A verdadeira história do final da Libertadores 81

Moraes é um líder histórico da antiga Raça Rubro-Negra. Acompanhou todas as viagens do Flamengo desde 1971 e, assim, viu de perto o time campeão da Libertadores e do Mundo - as histórias foram publicadas na revista História de Torcedor e também no site de mesmo nome. Sei que disse que estava encerrando o assunto, mas vale a pena reproduzir o texto do cara sobre o assunto:


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Galera, minha caixa postal entupiu pedindo pra falar sobre o "doping" dos jogadores do Flamengo na final da Libertadores em 81, tendo em vista a matéria publicada na coluna do Renato Mauricio Prado essa semana e a replica dura do Márcio Braga.

Carajo, esse "causo" é conhecido por todo mundo que foi àquele jogo. Eu já falei disso numa entrevista que dei pro Jornalista Hilton Mattos, publicada no Livro Heróis do Cimento. Nunca pensei que esse assunto fosse dar a polemica que deu. Vamos aos fatos:

Todos lembram da guerra que foi o primeiro jogo em Santiago. Nem preciso repetir e para os mais novos vão aqui no site e leiam o histórico do jogo. Os chilenos entraram pra matar e/ou morrer. Não foi um jogo de futebol. Foi uma guerra, literalmente. Terminada a partida nossos jogadores saíram de campo direto para um hospital.

Ai veio o segundo jogo em Montevidéu.

O Carlos Eduardo Dolabela grande flamenguista era ator da TV Globo e por isso mesmo foi chamado por uma agencia de viagens pra ser o "guia" da galera que foi pro jogo. Véspera da partida, no saguão do hotel onde estava a delegação do Flamengo, toda a imprensa e vários torcedores o Dolabela discursava como torcedor fanático:

...temos que dar porrada neles também, tem que entrar também para matar e morrer, tomar bolinha, se dopar, etc. etc. Aquelas palavras de ordem que qualquer torcedor diz véspera de uma partida tão decisiva. E falava abertamente pro Dr. Taranto e/ou Dr. Célio (não lembro quem estava lá).

Doutor, tem que dar um remedinho pra galera. Eu vou arranjar uns comprimidos de Pervitin para o senhor dar para os jogadores. Topa? Era risada pra todo lado e isso ajudou inclusive a diminuir a tensão do jogo.

O Renato Mauricio Prado tava lá no saguão, o Kleber Leite também, o Antonio Maria Filho (Jornal do Brasil), o João Saldanha, Jorge Curi, enfim todos os jornalistas do Brasil ouviram a brincadeira. TODOS, e eu DÚVIDO que alguém venha aqui me desmentir. Foi apenas uma brincadeira dita por um torcedor apaixonado. Nunca, mas NUNCA, isso chegou sequer aos jogadores e se chegou foi em forma de gozação.

Houve doping? Houve sim. MAS UM DOPING DO BEM. Os jogadores se reuniram e entre eles fizeram um pacto de morte. Eles dariam a vida mas não perderiam o jogo. Digo porque fui ao hotel, EU ZÉ CARLOS e GUILHERME e um dos jogadores desceu para fazer não sei o que, e travamos o seguinte diálogo: (atenção. Não digo o nome dele porque não conseguir contato. Mas tenho duas testemunhas...)

-Vamos ganhar né, pelo amor de Deus...

-Neguinho tu tem alguma dúvida? E vamos ganhar na bola. Fizemos uma reunião e o "homem" (Zico) quer jogo. E quando o homem quer jogo.Tu tem que vê como o cara tá. Ele falou pra um por um que quem amarelasse ele ia enfiar a porrada. Imagina aquele tampinha falando isso na cara do Mozer, do Marinho e do Raul? Eles quase dão uns cascudos nele. As veias do pescoço do Galo quasem estouram. O cara está transtornado.Vamos pra cima deles.

Nem preciso falar do jogo, vejam no site. Foi isso exatamente o que aconteceu. Sem tirar nem por.

Então, parem com essa babaquice. Isso foi um "causo" de futebol. É contado como lenda, como ilustração. Nada vai tirar o brilho da nossa mais fantástica glória.

2 comentários:

Rafael disse...

É isso. Tá dito!

Essas histórias só mostram como a conquista daquele time foi grandiosa.

luan disse...

Grandiosa??? a maneira como foi manipulada o jogo contra p atletico foi mesma grandiosa!! q vergonha!!!