As lições úteis dos três Flamengo x Universidad deste ano

Será a quarta vez que o Flamengo enfrentará o Universidad de Chile neste ano. A pergunta é: será que o Flamengo aprendeu as lições dos últimos confrontos? O que estas três partidas podem ensinar de útil para a decisão de hoje à noite?

A fórmula: consciência, concentração e raça

Quem viu o jogo de quarta passada deve lembrar do lance no primeiro tempo em que Vagner Love cabeceou, a bola bateu em um defensor e acabou no travessão. Pois bem: revejam o lance no vídeo abaixo e reparem que a bola não bateu no jogador do Universidad.



Deu pra perceber? Não foi a bola que bateu no jogador chileno - foi ele quem deu uma verdadeira voadora, entrou na frente de Love e fez o corte, evitando um gol certo do Flamengo.

O lance é exemplar do que fez o Universidad vencer o Flamengo naquela partida e também se dar bem nas anteriores. É um time sempre consciente do que deve fazer em campo e que permanece concentrado e determinado para fazê-lo, do início ao final do jogo. O zagueiro que salvou aquele gol estava concentradíssimo em seu trabalho e mostrou raça impressionante ao se jogar na bola daquela maneira. E, durante todo o jogo do Maracanã, foi assim que cada um dos chilenos se comportou.

Do outro lado, o Flamengo não teve a mesma cabeça para aproveitar suas chances na frente e não entregar gols bobos atrás. Em momentos decisivos, faltou mesmo concentração e tranquilidade - e isso foi decisivo em todas as partidas.


Conhecer o adversário

Gerardo Pelusso, o técnico uruguaio que causou polêmica com suas declarações sobre o Flamengo, conhece muito bem o time que está enfrentando. Sabe que, para vencer, precisa marcar bem os laterais do Flamengo quando atacam e aproveitar-se de sua fragilidade na marcação - até porque já era assim em 2008, quando dirigia o Nacional que venceu o Flamengo em Montevidéu pela primeira fase da Libertadores daquele ano. Por isso, forçam bastante os ataques pelas laterais e quem está marcando Léo Moura e Juan tem sempre alguém lhe fazendo cobertura.

Mas, a essa altura, o Flamengo também já precisa conhecer o Universidad.

Trata-se de um time que marca recuado, gosta de atrair o adversário para sair em velocidade para o ataque - algo que poderá fazer hoje à noite, pela vantagem que construíram. O grande armador destes contragolpes é o camisa 10, Montillo, com quem o Flamengo deve ter grande atenção. O centroavante Olivera também serve de pivô para estes contra-ataques, recebendo bolas na ligação direta e arrumando para quem vem de trás; evitar que ele consiga completar o domínio e o passe vai cortar muitos dos seus ataques. É importante que o Flamengo, mesmo precisando atacar, não se descuide da defesa - e, principalmente, que não perca a bola com facilidade. Erros de passe podem ser fatais (e foram no primeiro tempo do Maracanã, aliás).

Acertar passes e fazê-los com rapidez e objetividade é também um caminho para furar a defesa chilena. Eles marcam bem, mas o Flamengo criou chances de gol nos três jogos tabelando pelo meio da zaga. Mas talvez o grande caminho seja a bola aérea; no jogo passado, isso ficou claro com o gol de Adriano e outras chances desperdiçadas, mas o mesmo aconteceu também nos jogos anteriores (foram ao menos duas chances assim no primeiro jogo, outras três no segundo).


Jogadores-chave que não podem falhar

Quem rever os vídeos das três partidas chegará à conclusão de que, embora o resultado nunca tenha sido bom, o Flamengo criou muito mais lances claros de gol do que o Universidad - mas o time chileno teve um índice de aproveitamento de suas chances muito maior. A explicação para isso, pelo lado chileno, está na consciência e concentração de que falei no início do texto. Mas, pelo lado rubro-negro, passa muito pelas atuações de dois jogadores que os analistas sempre veem como grandes pilares, daqueles com quem o Flamengo precisa contar nos momentos decisivos.


Adriano não esteve em campo em uma das partidas e, na última, até fez seu golzinho. Mas, nas três partidas, Vagner Love não marcou nenhum gol e perdeu chances claras em todas elas. Infelizmente, Love é assim mesmo; conquistou a torcida por ter habilidade e muita raça mas, além de insistir demais em lances individuais de maneira pouco inteligente, é de perder gols fáceis. O negócio é torcer para que hoje ele esteja em um dia melhor.

O outro jogador-chave que andou dando mole não contribuiu com o baixo rendimento do Flamengo na frente - e sim com o alto aproveitamento do Universidad. Trata-se de Bruno, que falhou decisivamente nos três jogos. No primeiro, aceitou um chute de muito longe no gol da vitória do Universidad (e a sua saída no primeiro gol também pode ser discutida); no segundo, deixou de cortar um cruzamento que passou à sua frente na pequena área no primeiro gol chileno; e, no terceiro, saiu mal pelo alto quando o Flamengo sofreu o 2x0. Se se pudéssemos apagar os erros graves de Bruno, o Flamengo ainda estaria invicto contra o Universidad. E foram falhas típicas de quem não está concentrado como deveria.

No que voltamos ao início do texto: consciência, concentração e determinação. Para conseguir o resultado difícil que precisa hoje, o Flamengo vai ter que ter muito dos três - e mostrar um futebol que ainda não conseguiu em 2010.


Relembre

Tire também suas conclusões sobre os jogos anteriores entre Flamengo e Universidad do Chile. Abaixo estão os melhores momentos das três partidas e os links para os textos sobre as três:



O primeiro jogo: o Flamengo não jogou pior no Chile, mas entregou gols quando não podia.





O segundo jogo: primeiro tempo ruim, muita pressão no segundo, virada na raça - e o empate entregue no final.




O terceiro jogo: início desastroso, gols perdidos e desatenção no terceiro gol chileno causaram a derrota.

3 comentários:

Freire disse...

É o que eu sempre digo: só o Lédio Carmona acha este time chileno bom. Os caras têm alguma qualidade, mas o Flamengo virou freguês porque deu muito mole.

Folha disse...

O time deles não é fantástico, mas como o Andre, é competente.

O elenco do Flamengo é muito bom, mas libertadores não é brasileiro, há uma enorme diferença de comportamento de times sulamericanos para times aqui do Brasil.

Sem entrar no mérito de ter ou não mais qualidade técnica, é uma questão de profissionalismo, enacarar sua profissão com seriedade, coisa que falta ao Flamengo, desde a direção até, e principalmente, os jogadores.



Não por acaso

Bosco Ferreira disse...

REVOLUÇÃO JÁ!

Perdemos pelo Maracanaço!

Chega de maracanaços!

Chega de Bruno!

Chega de Patrícia!

Chega de amadorismo!

Chega de ditadura de seis mil eleitores que nem todos são rubronegros!

A nação quer escolher seu presidente!

Tá na hora do Zico!

Tá na hora de democratizar a nação de 40 milhões!

Quem paga quer escolher quem vai gastar o seu dinheiro!