Brasileiro 2008 - 35a. rodada - Flamengo 5 x 2 Palmeiras

O Flamengo já havia conseguido goleadas empolgantes antes. Também já havia conseguido vitória convincente sobre um adversário forte - o triunfo sobre o Grêmio, no Maracanã, havia sido a afirmação de que o time voltara aos trilhos. Mas ficou mesmo para este finzinho de temporada a exibição mais empolgante do time em todo o ano. Foi uma goleada de não deixar dúvidas.

A ponto de Caio Júnior ter realizado seu sonho de ter o nome gritado no Maracanã. E com certo merecimento. Sabendo que o Palmeiras dependia dos avanços de Leandro - ainda mais sem Élder Granja em campo -, ele segurou Léo Moura na marcação. Com isso, o time repetiu a formação da última grande vitória, contra o Coritiba: com um lateral mais preso, o trabalho da zaga facilitado, Aírton jogando como volante à frente da zaga e Íbson e Kléberson podendo fazer seu trabalho no meio-campo sem estarem sobrecarregados. E, com um esquema que os favoreceu, em vez de fazê-los terem que trabalhar por quatro como andava acontecendo em outras partidas, os dois voaram.

Íbson foi o artilheiro da tarde e jogou muita bola. Mas não diria que atuou melhor do que Kléberson, que desde o início participou do jogo o tempo todo, atrás e à frente - e, além do que fez, participou de outros três gols. Os dois, com o auxílio de Marcelinho (que finalmente voltou a ter uma boa atuação), foram os grandes responsáveis pela armação do time - o quarto gol, com Íbson completando de letra uma tabelinha com Kléberson, foi coisa de cinema. Com o meio funcionando, o time mostrou que não precisa depender tanto dos laterais. Nenhum dos cinco gols saiu em jogadas com eles.

Como contra o Coritiba, o time voltou a ter uma boa marcação no meio-campo e a saída de bola funcionando com perfeição nos contra-ataques. Naquele dia, Obina esteve em noite de gala. Ontem, foi infeliz nas finalizações, ou a goleada teria sido ainda maior. Mas também participou bem com seus passes - três dos gols tiveram suas jogadas iniciadas com toques seus. No duro, dá pra fazer críticas pontuais nos dois gols sofridos - Jaílton fez um pênalti estúpido que poderia ter custado caro, e Fábio Luciano deixou Kléber subir sozinho nas suas costas para cabecear. Mas, no mais, todo o time esteve bem.

Finalmente, o Flamengo fez um jogo de justificar qualquer otimismo. Pena que demorou tanto pra vir. Mas antes tarde do que nunca.

16/11/2008 - 17h00 - Flamengo 5 x 2 Palmeiras
Maracanã, Rio de Janeiro - RJ
Renda/público: R$ 1.166.807,00 / 59.678 pag.

Árbitro: Leonardo Gaciba (Fifa - RS)
Cartões amarelos: Aírton, Obina (FLA); e Gustavo (PAL)

Gols: Marcelinho Paraíba, 2'/1ºT (1-0); Alex Mineiro (pênalti), 12'/1ºT (1-1); Ibson, 21'/1ºT (2-1); Ibson, 10'/2ºT (3-1); Kléber, 15'/2ºT (3-2); Ibson, 19'/2ºT (4-2); e Kleberson, 24'/2ºT (5-2).

Flamengo: Bruno, Jaílton, Fábio Luciano e Ronaldo Angelim; Léo Moura, Aírton, Ibson (Maxi, 37'/2ºT), Kleberson e Juan (Everton, intervalo); Marcelinho Paraíba (Toró, 18'/2ºT) e Obina. Técnico: Caio Júnior.

Palmeiras: Marcos, Gustavo, Roque Júnior e Martinez (Sandro Silva, 23'/2ºT); Fabinho Capixaba (Evandro, 17'/2ºT), Jumar (Maicossuel, 11'/2ºT), Pierre, Diego Souza e Leandro; Kléber e Alex Mineiro. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.