Ronaldo e o marketing

Eu fiquei mesmo impressionado com a ida do Fenômeno para o Corinthians - mas, sinceramente, também um tanto aliviado. Não queria Ronaldo no Flamengo. Posso quebrar a cara, mas não acredito que ele vá render em campo com consistência - a última vez em que ele conseguiu jogar sete jogos seguidos foi há 5 anos. No meio das contusões, ele surge com uma ou outra grande atuação isolada - afinal, o cara sabe jogar - e isso certamente irá acontecer no Corinthians. Mas...

Como jogador, acho que o preço não vale. Até porque ele já havia deixado claro que tem seu preço, não iria abrir mão de receber o que acha que merece. Fora ter sempre minhas restrições ao seu papinho de amor ao clube, que sempre me pareceu oportunista (o que está se confirmando), acho que é sim um alto investimento, complicado para uma instituição quebrada financeiramente.

Mas ele "se paga com marketing", certo? Não é bem assim.

Romário veio para o Flamengo no auge de sua forma, quando era reconhecido pelo Mundo como o melhor jogador do Planeta. Também se dizia na época que "se pagaria com marketing". Ao fim de sua passagem, deixou pra trás, além da falta de conquistas relevantes, uma dívida monstruosa que ainda levará mais de década para ser paga.

A culpa, é claro, é muito menos dele do que de quem dirigia o clube, e os tempos hoje são outros. Mas é impossível não notar a coincidência nos nomes de quem estava no Flamengo na época e agora. Por que seria tão diferente assim?

Para entender por que eu tenho sérias dúvidas sobre o retorno que a diretoria conseguiria ter de Ronaldo, basta ler minha opinião sobre 2008, o ano perdido

O Corinthians, por outro lado, tem a frente de seu marketing Luiz Paulo Rosemberg - economista reconhecido, daqueles que a imprensa ouve pitacos sobre decisões do Copom e coisas do gênero, homem de sucesso no mercado. E que já teve seus feitos à frente do marketing corintiano, ao longo deste 2008 de série B. Pode ser que, por lá, eles consigam desenvolver idéias interessantes com o produto que têm em mãos. É esperar pra ver.

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