Neste momento, é interessante lembrar do lançamento da FlaTV e da expectativa criada por Kléber Leite em cima de seu faturamento: "nosso projeto número 1 com a FlaTV é comprar o Íbson, pra ele nunca mais deixar o Flamengo."
Qualquer um que conhecesse minimamente o mercado de Internet sabia que a projeção kleberleiteana era uma viagem sem tamanho. Seria mesmo impossível chegar à "projeção inicial de 500 mil assinantes" (e ler agora que "alguns investimentos foram feitos com base nesta expectativa de receita" pode explicar um tanto da situação financeira do clube hoje).
É claro que havia gente tocando o projeto que sabia que nada disso se tornaria realidade - e, ao longo do tempo, foram dadas algumas entrevistas dizendo que o resultado (cerca de 5 mil assinantes, segundo disse em entrevista Luiz Fernando Pozzi, do marketing do clube, no início do ano) era bom, dentro da expectativa e do tamanho do mercado. De qualquer forma: o modelo vai mudar.
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Entrem na TimãoTV e na FlaTV e comparem - as semelhanças de layout não são mera coincidência. Os dois sites foram desenvolvidos pela DB4, parceira de Flamengo e Corinthians nas empreitadas.
Pois recentemente li uma entrevista de Luiz Paulo Rosenberg, responsável pelo marketing do Corinthians, que me chamou a atenção. Ao contrário de seus pares rubro-negros, Rosenberg diz com todas as letras que a tentativa de vender assinaturas da TimãoTV foi um fracasso de sua gestão - os números que encontrei realmente colocam a iniciativa um tanto abaixo da rubro-negra: cerca de 3 mil assinantes. E a solução, pra ele, é abrir o conteúdo e tentar faturar com publicidade. Na verdade, na entrevista, publicada no início de maio, ele dizia que isso já tinha sido feito.
Olhando a TimãoTV no ar, a gente vê que não é bem assim - ainda aparecem no site vinhetas com a informação dos preços de assinatura. De qualquer forma, me bateu a curiosidade: se por lá, com uma iniciativa no mesmo formato, em parceria com a mesma empresa, a ideia é abrir tudo, como ficaria com o Flamengo?
Fiz a pergunta a Ricardo Hinrichsen, o diretor executivo do marketing do Flamengo, e a Diogo Boni, o homem por trás da DB4: há a intenção do Flamengo abrir o conteúdo da FlaTV? A resposta de Ricardo: "sim, porém não resolvemos exatamente como. O fundamental é que os atuais assinantes não sejam prejudicados". Boni já não foi tão incisivo na intenção de abrir, mas confirmou que estão "estudando um novo formato para os dois clubes".
Pois recentemente li uma entrevista de Luiz Paulo Rosenberg, responsável pelo marketing do Corinthians, que me chamou a atenção. Ao contrário de seus pares rubro-negros, Rosenberg diz com todas as letras que a tentativa de vender assinaturas da TimãoTV foi um fracasso de sua gestão - os números que encontrei realmente colocam a iniciativa um tanto abaixo da rubro-negra: cerca de 3 mil assinantes. E a solução, pra ele, é abrir o conteúdo e tentar faturar com publicidade. Na verdade, na entrevista, publicada no início de maio, ele dizia que isso já tinha sido feito.
Olhando a TimãoTV no ar, a gente vê que não é bem assim - ainda aparecem no site vinhetas com a informação dos preços de assinatura. De qualquer forma, me bateu a curiosidade: se por lá, com uma iniciativa no mesmo formato, em parceria com a mesma empresa, a ideia é abrir tudo, como ficaria com o Flamengo?
Fiz a pergunta a Ricardo Hinrichsen, o diretor executivo do marketing do Flamengo, e a Diogo Boni, o homem por trás da DB4: há a intenção do Flamengo abrir o conteúdo da FlaTV? A resposta de Ricardo: "sim, porém não resolvemos exatamente como. O fundamental é que os atuais assinantes não sejam prejudicados". Boni já não foi tão incisivo na intenção de abrir, mas confirmou que estão "estudando um novo formato para os dois clubes".
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Não adianta simplificar a discussão e dizer que o projeto do Flamengo, ou do Corinthians, foi simplesmente um fracasso. Pode-se discutir a divulgação dos serviços, ou mesmo a qualidade de seu conteúdo; mas o fato é que cobrar ou não cobrar por conteúdo na Internet é uma decisão delicada. Ao mesmo tempo que não há cultura de pagar por conteúdo online, especialmente no Brasil, e todo mundo tem dificuldades de fazer este tipo de venda, também há a dificuldade de qualquer site de porte conseguir se manter apenas com publicidade. É algo que atinge pequenos e gigantes, no Brasil e no Mundo. Gente como Washington Post ou New York Times vive a mesma encruzilhada, com decisões que vão e voltam à medida que o pessoal lá faz e refaz suas contas. Há muita gente tentando e estudando diversos modelos pra encontrar suas respostas - os modelos de negócio na Internet, hoje, ainda são criados muito na base da tentativa-e-erro.
No Brasil, há clubes com suas TVs online gratuitas, já faz tempo. Uma das consideradas de maior sucesso é a do Grêmio, que funciona como rádio e TV, lançada em abril de 2007. Ao que parece, sua programação é bem popular entre os tricolores gaúchos. Mas - dá dinheiro?
No Brasil, há clubes com suas TVs online gratuitas, já faz tempo. Uma das consideradas de maior sucesso é a do Grêmio, que funciona como rádio e TV, lançada em abril de 2007. Ao que parece, sua programação é bem popular entre os tricolores gaúchos. Mas - dá dinheiro?
3 comentários:
André, vc já viu que a Fla RS descobriu que, se fizer as coisas por conta própria, paga QUATRO VEZES MENOS do que comprar o pacote do "Onde estiver estarei"?
Acho que vale uma boa matéria -- até pq a diretoria de marketing respondeu à matéria (embora sem conseguir convencer, naturalmente).
[está no blog do Ancelmo Gois, no Globo online)
Faltou dizer: depois de já termos mais com empréstimos do Ibson do que recebemos com a venda dele, agora iremos comprá-lo. Por mais do que vendemos, claro.
Imagine vc vender seu apto e, anos depois, começar a alugá-lo. Depois de já ter gasto com aluguél mais do que recebeu com a venda, agora decide comprar o apto de volta. Mais caro do que vendeu.
Esse é o Flamengo. [ainda que eu reconheça que é ipte ter o Ibson]
Se o Flamengo comprar o Íbson ele recebe dele mesmo o percentual destinado ao clube formador do atleta?
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