O poço sem fundo do Fluminense

O Fluminense já usou diversos jogadores realmente muito ruins neste campeonato - como Wellington Monteiro, João Paulo, Edcarlos, Mariano. Vários outros andam jogando sempre bem abaixo do que já vimos em outros momentos e times. Mas, vendo mais uma patética derrota tricolor hoje, vendo os jogadores que estão em campo, a impressão que fiquei é que o problema verdadeiro do Fluminense não é bem a qualidade do elenco.

O goleiro Rafael, os laterais Ruy e Paulo César, o zagueiro Luís Alberto, os volantes Diguinho, Fábio Santos e Urrutia, o meia Conca - todos estes são jogadores que já mostraram em diferentes momentos (não estou falando da fase atual, claro) que têm qualidades. Afirmo sem medo que a enorme maioria dos times que estão à frente do Fluminense têm jogadores bem piores. É uma base praticamente completa para um time fazer bom papel no campeonato - faltaria apenas o ataque.

E aí você lembra que, na verdade, o Fluminense até já tem este ataque - Fred e Leandro Amaral ainda estão lá, embora não pareça. E os casos dos dois já começam a explicar como é que o time se afundou desta maneira: ambos se machucaram há meses e não têm previsão de volta, ninguém sabe bem por quê. Se tratam sem aparecer no clube, não se sabe por que suas recuperações não avançam de jeito nenhum e o engraçado é que parece que não tem ninguém por lá com um mínimo de moral pra normalizar essa situação.

É só mais um sintoma da zona generalizada que tomou conta das Laranjeiras - que é a verdadeira razão do Fluminense estar onde está. A total falta de noção de quem dirige o futebol os levou a usarem 4 técnicos e 35 jogadores até agora - não é de se espantar que o time não consiga ganhar uma cara de time.

Em campo, o problema principal hoje é a insegurança geral, que leva os jogadores a errarem as jogadas mais básicas e se perderem em campo assim que encontram a primeira dificuldade, em qualquer jogo - como aconteceu hoje. Depois do Grêmio ter aberto o placar cedo, num gol contra, outros dois se seguiram rapidamente e jogo se resolveu. O outro gol contra que o zagueirinho Cássio fez, logo depois do Fluminense finalmente ter feito o seu, foi coisa de maluco - a verdade é que quatro dos cinco gols foram entregues de bandeja em erros individuais patéticos. Tecnicamente, o setor realmente mais fraco hoje era justo o ataque - e vendo esse Adeílson jogar, e depois ser substituído por um tal Fábio Neves que veio como reforço do América de Natal (time rebaixável na série B!), me pergunto o que aconteceu com garotos como Maicon, Alan e Tartá, que sempre me pareceram levar algum jeito pra coisa.

No meio deste cenário de filme de terror, foi de impressionar a atuação de Conca. O argentino tem sido normalmente criticado pelos tricolores, mas hoje buscou jogo o tempo todo, driblou, passou, chutou e criou diversas situações de gol ao longo da partida.

Quanto ao Grêmio, foi uma equipe que ganhou na base da inércia - foi só esperar o Fluminense entregar o jogo, mesmo. Mas é um time que tem sido invencível em casa - a última derrota no Olímpico foi no ano passado -, é sólido na defesa - bom goleiro, bons zagueiros, laterais que marcam muito mais que apóiam -, marca bem no meio-campo, é bom na bola parada e tem atacantes com tranquilidade para definir. Se a vitória da última rodada, em Recife, servir para o time desencantar fora de casa, Autuori tem tudo pra levar o Grêmio a uma das vagas na Libertadores.

Um comentário:

paulo zambroza disse...
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