Três zagueiros?


O Rica Perrone deu no blog dele, e eu vi o texto colado em alguns lugares por aí, a sugestão de que o Flamengo poderia ser escalado com três zagueiros - Fábio Luciano, Angelim e Dininho. Seria uma solução para que Léo Moura pudesse voltar a apoiar como antes, já que ele tem andado um tanto sumido do ataque. E muita gente boa concordou.

Bem: o Flamengo já joga com três zagueiros. Jaílton é cabeça-de-área de formação, mas tem jogado como zagueiro. Caio Júnior ameaçou mudar isso, mas acabou mantendo nisso aí o que se fazia na era Joel. O PVC, por exemplo, quando escala o time do Flamengo em seu blog, nunca coloca Jaílton no meio - escala "Bruno; Fábio Luciano, Jaílton e Angelim; Cristian, Íbson...". Porque é assim que o time se coloca. Jaílton até sai pra dar algum combate um pouco mais à frente, mas na maior parte do tempo é zagueiro mesmo.

Então, por que não colocar logo um zagueiro de ofício, certo?

A questão é que Fábio Luciano é um bom zagueiro, um líder dentro de campo, mas não é um jogador exatamente rápido. E o mesmo acontece com Dininho. Se o Flamengo resolver soltar de vez os dois laterais para se garantir lá atrás com três zagueiros, dos quais dois são lentos, o que vai acontecer quando enfrentar jogadores rápidos, caindo pelas pontas, no espaço pra onde um deles terá que sair?

Pra quem tem dificuldade de visualizar no que isso pode dar, sugiro assistir ao VT do segundo tempo contra o Atlético-MG, quando o time acabou atuando com esta formação pelas contusões de Toró e Kléberson. Reparem o sofrimento com Danilinho e companhia, que faziam um-dois o tempo inteiro e invadiam a área do Flamengo uma vez atrás da outra. E como Petkovic teve liberdade pra jogar, no momento em que tiramos o volante-zagueiro, que bem ou mal ainda sabe sair pra combater no meio, pra colocar no lugar o zagueiro-zagueiro, lento e plantado lá atrás.

Não concordo com o Perrone quando diz que a segunda bola tem voltado sempre para os adversários. Isso até aconteceu mais contra a Portuguesa, quando o Flamengo jogou mesmo com um a menos no meio-campo. Mas, nos jogos anteriores, não foi assim - a posse de bola, inclusive, foi sempre amplamente dominada pelo Flamengo. O problema, pra mim, não é por aí.

Para a próxima partida, é possível que se conte com a volta de Toró e Kléberson e, assim, o meio-campo retorne à formação que funcionou bem no primeiro tempo do Mineirão. É uma esperança. Só não apostaria em Toró fazendo essa função de volante-zagueiro, como fez contra o São Paulo - e, por conta disso, levamos um gol de cabeça em cima dele. Prefiro ver por ali Cristian ou Jônatas. Mas sei que essa segunda opção nunca vai acontecer.

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