Ainda dá. E não precisa secar ninguém

Depois do papel ridículo de sábado, o desânimo bateu em todo rubro-negro. E com razão.

O título ficou longe, muito longe. Mas, para a vaga na Libertadores, ainda dá. Se os outros tropeçarem, facilita bastante - mas nem precisaria. É só olhar a classificação: para acabar no G4, o Flamengo só depende de si mesmo. Está a um ponto do Cruzeiro e os dois ainda se enfrentam.

Mas, para isso, o time tem que fazer seu trabalho. E, com o que vem apresentando em campo, não dá pra confiar que isso vá acontecer. Muito pelo contrário.

Ainda dá tempo de se arrumar. E, se Caio Júnior não quiser mexer na escalação - que não é a minha preferida -, já daria pra melhorar bastante só acertando o posicionamento em campo. Em uma entrevista recente, parece que ele até já percebeu onde está a raiz dos problemas - embora não tenha feito nada pra corrigir isso nos últimos jogos.

Tudo começa com os laterais voltando a ser laterais.

Se Léo Moura e Juan voltarem a jogar abertos, e se preocupando tanto em atacar quanto em marcar por seus setores, a coisa vai melhorar. Atancado juntos e fechando pelo meio, como fazem, não conseguem fazer rapidamente a recomposição para a defesa, chegando às laterais para marcar onde deviam. Outros acabam tendo que ocupar os seus lugares lá atrás, enquanto eles acabam vagando pelo campo sem posição quando o time não tem bola. Se eles se mantiverem mais abertos, usando as entradas pelo meio apenas como elemento surpresa, e se revezarem no apoio, o trabalho de todo mundo vai ser facilitado.

Assim, Toró não precisará ser zagueiro como está sendo, para ocupar um espaço sempre vago na defesa - assim como Íbson não precisará marcar por ele e Juan o tempo todo. Com Toró de volante, tanto Íbson quanto Kléberson poderão marcar mais à frente, afastando o adversário da área rubro-negra. Mesmo Jaílton e Angelim poderão se revezar para sair para a marcação mais à frente, deixando Fábio Luciano na sobra. O combate no meio-campo vai se multiplicar.

Também a saída de bola vai melhorar. Do jeito que está, com Toró em linha com Jaílton e Angelim, quando a zaga retoma a bola há uma opção a menos para receber a bola no meio-campo. Tanto Íbson quanto Kléberson precisam esperar recuados para receber já esta primeira bola, em vez de já se deslocarem para dar opção mais à frente. Assim, quando a bola chega a eles, não têm opção para seguir a jogada - falta alguém para fazer a ligação com o ataque. Léo Moura e Juan, que deveriam ser as válvulas de escape, já sofrem com esquemas preparados por todos os adversários para anulá-los, de tão visados que ficaram. O time fica sem opção e apela para os chutões pra frente.

Uma parte desses efeitos todos já foi visível no jogo contra o Coritiba, em que Luizinho atuou como lateral mesmo, no lugar de Juan. É certo que o Coritiba jogou muito mal e as circunstâncias do jogo ajudaram. Mas há o que aprender com aquela partida.

2009 vem aí, o técnico deve ser outro, mudanças no elenco e tudo mais. Mas este ano ainda não acabou.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ainda dá, claro, para torcer por vaga no G4. Mas depois da idéia de hexa, estar na Libertadores é mais q obrigação, é anticlímax.