As palavras de Zico sobre o comportamento dos jogadores devem ser colocadas em prática com Petkovic

O texto com os palpites sobre o Flamengo x Vitória ia ficando longo e, por isso, não comentei um assunto que chegou a mim no dia seguinte, também via mensagem de SMS do canal oficial do Flamengo: “Silas demonstrou grande insatisfação com Petkovic, que ficou irritado ao ser substituído na partida contra o Vitória”. E isso poucos dias depois do treinador ter citado o sérvio como “exemplo”, pela maneira como reagiu ao ficar no banco contra o São Paulo.


Petkovic nunca teve um gênio fácil. Poderia ter tido uma carreira ainda mais brilhante, se tivesse um ego menor e soubesse os momentos em que precisava baixar a bola e trabalhar melhor - inclusive pensando mais no bem do grupo do que no seu próprio. No ano passado, aconteceu de ele conseguir, por algum tempo, perceber que o momento de sua carreira pedia isso: muita humildade e muito trabalho. Por isso, naquela fase, ele deixou de ser o cara que freqüentou o banco de Santos, Goiás e Atlético Mineiro para tornar-se o melhor jogador do campeonato.

Mas no fim do ano passado mesmo, o sucesso já havia subido à cabeça, prejudicando inclusive seu desempenho em campo – algo que ficou de lado, como tantas outras coisas, graças à conquista do título. Este ano ele já deu suas vaciladas e a verdade é que o seu futebol – tirando algumas poucas boas partidas – não está sendo suficiente. E não dá pra apostar que, com a idade que tem, poderá voltar a ser. Pela reação que teve no sábado ao ser substituído, numa partida em que todos os comentários são de que ele ia mal, parece que ele não tem muita noção disso.

Pet é ídolo de muita gente, e não sem razão. Já tem seu nome gravado na história do Flamengo. Mas, hoje, tem que se colocar no seu lugar. Ou melhor: tem que ser colocado em seu lugar.

Já ouvimos alguns comentários de que Silas falhou no Grêmio ao não conseguir “controlar o vestiário”. Não sei se é fato ou não, e se aprendeu algo com isso. Mas, independente do treinador, é hora de Zico fazer o seu papel e colocar em prática as suas palavras sobre o comportamento que se espera dos jogadores do Flamengo. A atitude de Petkovic, ainda mais com seu histórico, não pode passar em branco. Ele já pediu desculpas ao grupo hoje, menos mal; mas seria um erro deixar a situação passar sem que fique bem claro não só que é um tipo de comportamento que não deve ser tolerado, mas também que ele não tem o direito de se sentir injustiçado por não jogar o tempo inteiro. Muito pelo contrário!

Acredito que, se Pet colocar a cabeça no lugar, pode até ainda ser útil ao time – se bem utilizado. Isso vale tanto para o esquema em que será encaixado quanto para os momentos em que deve jogar. Hoje, não o vejo mais como titular.

Mas a essa altura, o mais importante é que ele entenda qual é o seu lugar no Flamengo. Se não entender, o time vai viver melhor sem ele.

2 comentários:

Insurance USA disse...

Perfeito. Espero mesmo ouvir um anúncio de alguma punição ou, pelo menos, reprimenda pública.

Insurance USA disse...

O que tem que desmistificar NESSE CASO é o currículo. Ninguém discute a importância de Zico e Pet, dois ídolos meus (o Pet ainda dando uma forçada, mas ídolo), para o clube. Eu pelo menos nem vejo como começar uma discussão dessas.

Se você usa currículo pra justificar atitude então passa a defender regalias. Aí demite o técnico porque o Romário é rei e deixa o Adriano faltar porque ele gordo é melhor que todo mundo em forma. E por aí vai.

Se o Kléber Leite não punisse o Val Baiano, vocês levariam numa boa? Independente do currículo dos dois, vocês estariam putos, falando que é uma esculhambação etc. Aí haveria um AGRAVANTE que seria a desimportância de ambos para o clube. Mas a atitude em si seria a mesma, mas a reação seria outra.

É o que falo: se currículo justificar erro de conduta é regalia com eufemismo. O Adriano teria vaga nesse time então.

Em tempo: ainda acredito numa punição do sérvio. Só estou falando isso pra quem acha que ele não deve ser punido ou que o que o Zico decidir está bom.