O capitão se despede

Fábio Luciano deve ter sido a melhor contratação do Flamengo nos últimos dez anos. Dentro de campo, ajeitou uma zaga que penava há tempos com Moisés, Irineu e outros do gênero. Ao seu lado, Angelim - que até então era tão criticado quanto seus bizarros companheiros de zaga - se firmou e se tornou o zagueiro regular que vemos hoje. Sem Fábio Luciano, a arrancada de 2007 não teria sido possível. 

Claro - ao longo de 2008, a idade começou a pesar. A velocidade faltando, as faltas foram ficando mais constantes, os cartões idem. Mesmo assim, ainda era um zagueiro bem mais confiável do que a média; jogando na sobra, no esquema de três zagueiros, ainda rendia bastante bem. 

E, fora o que fazia dentro das quatro linhas, ainda havia todo o seu papel de boa liderança no grupo. Em um ambiente onde acontece de tudo, Fábio Luciano é o cara que ainda parece conseguir manter a cabeça no seu trabalho, mesmo tomando a frente nas discussões sobre todo o resto. Enfim: era daqueles caras, não tão comuns assim hoje em dia, que dava gosto gritar o nome na arquibancada - pelo que jogava e pela pessoa que é.

Antes do anúncio da sua aposentadoria, já havia rumores sobre sua transformação em dirigente - até sobre ele assumir de técnico no meio do ano eu já ouvi falar. É esperar pra ver se ele realmente vai passar a ocupar algum cargo no Flamengo . 

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Em campo, muita gente já estava contestando com força a sua presença em campo. Quando Cuca deu uma testada no time sem ele, só porque sabia que estava suspenso para jogos mais à frente, teve gente dizendo: "é isso aí, tem mais é que barrar mesmo!" Mas e agora que saiu, como vai ser?

Por enquanto, parece que a opção é pelo garoto Wellinton - que, dizem, já está com a venda encaminhada, e só tem contrato mesmo até o fim do ano. Até agora, me pareceu um zagueiro que faz o simples, sabe o quanto joga e não compromete, mas é mesmo muito menino e só esperando pra ver como assumiria a posição de titular. No elenco, há ainda Douglas, que veio do Santo André e ainda jogou muito pouco tempo; sobre esse, nenhuma opinião formada.

Imagino que, pra muitos, a melhor opção seria outro que eu nunca vi jogar - Fabrício, formado na base, que foi emprestado ao Paraná ano passado e se tornou titular, capitão do time e batedor de faltas em pouco tempo. Está hoje novamente emprestado na Alemanha, onde não tem tido muitas oportunidades. Os dirigentes torciam para que os alemães decidissem por sua compra no meio do ano, pra entrar uma graninha que aliviaria um tanto o caixa. Mas agora, se voltar, é capaz de ser uma solução para a vaga que surgiu.

E bem - se fecharem mesmo um novo patrocínio, com a Olympikus entrando e Kléber Leite por lá, não dá pra descartar que surja alguma contratação mais bombástica.

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Eu sou daqueles que não liga muito pra braçadeira de capitão. Acho que o líder aparece e funciona independente de carregar aquilo em seu braço - no duro, a única função prática do capitão de um time de futebol é bater o cara-ou-coroa no início do jogo.

Mas não deixa de ser meio triste que o lugar que era de um cara que procurava colocar o grupo nos trilhos passe a ser ocupado por aquele que, ao contrário, quer levar é todo mundo pra festinha com puta na hora da concentração.

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Meu irmão, via Twitter, fez uma observação boa: você consegue se lembrar qual foi o último cara que encerrou a carreira no Flamengo? Eu não.