A estreia de Estevam Soares no Botafogo

Escrevi aqui que não acredito muito que o Botafogo vá ter uma grande melhora com a saída de Ney Franco. Mas a escolha de seu substituto, Estevam Soares, me pareceu interessante. Tenho uma boa impressão de Estevam - um tanto superficial, é verdade, baseada nos jogos a que assisti de sua Portuguesa, no ano passado. Ele pegou a equipe já a caminho do rebaixamento e, se não conseguiu salvá-la, ao menos fez com que jogasse bem - só que tropeçavam sempre na incrível quantidade de gols perdidos. Este ano, seu Barueri parecia também bem organizado em campo e, antes, ele já havia tido uma passagem pelo Palmeiras, em que conseguiu vaga para a Libertadores.

Estevam estreou no Botafogo hoje, contra o Palmeiras. Na ausência de Victor Simões e Reinaldo, ele usou uma solução diferente: fez com que Lúcio Flávio se colocasse a maior parte do tempo como atacante, ao menos no primeiro tempo. Além disso, soube ler bem o time do Palmeiras; com Diego Souza na frente, o time de Muricy depende apenas de Cleiton Xavier pra criar no meio-campo - e o técnico botafoguense colocou Leandro Guerreiro pra colar no cara, onde quer que ele fosse. Com Eduardo lá atrás, o time teve também sempre três zagueiros para marcar apenas dois atacantes, já que raramente mais alguém chegava de trás, e anulou completamente o Palmeiras. O Botafogo marcou muito forte, sempre com todos os jogadores atrás da linha do meio-campo, e só tentava sair na boa - hoje, aliás, não insistiram tanto nas bolas longas para André Lima brigar de costas para a zaga. Saiu na frente em um lance de bola parada, teve um pênalti claro não marcado em seguida em cima de Lúcio Flávio e dominava o jogo até sofrer o empate, em outro lance de bola parada, graças a uma saída em falso do goleiro Flávio.

O segundo tempo já não foi tão bom, apesar de uma grande chance perdida por André Lima logo no início. Jônatas, incrível, continua fora de forma a essa altura do ano e morreu. No meio-campo superdefensivo do Botafogo, ele deveria ser o mais criativo - mas, cansando, criou é chances de contra-ataque para o Palmeiras, em passes errados e bolas perdidas. Foram em contragolpes, nesse tipo de roubada de bola e em rebotes de escanteios, que o Palmeiras teve suas melhores chances - inclusive uma abortada por impedimento mal marcado e outra perdida inacreditavelmente por Diego Souza, sozinho com o goleiro. Ele, aliás, é mesmo o grande responsável, junto ao esquema defensivo bem feito, pela boa campanha do Palmeiras; como hoje esteve mal - tanto no ataque quanto quando foi previsivelmente recuado para o meio, como Muricy sempre faz quando vê que o time não consegue criar -, o time também foi bem abaixo do que se espera do líder do campeonato.

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