, Marcão e outros veteraníssimos que passaram pelos quatro grandes. É o mundo cão do futebol do Rio.

Um comentário:

Murdock disse...

Interessante mesmo.
Mas não tem jeito, não dá pra todo time ser grande, ainda mais quando não tem torcida e dificilmente muitos desses times terão uma torcida em número suficiente que dê uma grana.