O que esperar da Universidad do Chile hoje à noite

Juan Saavedra viu antes e escreveu no seu Polaroids Rubro-Negros que o site oficial do Universidad do Chile, em sua home, já dá a deixa: eles sabem que o Flamengo é favorito, tem bom histórico contra os chilenos e tudo o mais - mas estão no clima do "si se puede" para motivar time e torcida e acreditam que, se jogarem concentrados o tempo inteiro, podem ganhar.

Foi este o tom de diversas declarações dos jogadores chilenos, como o goleiro Conde (que falhou feio no jogo contra o Universidad Católica): "Eles são pessoas como nós, e mesmo tendo jogado na Europa e em grandes equipes, precisamos acreditar que temos um grande elenco". É este também o clima na torcida, como se pode ler no blog Siguiendo Al Bulla, em um texto entitulado "Dejar el alma y algo más":  "Um bom resultado contra o Flamengo é fundamental, já que ficaríamos em primeiro. Estamos sonhando, mas em partidas como esta, estes sonhos podem virar realidade".

É bom dizer que o Universidad do Chile está invicto em 2010, após 10 partidas; atualmente ocupa a vice-liderança do Apertura chileno. Contará hoje com o retorno do atacante Puch, que chegou a ser descartado por contusão, mas conseguiu se recuperar. Puch foi a grande revelação do futebol chileno em 2009 e foi trazido pelo Universidad como grande reforço para a temporada, por 850 mil dólares. Formará hoje à noite a dupla de ataque com o grandalhão Olivera, de 1,91m. É bom que a defesa rubro-negra esteja hoje em dia mais inspirado que a média do ano para combater o jogo aéreo.


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Chamou bastante atenção no Chile a decisão do Flamengo de chegar a Santiago pouco antes do jogo, temendo os terremotos. O técnico Gerardo Pelusso tratou a atitude como uma "cortina de fumaça" para desviar a atenção de seu time, e falou de maneira um tanto agressiva sobre o assunto: "Os brasileiros não só jogam muito bem como a bola, mas também sabem usar muito bem todos os momentos; sabem quando rir, quando dar beijos para as câmeras, sabem fazer sua vida impossível quando jogam no Brasil, sabem se fazer de simpáticos e sabem ter medo quando lhes convém. Eu não acredito em nada deles".

Falou-se também por lá sobre a possível vantagem do Universidad por jogar no estádio do Colo-Colo, com maior capacidade do que o de Coquimbo, onde poderia ser a partida. Mas o treinador também desdenhou: "pra eles não faz diferença 10 ou 30 mil pessoas, estão acostumados a jogar para 50 mil toda semana".

Pelusso, aliás, era o técnico do Nacional em 2008, quando os uruguaios caíram no grupo do Flamengo na primeira fase da Libertadores - estive no Parque Central, em Montevidéu, para ver o Flamengo perder de 3x0 graças a expulsão estúpida de Toró, após empurrar um gandula. O treinador comparou o time rubro-negro daquele ano com o atual em entrevista ao GloboEsporte, dizendo que acha que o daquela época era mais competitivo (e eu até tendo a concordar - acho que o elenco atual talvez seja mais talentoso, mas sentia mais firmeza naquele time do que no deste ano).



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Ainda sobre o temor rubro-negro com os terremotos, o jornal Las Últimas Notícias deu a seguinte manchete em sua primeira página: "Mago Yin confirma - Brasileiros: Haverá novo tremor em Santiago, terá como epicentro Los de Abajo". Mago Yin é um vidente local que teria previsto os terremotos recentes; Los de Abajo é como chamam a torcida barrabrava do Universidad.

Levando o assunto mais a sério, o clube chileno promove durante o jogo campanha para recolhimento no estádio de donativos às vítimas do terremoto.

Um comentário:

Fernando - ES disse...

O empate é um bom resultado pro Mengão.... Mas se o time entrar com disposição tem condições de vencer!!!

Na torcida!!

Abraços!!