Quem o São Paulo vai contratar? Vai saber. Não há nomes indiscutíveis livres no mercado. A não ser... o próprio Muricy.
Pois é: agora, todo técnico que balançar em seu cargo em um grande time do país vai ter atrás de si o fantasma de Muricy. O nome do tricampeão brasileiro vai aparecer em especulações sempre que algum treinador tiver seu emprego ameaçado. E isso vale, é óbvio, também pra Cuca. Porque, até agora, um dos grandes argumentos de seus defensores era: "vai tirar o cara pra colocar quem?" Agora, a resposta parece óbvia - se ele aceitaria ou não o emprego, aí já é outra história.
Há os que sustentam a tese de que Muricy "não duraria duas semanas no Flamengo", "no Rio o esquema é diferente". Eu já acho triste ter que se resignar a isso - se um Muricy não serve, é pra chamar sempre um Joel como salvador, é isso? - e penso que a contratação deste tipo de profissional é justamente parte do que o Rio precisa pra sair da posição de coadjuvante que hoje em dia ocupa do futebol nacional. Só isso, claro, não adianta. Há várias mudanças a serem feitas além do tipo de treinador para mudar pra valer este cenário.
E justamente por isso eu adoraria ver um Muricy - o cara do trabalho sério, o homem que por três anos conviveu com a melhor estrutura do futebol brasileiro e soube tirar proveito disso - sendo contratado pra trabalhar no meu clube além das quatro linhas. Não precisa ser o técnico; poderia ocupar um cargo acima disso, com a função de dar um jeito no modo de trabalhar de todo o futebol, diagnosticar as principais carências de estrutura, apontar os caminhos pra ir resolvendo esses problemas. E deixando o pessoal amador mais afastado das coisas chatas do dia-a-dia - como a tarefa chata de saber quem não vai ao treino, porquê, se merece punição ou não.
E justamente por isso eu adoraria ver um Muricy - o cara do trabalho sério, o homem que por três anos conviveu com a melhor estrutura do futebol brasileiro e soube tirar proveito disso - sendo contratado pra trabalhar no meu clube além das quatro linhas. Não precisa ser o técnico; poderia ocupar um cargo acima disso, com a função de dar um jeito no modo de trabalhar de todo o futebol, diagnosticar as principais carências de estrutura, apontar os caminhos pra ir resolvendo esses problemas. E deixando o pessoal amador mais afastado das coisas chatas do dia-a-dia - como a tarefa chata de saber quem não vai ao treino, porquê, se merece punição ou não.
Mas é claro que não sei se esse tipo de trabalho interessaria a ele.
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E Muricy é esse técnico todo?
O São Paulo, nestes últimos três anos, esteve longe de ser um time que eu gostasse de ver jogar. Mas ninguém ganha três campeonatos seguidos, em pontos corridos, de graça. Muricy sabe fazer o tipo de trabalho a que se propõe.
O São Paulo, nestes últimos três anos, esteve longe de ser um time que eu gostasse de ver jogar. Mas ninguém ganha três campeonatos seguidos, em pontos corridos, de graça. Muricy sabe fazer o tipo de trabalho a que se propõe.
E a proposta é montar um sistema defensivo ultraeficiente e, na frente, tentar arrumar um golzinho de bola parada, jogada aérea ou chute de longa distância. Se o tal golzinho sair, aí é que o time se tranca atrás mesmo - e passa a usar o contra-ataque como grande arma para construir eventuais placares mais dilatados. É uma chatice de ver, mas é eficiente. O São Paulo não só foi campeão três vezes, como normalmente apareceu como melhor defesa e melhor ataque da competição nestes últimos anos. Eu não sou de brigar contra esse tipo de resultado.
E montar uma defesa como a do São Paulo de Muricy não é simplesmente empilhar zagueiros e volantes. Li do próprio Rica Perrone, são-paulino que pede a cabeça de Muricy há tempos, um relato impressionado sobre uma palestra a que assistiu do treinador em um congresso, em que ele mostrou um nível de detalhamento impressionante na maneira de montar sua retaguarda.
Eu quero isso no Flamengo? Sinceramente, não é algo com que eu sonhe. Mas, pra quem não tem grandes romantismos no jeito de assistir a futebol, pode crer: algum resultado, sempre vai dar. E, afinal de contas, os melhores momentos do Flamengo nos últimos anos foram com Papai Joel - que, vamos combinar, também não é nenhum grande adepto do futebol-arte.
3 comentários:
André, eu havia achado essa idéia boa ontem, mas depois percebi que estava errado. Veja, o Muricy é o técnico "anti-manager", é cara pra trabalhar no campo e não fora dele.
A grande vantagem seria, como você disse, um cara que falasse "ó, tem que ter X campos pra eu fazer isso, X quartos pra aquilo" e aí poderia ser um grande avanço.
Eu concordo com o Alex em uma coisa: independente de quem venha se o Cuca cair, é um absurdo o clube não fazer uma proposta pra ele.
Muitos falam: "Olha, o problema do Flamengo não é treinador é a diretoria" ou "Tem que começar na estrutura do clube. Trocar técnico não vai resolver o problema do Flamengo e bla bla bla"
Concordo com tudo, agora todo mundo sabe como Muricy trabalha, como é ele no comando, no poder, ele é daqueles centralizador, então se vier, é fato que não mudará tudo, nem será o salvador da pátria e muito menos fará fará uma revolução no Clube, mas resolverá e muito os problemas de disciplina do elenco.
E ainda, desculpinha que mudar treinador não adianta é conversa fiada, se for assim Cuca fica blindado de todas as criticas.
Tiago, eu só não entendi bem o porquê de você definir o Muricy como o "anti-manager"...
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