Com os dois jogando adiantados, próximos ao ataque, Fabinho e Diguinho acabam recuando muito, pra fazer toda a marcação sozinhos. Nisso, cria-se um buraco no meio-campo, o time tem dificuldades pra sair jogando, apela pra ligação direta o tempo inteiro e há uma dificuldade grande de manter a posse de bola. É exatamente o que acontecia com o time de Renato Gaúcho em 2008, até ele ficar sem Leandro Amaral e Dodô. Nisso, adiantou-se Thiago Neves para o ataque, Soares ganhou uma vaga no meio e o time ficou muito mais equilibrado.
Como Renê Simões ainda não encontrou uma solução desse tipo, o Botafogo pôde dominar o primeiro tempo. Ney Franco encheu seu time de cabeças-de-área na melhor tradição ipatinguística, mas a equipe jogou compacta, ficou com a bola a maior parte do tempo e criou mais chances de gol - mereceu mesmo sair vencendo, embora o adversário, com jogadores melhores, tenha tido também suas oportunidades de marcar. Mas, no segundo tempo, o Botafogo recuou demais e deu a chance do Fluminense controlar a partida - e aí, marcando mais na frente e mantendo a bola no seu campo de ataque, os volantes tricolores se adiantaram e diminuíram o problema do buraco no meio-campo, mesmo antes das substituições de Renê Simões.
Mas o Botafogo não foi pressionado só por ter recuado voluntariamente pra garantir o placar. Nem apenas porque o Fluminense se adiantou, fez substituições e cresceu. Isso aconteceu bastante também porque o time voltou a mostrar o mesmo problema que acabou ajudando o Flamengo a empatar o clássico da primeira fase: falta de preparo físico. Assim como naquela partida, ontem aconteceu de novo de jogadores do Botafogo caírem com cãimbras em campo a partir dos 30 do segundo tempo. A temporada ainda está no início, beleza, mas já era tempo deles estarem aguentando correr razoavelmente o jogo inteiro - algo está errado por lá.
Mas mesmo toda a pressão tricolor não deu em tantas chances de gol assim. O ataque do Fluminense não funcionou (Leandro Amaral, vejam vocês, é um centro-avante que todo mundo gostaria que tivesse sido contratado pro seu time no início do ano, mas continua em branco na temporada), o time insistiu muito em cruzamentos pra área e o Botafogo sustentou o 1x0 até o fim. E comemorou quase como se fosse um título, embora o discurso no final fosse aquele óbvio sobre respeito ao Resende.
Pois é. Assim como o Flamengo encarou sua semifinal como um jogo de primeira fase atrasado, mera formalidade antes da decisão, Botafogo e Fluminense viam o confronto de ontem como uma final antecipada. É óbvio que, agora, todo botafoguense - embora adore encher a boca pra falar de "coisas que só acontecem ao Botafogo" - já está contando com o título. Ney Franco vai ter esses diazinhos pra convencer seus jogadores de que não é bem assim, para evitar alguma surpresa desagradável.
Pois é. Assim como o Flamengo encarou sua semifinal como um jogo de primeira fase atrasado, mera formalidade antes da decisão, Botafogo e Fluminense viam o confronto de ontem como uma final antecipada. É óbvio que, agora, todo botafoguense - embora adore encher a boca pra falar de "coisas que só acontecem ao Botafogo" - já está contando com o título. Ney Franco vai ter esses diazinhos pra convencer seus jogadores de que não é bem assim, para evitar alguma surpresa desagradável.
Que eu duvido mesmo que venha. É bom dizer: assim como acertou o time do Botafogo de uma hora pra outra no ano passado, Ney Franco conseguiu este ano montar uma nova equipe, com jogadores completamente diferentes, muito rápido. E todos sabem, por lá, que não há craques e que tem que todo mundo correr junto pra coisa funcionar. Pra bater o Resende, deve ser mais que suficiente.
Um comentário:
Por essas e por outras que o Flamengo deveria ter trazido o Ney Franco de volta qnd o Joel Anunciou q ia sair. Ate pq ate hj o time joga no esquema q ele montou em 2006.
Tudo bem q o time ia mal no Brasileiro qnd ele saiu em 2007, mas ele nao contou com os reforcos que chegaram para o Joel (F. Luciano, Ibson, Maxi, Roger e Christian). E achar q o Caio Jr e o Cuca sao melhores que ele eh brincadeira!
Abs.,
Miguel
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