Brasileiro 2008 - 27a. rodada - Flamengo 2 x 1 Sport

Pela segunda rodada seguida, o Flamengo conseguiu no Maracanã uma vitória magra, suada, com atuação não muito convincente. Mas, fora novamente ter saído com os 3 pontos - o que, como diz todo jogador sábio em entrevista pós-jogo, é o mais importante -, é inegável que, desta vez, o gosto que a partida deixou foi muito melhor. Usando um clichê mais do que batido em jogos debaixo de chuva: foi uma vitória de lavar a alma.

No primeiro tempo, um lado bom e outro ruim na atuação do time. O bom: a marcação adiantada, no campo do adversário, sem deixá-lo respirar. Coisa que já havia aparecido nos primeiros 20 minutos contra o Ipatinga, mas que desta vez durou todo o primeiro tempo. Por outro lado, manteve-se a desorganização para atacar. O time criou pouquíssimo, principalmente porque ninguém no meio-campo fazia este trabalho. Sobrava para os laterais - Juan, aliás, virou meia de vez nesta etapa - e para Marcelinho Paraíba.

O time voltou com Obina no lugar de Josiel - que novamente entrou em campo, mas não estreou - e uma postura diferente. Juan voltou a ficar aberto pela esquerda e o time passou a chegar com bem mais perigo. Mas aí aconteceram duas coisas que mudaram o bom rumo que o jogo parecia tomar.

A primeira: Éverton sentiu uma contusão. Eu nem lamentei no momento, pois até imaginava que ele sairia ainda no intervalo. A segunda: Bruno saiu mal em um escanteio, Jaílton não soube marcar Roger e o Sport fez 1x0. Com o time nervoso e Sambueza, que entrou no lugar de Éverton, errando tudo, a situação foi ficando desesperadora. Cada um começou a tentar resolver sozinho, a torcida ficava impaciente e as poucas chances que surgiam na base da pressão desordenada eram desperdiçadas. E é claro que não ajudavam o gramado escorregadio - como choveu! - e a sequência infinita de faltas do adversário para parar o jogo, coisa que começou ainda no primeiro tempo.

Quando tudo parecia perdido e eu já lamentava pelo resultado, pela atuação, pelos pênaltis não marcados, Caio Júnior apelou pra tática dos desesperados e tirou um volante pra lançar um atacante a mais. Ouviu os gritos de burro - e Íbson parecia mesmo menos indicado pra sair do que Kléberson, por exemplo -, mas resolveu o jogo. Vandinho deu o toque para o primeiro gol, cabeceou para o segundo, virou o jogo. E é isso aí.

No fim, a sensação que ficou na torcida é de otimismo. O resultado veio, afinal, quando parecia menos provável; não deixa de ser um bom sinal. E, além disso, o time correu, e muito, o tempo todo. Os jogadores se jogaram na bola, deslizaram na água atrás dela, não desistiram em momento nenhum. Aliás, era o mínimo que podiam fazer pra recompensar os mais de 40 mil que enfrentaram o dilúvio que caiu no Maracanã durante toda a partida.

E é bom dizer o seguinte, em português bem claro: depois dessa, vai ser uma sacanagem se Vandinho não ganhar sua chance de começar como titular. Josiel continua usando o álibi de estar sem ritmo de jogo, muito tempo inativo etc. e tal, mas não dá mais tempo de ficar esperando por algo que não tem a menor garantia de vir. E Obina, por mais que eu goste do cara, não tem feito o bastante pra estar na fila à frente do salvador da pátria de hoje. Não acho que seja um grande craque, e sinceramente - mais por palpite que qualquer coisa - nem boto muita fé que seja melhor pra valer do que Obina não. Mas, por merecimento, a hora é dele.



27/09/2008 - 18h20 - Flamengo 2 x 1 Sport
Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Renda/público: R$677.363,00 / 40.812 pagantes

Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (MG)
Auxiliares: Marcio Eustaquio Santiago (MG) e Wenderson Mozzer (MG)
Cartões amarelos: Sambueza (FLA); Durval, Kássio, Andrade, Luciano Henrique e Junior Maranhão (SPT).

Gols: Roger, 9'/2ºT (0-1); Juan, 36/2ºT (1-1); Vandinho, 44'/2ºT (2-1).

Flamengo: Bruno, Jaílton, Fábio Luciano e Ronaldo Angelim; Leonardo Moura, Ibson (Vandinho, 29'/2ºT), Kleberson, Everton (Sambueza, 8'/2ºT) e Juan; Marcelinho Paraíba e Josiel (Obina, intervalo). Técnico: Caio Júnior.

Sport: Magrão, Igor, César e Durval; Carlinhos Bala, Andrade, Junior Maranhão, Kássio (Fábio Gomes, 24'/2ºT) e Dutra; Enílton (Luciano Henrique, 31'/2ºT) e Roger (Fumagalli, 35'/2ºT). Técnico: Nelsinho Batista.

Um comentário:

Anônimo disse...

Diante de tão magnífica virada só cabe a celebração. O resto se vê na 2ªfeira.

Saudações rubronegras!