O que esperar do Flamengo de hoje

Para o Flamengo conseguir funcionar em um esquema semelhante ao do ano passado, é fundamental a presença de Petkovic em campo. Ou que se encontre um substituto que exerça bem a mesma função - algo que foi tentado sem sucesso com Vinícius Pacheco e Michael. Ramon e Camacho, que parecem ter mais características para isso foram pouco ou nada aproveitados este ano, e ficamos sem saber se o time poderia render bem com um deles jogando como armador.


E é bastante discutível se Petkovic ainda tem condições de jogar em alto nível, como titular, com regularidade. Andrade poderia ter agido melhor para tentar fazer isso acontecer,  mas o fato é que Pet não jogou grande coisa este ano na enorme maioria das chances que teve - como também não vinha mostrando nos últimos anos, em vários times. Nada garante que ele voltará a ser um dia o que foi naqueles jogos da arrancada de 2009.

O dilema: investe-se tempo e esforço para que Petkovic volte a ser titular, tenta-se a sorte com alguma opção de meia que ainda não foi testada ou muda-se a maneira do time jogar? Rogério fez sua escolha rapidamente e partiu pra outra.

O esquema que o treinador tenta implantar é como o de Joel Santana em 2007: na ausência de um meio-campo realmente criativo, aposta-se em soltar os alas para atacar. Lembram-se o quanto os analistas falavam da "importância tática" de Souza, que  fazia o pivô e segurava a bola após os bicões da defesa, esperando que o time chegasse de trás? É o que Adriano está tentando fazer agora. Deu resultados naquela época, outros times também já foram bem sucedidos jogando assim. Não é lá muito agradável de se ver jogar, mas pode servir para ganhar jogos.

O maior problema nas tentativas iniciais de Rogério foi na escolha dos jogadores, com um meio-campo em que ninguém sabe passar a bola. O time marca recuado demais, recupera a bola muito atrás e não tem ninguém que consiga fazê-la sair da defesa e chegar à dupla de ataque. O resultado: jogos em que entregou toda a posse de bola ao adversário, não encaixou contra-ataques e sofreu muita pressão.

A escalação de hoje não é a minha preferida e pode parecer mais defensiva, já que trocou um "meia ofensivo" por um "volante". Mas Kléberson deve entrar pra tirar a bola da defesa e fazê-la chegar ao ataque, sem tentar fazer isso atravessando o campo com ela dominada desde a própria intermediária. As chances de dar certo com ele em campo são maiores do que com Michael ou Pacheco na mesma função.

Mas hoje é dia de jogar no Maracanã, contra um time que ficará satisfeito com um empate. É importante não sofrer gols, mas o time precisa saber atacar. Esta escalação foi bem contra o Corinthians no segundo tempo do jogo do Pacaembu, mas naquele dia pôde jogar à base de contra-ataques quase todo o tempo. Não é o que se espera para esta partida contra o Universidad.

Para o time se dar bem jogando neste esquema, com esta escalação, dependerá principalmente:

- Que Kléberson seja um jogador ativo como era Íbson e procure o jogo, tente participar dele o máximo possível e esteja num dia de acertar seus passes. Se ele se esconder como já aconteceu tantas vezes, o time continuará dependendo de arrancadas individuais de Willians, Léo Moura e Juan para sair da defesa, o que sempre dá em muitas bolas perdidas.

- Que o time saiba avançar sua marcação. Jogando com a obrigação de vencer, não dá pra marcar tão atrás como aconteceu nos últimos jogos. Isso pode até ser feito mesmo com estes jogadores, mas Rogério precisa orientá-los e tê-los treinado para isso.

Fora isso, é torcer para que Adriano, Love, Juan, Léo Moura - que todos estejam num bom dia e que a superioridade técnica que todos enxergam do Flamengo sobre o Universidad prevaleça. Imagino que disposição em campo para isso acontecer não irá faltar.

3 comentários:

Paulo Sales disse...

Rapaz, bateu saudade de Íbson. Era um jogador muito dinâmico, que saía com muita rapidez da defesa para o ataque, com tabelas curtas e bons lançamentos para os laterais. Um jogador como ele faz falta a esse time.
abs

Anônimo disse...

Estamos presenciando, na atual temporada, o maior desperdício de elenco da história do Flamengo.

Sinto pena de quem, ainda, gasta tempo, dinheiro e energia pra ir ao estádio ver um time escalado dessa maneira, jogar.

Sou capaz de apostar que o Rogério não chega a metade do Campeonato Brasileiro.

Eu não me lembro de sequer um passe do Ibson nos anos todos em que ele esteve na Gavea, só arrancadas irritantes e dribles improváveis no campo de defesa.

Obviamente a culpa não era dele que era escalado constantemente fora de posição.

lussiannosousa disse...

Rapaz, bateu saudade de Íbson²