Notícias em tempo de falta de notícias

Isso é uma coisa com que eu já me acostumei: quando não há jogo do Flamengo no meio de semana, o ambiente fica propício para surgirem confusões na imprensa. A falta de notícia leva a isso - o espaço está lá vazio, precisa ser ocupado, os jornalistas vão atrás de alguma coisa. E este ano, é preciso estar preparado porque a situação é pior ainda: há eleição, muita gente brigando lá dentro, grupos vivendo na base do "quanto pior, melhor", prontos pra divulgar qualquer informação ruim que tiverem à mão. É triste, mas é assim que funciona.

Assim, surgem as informações sobre faixas de protesto que poderiam ser penduradas pela "torcida" - que torcida? Quem? 

E, depois, a repercussão entre os jogadores da faixa que provavelmente será pendurada. E alguns deles, incautos, caem na pilha, respondem como se o protesto já estivesse na arquibancada.

Mas tem quem caia mais feio ainda nessa - como o treinador que liga pra chefes de torcida organizada pedindo apoio, fazendo exatamente o que eles mais querem para se sentirem importantes.

E esse jogo que não chega.

Quem é Emerson, afinal?

Surge a notícia de que vem aí Emerson, brasileiro de 30 anos que passeou por muito tempo pelo Oriente e, dizem, fez muitos gols por lá. Ele, que já está treinando no Flamengo, frequentou a seleção brasileira nas categorias de base e, por conta disso, não pôde aceitar a proposta milionária para defender a seleção do Qatar. Emerson viria de graça, por um salário baixo, simplesmente porque ama o Flamengo e quer realizar seu sonho de infância. Então tá, né?

Não conheço Emerson, lógico. Duvido que alguém por aqui tenha base pra falar sobre o futebol do cara. Mas é bom dizer que, no meio do ano, Josiel vai embora - e o Flamengo ficaria apenas com Obina para o comando de ataque. Ter mais alguém, ainda que seja só pro banco, não vai machucar.

E bom - o tal do Emerson ao menos deu certo lá no Oriente. O Josiel andou pegando banco por lá.

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Emerson se formou no São Paulo e fazia sucesso na base. Mas sua carreira não seguiu um rumo tranquilo. Além de ter saído do país para se esconder no Japão (onde chegou para atuar na segunda divisão, conseguiu o acesso para a elite, trocou de time e acabou sendo artilheiro do campeonato nacional pelo Urawa Reds, em 2004), teve seu nome envolvido em dois processos complicados. 

Fora a disputa para excluí-lo da seleção do Qatar, depois que outros países asiáticos descobriram seu passado na seleção brasileira, houve ainda uma confusão envolvendo falsificação de documentos - em 2006, foi detido no aeroporto do Rio pela Polícia Federal, que apontou não só seu passaporte, mas também sua certidão de nascimento e até mesmo seu nome como falsos. Ficou a dúvida se ele é Márcio Emerson Passos, nascido em 1981, ou Márcio Passos de Albuquerque, de 1978. Como agora falam que ele tem 30 anos, a opção correta deve ser a segunda - e assim, em tese, ele não deveria ter podido jogar pela seleção sub-20 em 1999, quando teria 21 anos.