Luxemburgo previsível

Um dos grandes trunfos que todos apontam no Palmeiras nesta disputa está no banco. Luxemburgo é tido como diferenciado, um cara que pode fazer a balança pender para o lado verde. Pois bem: ontem, foi impressionante a facilidade que Renê Simões teve pra prever o jogo do adversário e anulá-lo.

Quem vê o Palmeiras jogando hoje, sabe o quanto dependem dos laterais, que inclusive avançam juntos e chegam a trocar passes um com o outro, a la Léo Moura e Juan. Aliás, este time tem algumas soluções bem parecidas com as de Joel Santana em 2007, usando um volante de falso zagueiro para liberar os dois alas, ao mesmo tempo em que o meio-campo joga cheio de volantes e sem um armador de origem - Diego Souza é, pra eles, uma espécie de Íbson-2007 no Flamengo. Há uma preocupação maior em escalar volantes que sabem jogar, daí Léo Lima volta e meia ter sua chance; mas o conceito é parecido, embora não abusem da ligação direta para o ataque como o Flamengo do ano passado.

Como eu escrevi antes do jogo, ontem eles jogariam sem um dos laterais, Élder Granja, e sem seu armador. Por isso, dependeriam muito do outro lateral, Leandro, pela esquerda. De fato, o jogo do Palmeiras foi inteiro concentrado por aquele lado - bastou a Renê Simões prender seu lateral por ali e lançar Éverton Santos nas costas do adversário pra resolver a parada. Do outro lado, como não era ameaçado, Júnior César pôde avançar tranquilo. O terceiro gol aconteceu assim, com Éverton de um lado preparando a jogada e Júnior César concluindo do outro, e se repetiu ao longo da partida. Luxemburgo não soube perceber isso e criar uma opção pela direita; ao contrário, colocou Denílson também pela esquerda, concentrando mais ainda o jogo por lá.

Ontem, o Palmeiras jogou desfalcado e o trabalho do Fluminense foi facilitado. Mas o Palmeiras é um time fácil de ler. Não quer dizer que seja fácil de ser vencido. Como era o Flamengo ano passado.