O time que Andrade escalou em busca de um milagre

O milagre, que fique bem claro, não é a classificação para a próxima fase da Libertadores - e sim a permanência do treinador em seu emprego. Posso estar exagerando, mas realmente não acredito que Andrade continue no cargo sem que o Flamengo consiga hoje uma vitória diferente, realmente convincente, de preferência goleando. A classificação pura e simples, creio eu, não deve bastar.

Sabendo disso, Andrade mudou o time, como tantos - inclusive eu - pediam. Esqueceu o esquema com três volantes e montou uma equipe que deve atuar mais ou menos assim:


(Agradecendo mais uma vez a ajuda do craque Adílio nesta simulação. Adílio, aliás, voltou à atividade neste último fim de semana, depois de anos, jogando pelo André Atlético Clube e formando dupla de volantes com Andrade. O time não decepcionou e foi campeão de um torneio quadrangular amistoso.)


Pacheco e Michael devem jogar como armadores abertos, cada um por seu lado (embora os dois, na verdade, costumem jogar pela esquerda). Assim, Léo Moura e Juan terão sempre companhia nas jogadas pelas pontas, criando uma caminho claro para o time criar suas jogadas. Adriano deve ficar mais fixo na área, com Vagner Love tendo a função de se movimentar mais. Maldonado e Willians mais fixos atrás são suficientes para garantir a proteção à defesa.

É um desenho que pode funcionar. O grande problema é que basicamente nenhum dos jogadores escalados é muito de passar. É menos uma questão de qualidade técnica e mais de estilo: Michael, Pacheco, Love, Juan, Léo Moura e até mesmo Willians são de correr com a bola e tentar lances individuais, e não de tentar o toque de bola. Com estas características, é de se esperar pouca troca de passes e dificuldades para virar o jogo de um lado para o outro - algo importante para furar defesas fechadas.

Um só jogador em campo fosse de girar o jogo já poderia fazer a diferença; não precisava nem ser um grande armador, mas um atacante com mais jeito de passador do que Vagner Love (que normalmente tenta arrancadas sozinho sempre que pega na bola) já ajudaria. Adriano, se estiver a fim de jogo, pode até ajudar nisso - é esquisito, mas é ele quem eu vejo com mais visão e qualidade no passe entre eles todos, mas aí se perderia a sua presença na área.

Enfim: é uma tentativa, e o time até criou suas chances jogando assim no segundo tempo contra o Botafogo. Tenho ainda a impressão de que Andrade já sacou que, a esta altura, não tem tanto assim a perder. Posso estar enganado, mas acredito que, se ele achar que precisa, vai colocar Petkovic em campo sem muito medo. Se o sérvio corresponderia ou não, é outro papo. Porque, vamos combinar, na maioria das vezes em que ele foi chamado este ano, não adiantou tanto assim.

Mas talvez o mais importante mesmo para o jogo de hoje nem seja escalação ou desenho tático. E sim saber se o time está ou não disposto a correr por Andrade.

2 comentários:

Bosco Ferreira disse...

Não acredito que a panela faça nada por ninguem. Principalmente pelo Andrade, que os afrontou colocando o Pet no jogo anterior, contra a vontade da panelinha de jogadores e da tampa da panela (o M. Brás).

Eles farão só o que for necessario para eles próprios.

Se isso significar a classificação menos mau.

Flávio disse...

Agora que o jogo acabou é mais fácil de falar, mas você realmente leva a sério um esquema que o Pet fica no banco para craques como Vinicius Pacheco, Michael, Wagner Love...