Brasileiro 2008 - 29a. rodada - Flamengo 0 x 3 Atlético-MG

Como contei pra vocês antes, viajei neste fim de semana com a família, como um presente pras crianças pelo dia deles. Foi tudo uma maravilha, todos se divertiram muito. Houve apenas um ponto baixo, inesperado, na viagem: compraram o pay-per-view do jogo de sábado para passar no bar do hotel-fazenda. Assim, acabei vendo o segundo tempo da partida e o que parecia um presente surpresa pra completar minha alegria se tornou o grande momento de estresse do fim de semana.

Sentei à mesa no intervalo e perguntei o placar. "1x0", me disseram. Antes de eu completar o "beleza!" em minha mente, completaram: "...pro Atlético". Putz!

"Bom, vamos lá, tem 45 minutos pela frente". Mas foi o jogo recomeçar e descobri que Erik Flores estava em campo. Peralá, Erik Flores?!? Alguma coisa de errado estava acontecendo. Demorei um tempo até perceber que Kléberson havia sido substituído. Contundido com certeza, pensei eu.  Mas não foi o caso.

Não vi o primeiro tempo. Não sei como foi, não sei o quão desastrosa foi a atuação de Kléberson pra ter sido sacado. Mas, na boa: Erik Flores não é uma opção. Pode ser que ele se torne um grande jogador um dia, quem sabe? Mas, hoje, com suas limitações físicas óbvias e um estilo de jogo que só as ressalta, ele não tem a menor condição de jogar no meio-campo de um time profissional. Sua presença em campo me lembrou os tempos de desespero, quando o Flamengo perdia uma atrás da outra enquanto os reforços não chegavam e Caio Júnior tentava de tudo, uma solução diferente a cada minuto, pra tentar brecar a queda do time. Colocar o moleque no fogo pra resolver qualquer problema do time é isso: desespero.

Eu já havia comentado com a minha respectiva, sentada ao meu lado: o Atlético estava muito melhor, tava mole de sair o segundo gol deles ali. Tocavam a bola tranquilos, sem o Flamengo conseguir marcar no meio, e concluíam de dentro ou de fora da área seguidas vezes. Mas antes do 2x0, Caio Júnior fez a sua segunda grande besteira no jogo - mas essa tem que ser dividida com a torcida, que inacreditavelmente achou que vaiar o Íbson a cada vez que ele pegava na bola ajudaria em alguma coisa. O técnico ouviu as vaias e sacou o cara, colocando Maxi na frente.

Fica a pergunta: vocês acham que um meio-campo que conta com Erik Flores e Marcelinho Paraíba - o do segundo tempo, que cansa sempre - vai conseguir combater alguém? O Atlético já ganhava o jogo no meio-campo com tranquilidade e tava na cara que isso só ia piorar com a troca. Se era pra tirar o Íbson - o que eu não faria, e serviu pra expôr ainda mais o cara, que por mais que tanta gente o persiga ainda é um dos nossos jogadores mais importantes -, a opção de mais um baixinho no time, por mais que eu até tente simpatizar com ele, era a pior possível. Assim como Erik Flores, o Caio Júnior de ontem também me lembrava aquele perdidaço da fase negra do time no campeonato.

Quatro minutos depois do argentino entrar, o Atlético aumentou a vantagem. E o domínio era tal que eu avisei novamente à minha esposa, que já estava impaciente com o meu estresse num fim de semana que era pra ser só relax: "eles vão dar uma goleada aí, só não sei de quanto vai ser". Talvez por piedade dos mineiros - que conseguiam trocar sequências infinitas de passes, sem erros e sem ninguém conseguir roubar a bola -, acabou ficando só no 3x0. Aliás, é bom dizer isso: o Flamengo jogou muito mal, os jogadores estiveram mal, o técnico esteve mal; mas o Atlético não tem nada com isso e jogou bem, muito bem. De maneira bem improvável pra um time que está na posição em que está.

Os 3 pontos que vieram contra o Náutico, pra mim, foram inesperados e colocavam o Flamengo como um real candidato ao título. Mas, com a derrota de sábado, a situação ficou pior do que há duas rodadas e o hexa parece um sonho distante. A vaga na Libertadores ainda é possível, mas ficou mais complicada. E vai ficar ainda mais se Caio Júnior voltar a se mostrar sem idéia do que está fazendo, como nos piores momentos que o Flamengo teve ao longo da competição. Este último jogo não era hora disso.


11/10/2008 - 18h20 - Flamengo 0 x 3 Atlético-MG
Maracanã, Rio de Janeiro - RJ
Renda/público: R$ 1.545,250 / 77.387 pagantes

Árbitro: Paulo Cesar Oliveira (Fifa-SP)
Auxiliares: Ednilson Corona (Fifa-SP) e Carlos Augusto Nogueira Junior (SP)
Cartões Amarelos: Sambueza e Jaílton (FLA); Pedro Paulo, Rafael Miranda e Juninho (ATL)

Gols: Castillo, 31'/1ºT (0-1); Renan Oliveira, 20'/2ºT (0-2); Leandro Almeida, 29'/2ºT (0-3)

Flamengo: Bruno, Léo Moura, Dininho, Ronaldo Angelim e Sambueza; Jailton, Toró, Kleberson (Eric Flores, 37'/1ºT) e Ibson (Maxi Biancucchi, 16'/2ºT)); Marcelinho Paraíba e Vandinho (Obina, 25'/2ºT). Técnico: Caio Júnior.

Atlético-MG: Juninho, Sheslon, Marcos, Leandro Almeida e César Prates; Serginho, Márcio Araújo, Elton (Rafael Miranda, 14'/2ºT) e Pedro Paulo (Tchô, 31'/2ºT); Renan Oliveira (Petkovic, 34'/2ºT) e Castillo. Técnico: Marcelo Oliveira.

2 comentários:

Marcos Monnerat disse...

Não vi o jogo. Acompanhei muito mal pelo SopCast, mas sem prestar atenção... Mas vi os gols. E repare no lance do primeiro, quando Jailton chuta a bola pra frente, em cima do adversário, quando deveria ou chutar pro lado ou tentar sair jogando. Repare no segundo gol, que o passe na lateral esquerda foi no pé do Jailton, que chegou coisa de cinco segundos antes do adversário, e mesmo assim deixou o cara pegar a bola e ir com ela livremente para o ataque.

Ser perdido é manter Jailton em campo, entregando gols e mais gols por jogo. Considerando isso, Caio Jr. nunca se encontrou no Flamengo...

Não vou destacar, dessa vez, o frango do nosso goleiro, mais um...

André Monnerat disse...

Eu sempre fui contra o Jaílton, mas enfim... Já tinha me conformado que ele não sai nunca.

Agora...
Ontem, independente dos dois lances, que eu nem parei pra analisar mesmo, o Atlético jogou muito melhor. Muito mesmo. Pelo menos, o segundo tempo.

O jogo não se resolveu em um ou outro lance isolado não. Os gols iam sair uma hora ou outra, do jeito que a coisa ia.

De qualquer forma, o Jaílton não joga a próxima. É ver o que ele vai fazer e no que vai dar.